Muitos leigos não têm ideia do quanto a Polônia é um país de bandas seminais no heavy metal, com ênfase no metal extremo. Sim, apesar do país possuir certo conservadorismo, principalmente pelo forte cunho religioso baseado no catolicismo, lá existem bandas que são fundamentais em seus estilos, inclusive algumas pioneiras.
É o caso de Behemoth, talvez o maior nome do black/death metal da história, que hoje podemos considerar até mesmo ‘mainstream’, guardadas as devidas proporções. O Vader é um dos principais nomes do thrash/death metal mundial, assim como ainda podemos mencionar o Azarath, Batushka, entre muitos outros, sempre com essa premissa mais extrema.
Mantendo essa extremidade, mas ganhando tons mais modernos, o Point Nemo chega com a tradição da música pesada nas costas, mas também para soar como um refresco, além de mostrar que na Polônia também se tem diversidade e abertura para subestilos mais atuais dentro do cenário heavy metal.
Sim, o Point Nemo é uma banda que aposta no metalcore, mas não se restringe a isso. Tanto que suas influências declaradas são nomes como Linkin Park e Bring Me the Horizon, que ajudaram a moldar o estilo, mas também carregam como referências Nirvana e Marilyn Manson, o que apresenta o lado alternativo.
Em sua nova composição, “STARVE.”, uma das três lançadas em 2024 e que debutaram a banda no cenário, também fica evidente alguns toques de death e thrash metal, que colaboram e muito para o lado mais brutal do som da banda. Ou seja, se há um lado brutal, há um outro lado mais ‘light’. Não necessariamente.
A nova música prima por trazer os elementos essenciais do metalcore, que consistem em levadas com certa dose de ‘groove’, riffs maciços de guitarra e bateria quebrada, com baixo vibrante, além de uma melodia com certo drama e bem-posta. Isso não falta no som do Point Nemo.
O diferencial é que a banda tem sua própria forma de abordar. Por exemplo, os vocais limpos não carregam aquele tom adolescente e apostam em algo jovial, porém mais desleixado, que trazem em momentos propícios guturais cavernosos e esporádicas passagens ‘screamo’. Isto é, nada que não possa deixar o som dos caras ainda mais abrangente.
“STARVE.” Tem uma história curiosa, que é o fato de ter sido gravada quando a Europa passava por uma enchente catastrófica e muita gente lutava contra esses desastres naturais. O clima da nova faixa coincide com essa tragédia, mas a banda soube equilibrar o drama contido!
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