“Não me importo se rap ou pop tomaram lugar do rock” afirma Robert Plant

Ao final de uma histórica reunião do Led Zeppelin, em 2007, o cantor Robert Plant ouviu a reação entusiasmada de um convidado especial da lendária banda. Jason Bonham — que naquela ocasião substituiu na bateria o pai, John Bonham, morto em 1980 — virou-se para ele e disse: “Não vejo a hora da próxima apresentação”. Plant respondeu que a noite tinha sido maravilhosa, mas que o Led Zeppelin era composto por ele, Jimmy Page, John Paul Jones e o pai de Jason. Ponto final. Caso voltassem a excursionar, os três remanescentes certamente embolsariam milhares de dólares e lotariam estádios. Mas aquele único show para 20.000 pessoas, em Londres, não foi motivado por dinheiro: tratava-se de uma justa homenagem a Ahmet Ertegun, um dos fundadores da Atlantic Records e responsável por apostar na banda no início da carreira.

Quando o Led Zeppelin se separou, em 1980, Plant tinha 32 anos. Aos poucos, começou a se distanciar da mistura de blues e de rock pesado da antiga banda para abraçar diferentes ritmos musicais.  Nos quarenta anos seguintes, ele lançou onze discos-solo, explorando sons que iam do Deserto do Saara até o País de Gales. “A música não tem fronteiras”, diz Plant. É verdade também que nada do que fez nos últimos tempos obteve uma ínfima parte do sucesso do Led Zeppelin. Mas o saldo artístico é bastante digno e positivo.

Plant está ciente de que não perdeu a força de arrastar multidões. Por isso mesmo, não se enxerga como um cantor ou compositor, e sim como um artista. “Meu lugar sempre foi na frente do palco. Preciso estar pronto para aguentar um show, mesmo se minha voz estiver ruim em uma noite ou outra”, afirma.

Para ele, o ritmo pode (e deve) se misturar com outros elementos. “Cada geração quer ser associada às suas próprias invenções. Não me importo se o pop ou o hip-hop tomaram ou não o lugar do rock. Nada vai morrer”.

FONTE: Veja

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