Esse projeto alemão Nordstahl conseguiu a proeza de fazer dois lançamentos em 2025. o primeiro, “Kompass der Verdammnis”, antecedeu ao ótimo full length “Ragnarök in Berlin” que explora várias sonoridades do metal, inclusive o metal industrial e o viking metal. Isso pode ser uma mistura inusitada, no entanto, ao nos depararmos com músicas como “Midgards Schlaf” entendemos a combinação. Talvez encontremos aqui certa influência de Rammstein com um pouco de Unleashed, mas estes germânicos procuram trilhar o próprio caminho e conseguem arregimentar o próprio público. De acordo com o próprio nome da banda e a exemplo de letras como as de “Midgards Schlaf”, esta obra é um trabalho conceitual sobre a cultura nórdica. Talvez durante a audição nos deparemos com recursos da tecnologia moderna, mas no geral a essência é bem natural.
Na sequência, a faixa título entra com uma pegada mais animada e cheia de personalidade. Esse é o tipo de música que se adequa a diversos movimentos. Do frequentador de rave ao headbanger mais radical de festivais de verão, “Ragnarök in Berlin” arranca satisfação com toda certeza, mas “Bifröst brennt” também não fica atrás. Essa música reúne momentos pesados pela garra do metal e ornamentos típicos da música industrial.
O repertório de “Ragnarök in Berlin” continua com “Mjölnir” que, como todo bom estudioso da mitologia nórdica, se refere ao martelo da proteção e fertilidade dos homens e dos deuses empunhado por Thor. A sessão de guitarras dessa música é tão pesada que chega a impactar em nossos ouvidos. Esse cenário estimula a imaginação de batalhas e hinos como “Jörmungands Kreis” inserem nesse mesmo cenário uma atmosfera épica digna de grandes batalhas. Aqui, a pegada é um pouco mais cadenciada dando ideia de marcha. A introdução com com certa tensão no clima prepara o ouvinte para o que está por vir.
Em uma obra como esta não poderia faltar uma canção que exaltasse o deus da mentira, Loki. E aqui, a música “Lokis Lügen” cumpre o seu papel. As expressões extraídas dessa música transformam-na em um poderoso hino nórdico. De maneira idêntica, “Friggs Falscher Trost” também traz essa premissa, mas com um bel vocal feminino. Embora o idealizador desse projeto não seja um legítimo escandinavo, houve aqui uma exploração espetacular do tema. “Ragnarök in Berlin” é um símbolo de versatilidade, criatividade e poder. Qualidades estas quase esquecidas pelo surgimento de músicas pasteurizadas na mídia. Embarque nessa que não se arrependerá.
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