Napalm Death: 30 anos de “Harmony Corrpution”

1 de julho é dia importante na história do NAPALM DEATH: se em 1987, a banda lançaraia seu debut, “Scum”, três anos depois, na mesma data, seria lançado o terceiro álbum deles: e vamos contar um pouco da história de “Harmony Corruption”.

O álbum conta com novas mudanças no lineup: o vocalista Lee Dorrian daria lugar a MarkBarneyGreenway; Bill Steer sairia para se dedicar ao CARCASS e para o seu lugar foram recrutados dois guitarristas (N.do R: normal, certo? Afinal, não é fácil um único guitarrista assumir a responsa de substituit um nome como Steer): Mitch Harris e Jesse Pintado; Shane Embury, que havia entrado na banda logo depois do lançamento do álbum de estreia, seguia na banda, onde permanece ate hoje; e Mick Harris faria seu último registro com a banda.

A produção é assinada por um mestre, Scott Burns. Então o quinteto embarcou para Tampa, na Flórida e no famoso “Morrisound Studios”, o aniversariante do dia foi concebido. O álbum foge um bocado do Grindcore costumeiro, praticando um Death Metal bem trabalhado, muito disso se deve a inluência do próprio Scott Burns, acostumado a trabalhar com este estilo. E o resultado não foi ruim, conforme iremos dissertar abaixo:

Vision Conquest” abre bem o trabalho, com a brutalidade bem Death Metal e riffs arrasadores, em uma faixa que cairia muito bem como trilha sonora do fim do mundo. “If the Truth Be Known” começa com riffs arrastados muito bons e logo ela ganha velocidade em outra faixa Death Metal. O destaque é para o bumbo duplo de Mick Harris.

Inner Inceneration” devolve a banda ao Grindcore costumeiro em uma música muito pesada e extrema, com direito a diversas mudanças em seu andamentos. “Malicious Intent” é veloz e ríspida, com os melhores riffs do álbum. Essa é uma música que é um convite para um moshpit, e daqueles bem violentos, exceto pela parte mais arrastada, em que os riffs mais intrincados servem para que recuperamos o fôlego.

Unift Earth” é arrastada na primeira parte, mas parece que a banda esqueceu de combinar com Mick Harris, porque o cara estava insano com seu bumbo duplo. Até que ia demais músicos resolveram acelerar o compasso e a música descamba para o Death Metal mais pútrido, ora muito veloz, ora voltando ao andamento arrastadão, chegando a soar Doom e assim a música vai alternando estes momentos, nos seus cinco minutos de extensão. E com direito a duas participações especiais: John Tardy, do OBITUARY e Glenn Benton, do DEICIDE dão uma canja nesta faixa. Como moram na mesma cidade onde foi gravado o play, as coisas foram facilitadas.

Circle of Hypocrisy” tem mais de um minuto de introdução, chega até a surpreender, pois no começo da carreira, os caras conseguiam fazer duas músicas com este tempo. Aqui a coisa começa arrastadona, com riffs muito acima da média e a velocidade e violência tomando conta de tudo na parte final, com direito a um solo, coisa rara na carreira dos caras.

The Chains That Bind us” é rápida e extrema, lembrando o CARCASS do início da carreira. Aqui o pescoço do ouvinte não tem um segundo de descanso, nem mesmo quando a velocidade dá espaço a andamentos mais arrastados. Tudo aqui gira em torno da brutalidade.

Mind Snare” tem uma bateria mais puxada pro Punk, enquanto os riffs de guitarra seguem a linha do Death Metal e no meio aquelas típicas mudanças de andamento, aqui deixando a faixa bem densa. Mas logo a coisa volta à normalidade, com a pancadaria sonora reinando.

“Extremity Retained” é curta e grossa como no início da carreira, com a diferença é que aqui se trata de uma música de dois minutos e com muita  raiva sendo exposta aqui. “Suffer the Children”, um dos clássicos da banda de todos os tempos chega e é o momento se banguear com essa pegada Punk que a música nos proporciona. E com direito aqueka quebradeira Death/Grind no meio, que não poderia faltar, além da quebra no andamento com riffs mais lentos, porém, precisos. Excelente som.

Hiding Behind” fecha a obra com riffs arrastados na sua primeira parte, mas aos poucos os caras vão acelerando o compasso até que… Bingo! Tudo termina na mais absurda brutalidade sonora e alternando riffs atmosféricos com velocidade.

Após 41 minutos de muita pancadaria, chegamos ao fim deste álbum que merece todos os aplausos. E “Harmony Corruption” obteve sucesso nas paradas britânicas, alcançando a posição de número 67. Em 2012, o álbum foi relançado com um CD bônus, este contendo uma apresentação ao vivo, realizada em Londres, em 29 de junho de 1990, ou seja, dois dias antes do lançamento do aniversariante de hoje.

O NAPALM DEATH merece todos os confetes, não só por esse play, mas por tudo que tem praticado ao longo de sua carreira, seja na parte musical, seja na mensagem que a banda procura passar, preocupada com um mundo mais justo para todos. Já foi dito isso na matéria do “Scum”, mas não custa nada repetir: longa vida a este quarteto britânico, os reis do Grindcore.

Harmony Corruption – Napalm Death
Data de lançamento – 01/07/1990
Gravadora – Earache

Tracklisting:
01 – Vision Conquest
02 – If Truth be Known
03 – Inner Incineration
04 – Malicious Intent
05 – Unift Earth
06 – Circle of Hypocrisy
07 – The Chains that Blind us
08 – Mind Snare
09 – Extremity Retained
10 – Suffer the Children
11 – Hiding Behind

Lineup:
Mark “Barney” Greenway – Vocal
Mitch Harris – Guitarra
Jesse Pintado – Guitarra
Shane Embury – Baixo
Mick Harris – Bateria

Special Guests:
John Tardy – Backing Vocal (em “Unift Earth”)
Glenn Benton – Backing Vocal (em “Unift Earth”)

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