Poucas cenas mexeram tanto com o mundo como o Grunge mexeu nos anos 90. Desde os primórdios do Rock nos anos 50, vários movimentos foram sendo criados e várias vertentes do Rock surgiram de ideias diferentes, locais diferentes e formas diferentes. Cada uma delas teve sua importância e, certamente, serviu como influência para a cena seguinte: seja positivamente (pegando o que tem de melhor) ou negativamente (como resposta, indo contra a cena anterior).
Exemplos como o Heavy Metal, o Hard Rock, o Punk Rock, o Glam Metal, são algumas das cenas que surgiram ao longo da história da música e mexerem com uma massa grande de pessoas em todo o mundo. Muitas delas se espelhavam na anterior e criavam seu próprio estilo, agregando uma filosofia e um comportamento diferentes ao estilo novo.
O Grunge foi um estilo que surgiu no underground de Seattle, mas que não tem muito acordo e proximidade entre a sonoridade das bandas. Na verdade, muitas foram taxadas de Grunge mais pela proximidade de época e local de surgimento do que pelo som em si. É claro que sempre tem algo em comum, principalmente na temática, mas o que vemos são, na maioria, bandas com uma sonoridade distinta que surgiram em épocas e lugares próximos.
Quem viveu sua juventude nos anos 90 sabe o que é e o que representa o Grunge para a música. Quase 30 anos depois, bandas como Pearl Jam e Alice in Chains ainda seguem em turnês pelo mundo tocando suas músicas e lotando shows por aí, mesmo que a fase do ápice da cena já tenha chegado ao fim há muito tempo. O Soundgarden seguia com seus shows até o falecimento de Chris Cornell, em maio deste ano (2017).
O estilo musical traz consigo várias características juntas e, talvez por isso, tenha feito tanto sucesso e agregado tanta gente a este movimento. Falar daquela angústia adolescente em músicas onde temos uma guitarra com bastante distorção e peso sonoro com melodias fáceis de decorar, foram alguns dos fatores que contribuíram muito para o repentino sucesso. O som conseguiu aliar coisas distintas e suprir uma necessidade da juventude.
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Algumas bandas tiveram seu trabalho esmagado por outras. Dentro da cena, alguns trabalhos se sobressaíram, fazendo com que outras bandas não conseguissem o mesmo êxito e destaque. Bandas como Tad e Screaming Trees não conseguiram o mesmo êxito de vendagem e de turnês lotadas como Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam. Aliás, nos dias atuais, pessoas que não são amantes da vertente, mal conhecem a Tad ou Screaming Trees.
Tad fora a banda que acompanhou o Nirvana na primeira turnê das duas bandas pela Europa em 1989, turnê organizada pela gravadora Sub Pop. Como o selo da Sub Pop era independente e eles não tinham tanto dinheiro, foi uma turnê precária onde o Nirvana e a Tad dividiam uma única van. O vocalista da Tad, Tad Doyle, era um açougueiro com mais de 100 kg e deu muito trabalho durante a turnê conviver com ele. Por incrível que pareça, na época, a Tad era mais importante para a Sub Pop do que o Nirvana e mais conhecida também, o Nirvana geralmente abria os shows.
A Tad tinha mais influência do Heavy Metal dos anos 70 do que do Punk Rock (assim como a maioria das bandas chamadas de Grunge da época). Doyle tinha um problema estomacal e, durante a turnê, passou vários dias vomitando. Aliás, Kurt compôs uma música e batizou-a com o nome do remédio usado por Doyle para conter este problema: “Imodium” (que depois teria seu nome alterado para “Breed”, sucesso de Nevermind).
Screaming Trees foi uma banda que surgiu com força na mesma época, no início dos anos 90. Liderada por Mark Lanegan, ela apresentava uma mistura do Rock Psicodélico dos anos 60 com o som agressivo da costa oeste dos Estados Unidos. O auge da banda foi com o álbum Sweet Oblivion, que contou com canções como “Butterfly”, “Nearly Lost You” e “Dollar Bill”.
Mas quando será que o Grunge começou e influenciado pelo quê? Aliás, o Grunge está morto?