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Os anos 80 foi o período em que o rock se consolidou no Brasil. A questão da popularização foi tão forte que marcou não só a geração da época, mas quem veio depois. É impossível ignorar as letras carregadas de rebeldia, acordes de guitarra e a atitude de confrontar o que não se estava de acordo. Os anos passaram, mas uma grande parte das bandas da época continua com seu trabalho, mostrando que o rock está mais vivo do que nunca. Uma prova disso foi o Festival Prime Rock que aconteceu no dia 07 de dezembro. A estrutura tomou conta de um dos pontos turísticos mais icônicos de Curitiba: Pedreira Paulo Leminski.
Quem ficou na área vip contou com uma super estrutura montada para aproveitar o dia inteiro do show. Dois espaços ficavam ao lado do palco e que permitiam uma visão de cima do palco. Bancos confortáveis também faziam parte de toda área vip. Torriton disponibilizou um stand com os profissionais para quem quisesse retocar cabelo e maquiagem. Bateu vontade de comer um hambúrguer do Hard Rock Cafe? Também era possível na área vip. Tudo isso sem precisar pagar a mais. Outra coisa foi a possibilidade de ver os artistas entrando e saindo do palco, e de repente até conseguir uma foto com seu ídolo.
Skank – Despedida dos Palcos
O Skank subiu no palco com um clima de despedida. Isso porque a banda anunciou recentemente que vai dar uma pausa indeterminada na sua carreira. (saiba aqui) Os mineiros começaram em 1991, e alçaram fama em 1994, com seu segundo disco. O público aproveitou cada minuto porque sabia que esse era um dos últimos shows aqui na capital paranaense. No set list não faltaram os sucessos clássicos como “É Uma Partida De Futebol”, “Jackie Tequila” , “Te Ver” e “Garota Nacional”.
Setlist:
“Dois Rios”, “É Uma Partida De Futebol”, “É proibido fumar”(Roberto Carlos cover), Saideira”, “Canção Noturna”, “Ainda Gosto Dela”, “Jackie Tequila”, “Te Ver”, “Acima do Sol”, “Três Lados”, “Vou Deixar”. Encore: “Garota Nacional”, “Algo Parecido”, “Vamos fugir” (Gilberto Gil cover)
Legião Urbana – Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá tocam Legião Urbana
Outra banda icônica dos anos 80 foi o Legião Urbana. Com a liderança de Renato Russo, a banda produziu hinos que identificam gerações até os dias de hoje. Atualmente, a formação vem com André Frateschi como intérprete nos vocais, que também alternou a bateria com Bonfá. Em entrevista exclusiva para a Roadie Metal, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá falaram sobre a importância de um festival que faz essa homenagem ao rock nacional.
“Estamos aqui comprovando realmente que este festival é maravilhoso. Muitas bandas, enfim, estão aqui, muita gente assistindo, cantando e vibrando. É isso que importa, realmente. A gente é old school mesmo.”, disse Dado. “Você tem hoje uma liberdade de buscar a música que você quiser. Eu acho que esse momento muita gente está aí também porque conhece a gente pelas mídias sociais, nunca viu um show do Legião e o que vai ver hoje vai ser o show de rock de uma banda legal, uma galera de amigos que fizeram música junto mais uma galera que curte e mais os agregados.”, disse Bonfá.
Setlist:
“Daniel na Cova Dos Leões”, “Quase Sem Querer”, “Eu Sei”, “Índios”, “Tédio (com um T bem grande pra você)”, “Química”, “Faroeste Caboclo”, “Que País é Esse?”, “Pais e Filhos”, “Tempo Perdido”, “Há Tempos”, “Será?”, “Perfeição”.
Capital Inicial – A Efervescência de Dinho Ouro Preto
Dinho Ouro Preto subiu ao palco muito animado para cantar as músicas do Capital Inicial. “A produção me falou que temos mais de 15 mil pessoas aqui”, disse ele animado. O público cantou junto os sucessos desses mais de 35 anos. “O rock brasileiro acabou tomando uma proporção inesperada.”, disse Dinho Ouro Preto. “O rock que a gente fazia, era das trincheiras. Nós eramos as bandas indies. E indies muito mais radicais, porque a gente não tinha onde tocar. Não tinha rádio de rock, não tinha festival de rock, não tinha disco”, continuou. Para o vocalista do Capital Inicial, o evento vem colaborar como resultado do trabalho intenso da juventude. “A gente tocava porque a gente gostava de rock´n´roll. Acontece que o som que a gente estava fazendo encontrou ressonância. As letras, o que a gente tava falando. A garotada falou ‘pô, o que esses caras estão falando, a gente acha também’. As letras que foram o catalisador. Isso encontrou ressonância na galera e o Brasil inteiro começou a ouvir. Daí nasceu o rock popular brasileiro. Quem diria que podia culminar num festival como esse, quase 40 anos depois?”, disse Dinho. Com um clima de amizade muito bacana, Dinho chamou Rogério Flausino para cantar “Fátima” no palco.
Setlist:
“Tudo Vai Mudar”, “Depois da Meia Noite”, “Quatro Vezes Você”, “Independência”, “Música Urbana”, “Tudo Que Vai”, “Olhos Vermelhos”, “Primeiros Erros” (Kiko Zambianchi cover), “Não Olhe Pra Trás”, “Fatima” (with Rogério Flausino), “Veraneio Vascaína”, “Natasha”, “A Sua Maneira”
Jota Quest – Clima de Romance na Pedreira Paulo Leminski
Com a missão de ser a última banda do dia, o Jota Quest não deixou a peteca cair e depois de toda energia, todo o clima intelectual e rebelde, trazido da adolescência, foi a vez das baladinhas. Flausino pediu pro pessoal acender o que ele chamou de “vagalumes tecnológicos”, ou no caso, os celulares. E o show terminou com clima de romance, com muitas declarações, beijos e casais abraçados aparecendo no telão. Para contribuir com o clima intimista, Flausino e Marco Túlio sentaram no palco. E quando tudo parecia acabar, o vocalista deu um ultimato: “Não, Curitiba, não acabou. A gente vai chamar os amigos.”. Dinho e Bonfá subiram no palco e o clima de amizade tomou conta, sendo um final excelente para um dia que celebra o rock nacional.
Setlist:
“Dias Melhores”, “Na Moral”, “Tempos Modernos” (Lulu Santos cover), “Encontrar Alguém”, “Mais uma Vez”, “Amor Maior”, “O Sol”, “Além do Horizonte” (Roberto Carlos cover), “Fácil”, “As Dores do Mundo” (Tim Maia, Cassiano e Hyldon cover), “De Volta ao Planeta dos Macacos”.
Encore: “Só Hoje” (Acoustic), “Do seu lado” (Nando Reis cover), “Que país é esse?” (Legião Urbana cover)
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