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Alguns eventos criam a oportunidade de reunir bandas ou artistas que em outras ocasiões não seria possível. O público que estava na noite de 14 de novembro no Espaço Carmela sabia muito bem o que queria ouvir. Não eram as figurinhas carimbadas que se vê sempre nos shows de metal. 90% eram homens que se formaram de grupo de amigos, a irmãos e até mesmo pais e filhos. Ah, mas não é sempre assim? Não, cada vez mais as mulheres tem tomado seu espaço no meio do metal. Mas isso é coisa para outro texto. O evento da noite foi um show com dois bateristas, e que reuniu artistas que fizeram parte da mesma banda em anos diferentes.
Xakol – 20h15

Xakol é o projeto solo de Saulo Castilho, que é o atual baixista do Noturnall. Formado por Rafael Azevedo e André Freitas nas guitarras, Gil Lima na bateria, Thiago Moser no baixo e Thiago Gonçalves no teclado. Eles fizeram a abertura da noite.
Setlist:
“Restless Hunter”, “Runaway”, “The Nth Prophecy”, “Dawn of Insanity”, “Eternally”.
Castellica – 20h58

Formada em 2011, e com seu primeiro álbum recém lançado, Castellica foi uma das surpresas da noite. Atualmente a formação conta com Thiago Colavite no vocal, Lucas Colavite e Danilo Colavite nas guitarras, Marco Aurélio Dower no baixo e Cláudio Calderão na bateria. Apesar do show curtinho, o público pediu bis.
Setlist:
“Intro”, “Holly Knight”, “Rising”, “NIghtcrawler”, “Ages”.
Hellene – 21h30

Lembra que o público feminino estava escasso? Bem, Hellene trouxe a única mulher a subir no palco, Bia Lombardi. A vocalista inclusive expressou esse sentimento entre uma das músicas. A banda é formada por Bia Lombardi no vocal, Alan Dias e Paul Martins nas guitarras, Rodrigo Rickota no baixo e Beto Patressi na bateria.
Setlist:
“Hellene”, “Me Arraste”, “Present”, “Psycho” (Muse cover), “Lost Wars”, “Todo Tempo”.
Noturnall – 22h40

Feixes de luz verde denunciavam que o Noturnall tinha subido ao palco, com Thiago Bianchi (vocal), Mike Orlando (guitarra), Saulo Xakol (baixo) e Henrique Pucci (bateria). “Nocturnal Human Side” veio acompanhado de luzes de led nas mãos e na cabeça do vocalista e do baterista. Bianchi fez alguns agradecimentos especiais: “Vocês tem energia pura, cristalina. Tá um som legal aí? Vocês estão curtindo? Todo mundo feliz? Aqui é isso aqui, família inteira. Primeiro lugar agradecer esse grande cara que me ajudou muito, Andre Smirnoff, uma salva de palmas para este maluco. Em segundo lugar quero agradecer sempre, quem realmente faz tudo isso acontecer, esse pessoal da crew, que fica aqui igual uns malucos trabalhando pra caralho para que vocês tenham um som redondinho. Uma salva de palmas para essa crew.”

O primeiro convidado da noite, Edu Falaschi, entrou na sexta música, “Nova Era”, do Angra. “Sempre é muito bom estar aqui em Curitiba. Pô, hoje vai ser legal. Vocês sabem que hoje é uma comemoração de várias coisas, a volta do Noturnall, amizade e tudo o mais. Quem gosta de Angra aí? Vamos ver.” Quando ele pegou o violão, alguém da plateia gritou para tocar “Trem das Onze”. Brincadeiras à parte, Edu ouviu outro pedido do público e tocou uma versão curtinha de “What Can I Do”, do Symbols. “Será que é assim?”, disse ele no começo dos acordes.“Eu queria fazer uma parada pra vocês. O Portnoy tá aí hoje, vocês sabem disso, todos vieram pra ver o cara e acho que todo mundo aqui é fã do Dream Theater né. Eu tirei, em homenagem a ele, uma música, mas eu queria que vocês cantassem, porque essa música eu não tirei a letra, só o violão, então queria que vocês cantassem para mim. E ele vai ouvir porque ele tá aqui pertinho. Então vamos cantar bem alto e vocês cantam comigo, pode ser?”, disse Edu anunciando “The Silent Man”.

