Psycho Carnival: festival de Psychobilly começa hoje em Curitiba

Um dos maiores eventos de Psychobilly do mundo tem início hoje no Jokers Pub, em Curitiba. O Psycho Carnival reunirá 24 atrações internacionais, nacionais e locais entre os dias 1º e 4 de março. Serão seis shows em cada noite com o que há de melhor no Psychobilly, Rockabilly, Punk Rock, Outlaw Country e Surf Music.

Este ano o festival espanhol Psychobilly Meeting anunciou que fará uma noite especial dedicada às bandas brasileiras com o nome de “Pineda Psycho Carnival – Brazilian Psychobilly Night”. o show acontecerá no dia 3 de julho e reunirá os curitibanos Sick Sick Sinners, Os Catalépticos e Hillbilly Rawhide, além do The Mullet Monster Mafia, de Piracicaba.

Em entrevista coletiva, os organizadores do evento e alguns músicos falaram sobre o que esperar do festival: Vlad Urban (um dos organizadores do festival e integrante das bandas Sick Sick Sinners e Os Catalépticos), Mutant Cox (Hillbilly Rawhide, Sick Sick Sinners e Os Catalépticos), G-Lerm (Mongo), Breno Teixeira e João Kolachinski (Didley Duo) e Iron Mendes (CEO da Maniacs).

Da esquerda para direita: João Kolachinski, Breno Teixeira, Iron Mendes, Vlad Urban, Mutant Cox e G-Lerm. Fotografia: Angela Missawa.

Sobre a escolha da cidade, Mutant Cox comentou que não foi planejado fazer da capital paranaense um marco do Psychobilly. “É que era cidade onde a gente estava e onde a gente começou a fazer os primeiros anos e onde a gente tinha várias bandas, foi por acidente. Começou por não ter nada para fazer no carnaval mesmo. A cidade morria, não tinha nada. Ou você viajava ou ficava sem nada para fazer mesmo.”, disse Cox.

Os entrevistados comentaram também sobre a fama de Curitiba ser uma cidade estranha e muitas vezes comparada à norte-americana que foi berço do grunge. “Na metade dos anos 90 se falava muito que Curitiba era a Seattle brasileira. Nos anos 90 foi quando os caras começaram os Catalépticos. Então tem banda Psychobilly no Brasil inteiro, só que a aqui acho que a cena se fortaleceu até por ser uma cidade que na época já tinha uma cultura rock bem grande.”, disse G-Lerm. “Poxa a gente tem o Dalton Trevisan, tem algumas pessoas que falam dessa coisa do vampiro, esse lado da Rússia Brasileira, tem o clima. A gente vive em uma cidade distante das capitais culturais do Brasil.”, emendou Vlad Urban.

Fotografia: Angela Missawa.

A que se deve o sucesso do Psycho Carnival? Vlad diz que sem o público nada aconteceria. “É o público, é a cena, é a relação que tem o Psycho Carnival com o público. Quem fez acontecer o Psycho Carnival sempre foi o público, de São Paulo, Santa Catarina.”, comentou o organizador. Cox complementou citando o fato de que um dos motivos para o sucesso foi a falta de eventos assim. “Faltava um meeting que juntava todo mundo, isso não tinha até então. Tinha na Europa, e a gente viu isso lá de perto e pô porque a gente não faz isso no Brasil também? Você viajar para curtir o show, ficar o final de semana inteiro na cidade só para curtir o show é uma coisa muito massa e aqui não tinha.”, disse. “Quando a gente viajou as primeiras vezes para a Europa para tocar com os Catalépticos na época em um festival de Psychobilly a gente viu isso lá. Um festival em Londres que reunia público da Europa inteira, do mundo inteiro.”, finalizou Vlad.

E como é feita a seleção das bandas atualmente? Quem respondeu essa foi Vlad Urban: “A gente faz por curadoria né. A gente faz um acompanhamento das bandas, como elas estão hoje, quais bandas estão realmente trabalhando dentro da cena, não só Psychobilly, mas como surf, rockabilly, garagem, todas esses estilos que a gente põe no Psycho Carnival. A gente faz um acompanhamento durante o ano, porque a gente participa da cena, de quem tá realmente trabalhando, quem tá realmente fazendo as coisas porque isso é importante demais pra gente, né?” disse um dos organizadores. “Porque não adianta a gente só colocar uma banda que tenha um certo público, mas que toca uma vez por ano no Psycho Carnival. A gente gosta de gente que esteja lançando, que esteja fazendo turnê, que esteja buscando uma turnê internacional, que esteja fazendo um trabalho pra daí, porque o festival é mais uma vitrine dessas bandas para todas as cenas, não só para a cena Psychobilly. Então é melhor você premiar quem está trabalhando, quem está fazendo o festival ou a cena rolar.”, complementou Vlad.

Psycho Carnival produziu uma entrevista coletiva na cervejaria Maniacs. Fotografia: Angela Missawa.

A Cervejaria Maniacs é uma das apoiadoras do Psycho Carnival. Ao ser perguntado sobre a combinação cerveja e música, o CEO da Maniacs respondeu que o une as duas é que ambas são democráticas. “Eu acho que a cerveja é a bebida mais democrática que tem. A cerveja, desde a Idade Média, fazia parte da cultura das pessoas, era salário de trabalhadores e fazia parte da comida/ração (da população). A música é democrática, você tem expressões de arte e música em todas as esferas.”, disse Iron Mendes.

Iron Mendes, CEO da Maniacs. Fotografia: Angela Missawa.

A opinião na mesa de que música e cerveja combina foi unânime. “Acho que todas as bandas já escreveram músicas sobre cerveja. O pessoal canta sobre cerveja porque cerveja é bom né. (risos)”, disse G-Lerm, vocalista da Mongo, que se apresenta hoje no festival.

A coletiva foi realizada na sede da Maniacs que ofereceu uma tour com explicações de todo o processo de produção de cerveja. Os participantes receberam quatro tipos de cerveja para degustação: Fest Beer. Black IPA, Weiss e Canastra. Tem cerveja adequada para curtir o Psycho Carnival? Iron responde: “É aquela que você gosta mais.”, disse mantendo a democracia cervejeira.

Tour mostrou o processo de produção de cerveja da Maniacs. Fotografia: Angela Missawa.

Hoje se apresentam no Jokers as bandas “Os Catalépticos”, “Agrotóxico”, “Tampa do Caixão”, “Kingargoolas”, “Mongo”, e “Kingargoolas”.

 

Serviço
O quê: 20ª edição do festival Psycho Carnival.
Quando: de 1ª a 4 de março.
Onde: Jokers Pub – Rua São Francisco, 164, Centro.
Quanto: De R$ 60 a R$ 200. Ingressos à venda no site Sympla, no Lado B Bar, no Jokers Pub, na Cervejaria e Bar Maniacs ou por meio de depósito bancário.

Encontre sua banda favorita