Essa é sem sombra de dúvidas a pergunta que atormenta 11 em cada 10 fãs do Iron Maiden. A música presente no álbum “Somewhere in Time” de 1986 conta em seus pouco mais de 8 minutos a saga do imperador Macedônico desde o nascimento até a morte, de forma épica e magistral. Mas, se a canção é tão boa, por que a banda jamais a executou em seus concertos?
A resposta, com certeza, só a banda é capaz de responder. E que eu me lembre, o único resquício da explicação do fato seria uma suposta entrevista de Bruce Dickinson onde o vocalista diz simplesmente que Adrian Smith esqueceu nos ensaios alguns trechos dela, bem como da timbragem. Ora, mas esse argumento é facilmente derrubado, se lembrarmos que diversas bandas tributo/cover conseguem tocá-la com perfeição. Ou seja, se os músicos dessas respectivas bandas conseguem reproduzir a faixa, por que Adrian Smith não poderia?
Contudo, olhando para o passado da banda, consigo ver alguns detalhes do por que da ausência dela nos shows. Mas quero deixar bem claro. Não sou dono da verdade. Mas apenas basamentos em fatos que podem dar uma explicação para a pergunta. Vamos lá:
Em 1985, ao final da grandiosa “World Slavery Tour”, os músicos do Iron Maiden estavam em seu limite físico e mental de cansaço e estresse. Isso fica evidente se observarmos que Bruce Dickinson, que já havia composto alguns hits da banda em anos anteriores, não conseguiu aprovar nenhuma de suas propostas para o novo álbum. E isso também teve reflexos durante a turnê de divulgação de “Somewhere in Time”. Não muito raro, podemos encontrar vídeos onde ele praticamente “fala” ao invés de cantar, ainda sofrendo do estresse da turnê anterior.
Não obstante disso, no set list da turnê, já haviam 3 músicas consideradas “épicas” sendo tocadas. A lembrar…“Caught Somewhere in Time”, “Where Eagles Dare” e “Rime of the Ancient Mariner”. Será que, teoricamente, colocar mais uma canção longa no set para um Bruce que não estava 100% não seria demais?
Certo…e por que então a banda não a tocou nas turnês seguintes?
Provavelmente na “Seventh Tour of a Seventh Tour” não foi tocada pelo fato de a música “Seventh Son of a Seventh Son” já estar presente, e não ter duas músicas de longa duração no set pode ter sido uma escolha interna da banda. Na turnê de “No Prayer for the Dying”, percebo que a banda teve uma preocupação em trazer músicas cruas e diretas, o que não faria sentido encaixá-la. Talvez pudesse ter sido colocada na “Fear of the Dark Tour”, mas os set lists variavam entre 19 e 21 músicas, o que em tese, também não haveria um contexto de encaixar uma música de longa duração nesse número elevado de músicas. E não preciso falar das turnês seguintes com Blaze Bayley à frente da banda. Ou seja, a música parece ter ficado de fora do contexto para as vindouras turnês.
Enfim, são apenas meras suposições…e assim como os milhões de fãs ao redor do planeta, espero um dia, ver a banda realizar esse sonho coletivo da irmandade Maideniana. Sonho esse que Bruce Dickinson deu uma palhinha na Grécia, em 2011, ao cantar um trecho do refrão.