A banda voltou ao palco. “E agora a gente vai pra esse momento em que vocês esperam bastante. Eu não canto essa música aqui em Curitiba desde 2011, quando eu sai do Angra, então vai ser interessante. Mas vamos lá!”, disse Falaschi. Bianchi, que tinha acabado de subir no palco falou algumas palavras sobre a perda do André Matos. “A gente teve uma perda muito sensível no mundo do metal e no nosso Brasil, como esse cara vai fazer falta. A gente tentou fazer isso com ele em vida, cantar junto com ele. Não vou ser demagogo, todo mundo sabe que o cara era difícil pra caralho, fazia parte do show dele, fazia parte da lenda, mas vamos fazer então agora, no pós, o que a gente não conseguiu fazer antes. Vamos cantar essa música juntos, que é o maior marco do heavy metal melódico. Quando a gente tava no Shaman, os caras enchiam o saco. Agora vai, pega essa aí. O que vocês querem ouvir?” O público respondeu “Carry On” e eles, claro, tocaram.

Outro convidado da noite, Mike Portnoy tomou conta da segunda bateria. O ex-Dream Theater fez muitas gracinhas para o público como dar tchau e jogar as baquetas para o alto. “Feliz em estar de volta nessa cidade bonita. Muito obrigado e um grande obrigado para o Thiago e a Noturnall por me trazerem ao Brasil com eles. Eu não sabia que voltaria ao Brasil esse ano, eu não sabia que estaria tocando essas músicas do Dream Theater de novo, então, obrigado. Outra coisa que eu não sabia que faria de novo era tocar com esse motherfucker, uma salva de palmas para o Mike Orlando. Em caso de vocês estarem morando debaixo de uma pedra, a gente tocava em uma banda junto chamada Adrenaline Mob, e eu toquei meu último show com a banda aqui no Brasil, então eu e o Mike estaremos aqui tocando algumas das músicas da Adrenaline Mob essa noite. Queremos que vocês cantem com a gente.”, disse Portnoy.

Mike Orlando também disse algumas palavras antes de cantar “Indifferent”. “E aí Curitiba? Não é mal. Eu amo o Brasil, é a minha segunda casa, então, Curitiba faz um barulho aí. Eu amo vocês. Essa é a minha parte favorita do show porque eu posso revisitar uma das mais maravilhosas partes da minha carreira que foi tocar com esse cara, Mike Portnoy. Então vamos fazer uma música do Adrenaline Mob.”, disse o guitarrista assumindo os vocais. A noite terminou em clima de festa e reencontro entre amigos. Para o público? Uma seleção de músicas impensáveis em um único show.

Setlist:
Noturnall – “Nocturnal Human Side”, “Wake Up”, “No Turn At All”, “Fight the System”, “Cosmic Redemption”.
Edu Falaschi – “Nova Era” (Angra cover) (with Eduardo Falaschi), “What Can I Do” (Symbols cover) (with Eduardo Falaschi) (Edu solo acoustic, fan request, shortened version), “Wishing Well” (Angra cover) (with Eduardo Falaschi) (Edu solo acoustic), “Rebirth” (Angra cover) (with Eduardo Falaschi) (Edu solo acoustic), “Pegasus Fantasy”(MAKE‐UP cover) (with Eduardo Falaschi) (Edu solo acoustic, shortened version), “The Silent Man” (Dream Theater cover) (with Eduardo Falaschi) (Edu solo acoustic, shortened fan singalong), “Carry On” (Angra cover) (with Eduardo Falaschi)
Mike Portnoy – “Intermission” (As I Am Intro), “As I Am” (Dream Theater cover) (with Mike Portnoy) (Edu and Thiago on vocals), “Under a Glass Moon” (Dream Theater cover) (with Mike Portnoy), “Hit the Wall” (Adrenaline Mob cover) (with Mike Portnoy), “Indifferent” (Adrenaline Mob cover) (with Mike Portnoy) (Mike Orlando on vocals and… more ), “Undaunted” (Adrenaline Mob cover) (with Mike Portnoy), “Take the Time” (Dream Theater cover) (with Mike Portnoy), Encore: “Intermission” (Cowboys From Hell Intro), “Cowboys From Hell” (Pantera cover) (with Mike Portnoy), “Scream For Me!” (with Mike Portnoy) (Henrique Pucci back on stage, drums duel)