Um dos mais importantes pilares do metal brasileiro está de volta à estrada, após anos de espera e fantasia dos fãs, que sonhavam com esse momento mágico. A capacidade técnica dos instrumentistas, a se julgar pelos anos de experiência e pelos trechos de ensaios postados, segue impecável e absoluta, mas muito se fala nas rodas de conversa sobre o instrumento humano: André Matos.

Mesmo quem é leigo em técnica vocal, entende que o tempo influi na performance e resistência muscular de um cantor, o que para o nosso amado frontman, também pode se aplicar. No meio da música existem muitas exceções, cantores ou cantoras que se sobrepõem ao tempo e entregam performances monstruosas ainda hoje, mesmo tendo seus altos e baixos tecnicamente ao longo do caminho, Rob Halford é um exemplo de potência extraordinária apesar da idade. André teve seus momentos ingratos no palco, durante um breve momento, porém ultimamente tem entregado performances tanto ao vivo quanto em estúdio, matadoras. Como sua maior característica é o uso de notas extremamente agudas, com vogais brilhantes e bem colocadas, espera-se que os hinos que a banda gravou ao longo da carreira sejam cantados no tom original, o que de fato dá um tempero especial a uma música que foi feita pra ser assim. Muito se fala, às vezes leigamente e outras endossadas de um autoritarismo acadêmico afrescalhado e arrogante, que o cantor exagera e bota mais areia do que a caçamba aguenta carregar, mas o fato é que a extensão vocal do rapaz é extraordinária e incrivelmente aquela mesma! Claro, tudo o que for feito sem técnica e sem cuidados regulares, pode dar em Merlyn no final. Aguardemos o homem nos shows e confirmemos o que digo aqui.

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