A irlandesa Movment lançou o seu primeiro álbum em 2012 com “Broken Down”, que revelou uma banda mergulhada no clima techno, com incursões oitentistas como a new wave e dark music. O tempo passou e, depois de outros lançamentos, Martin K. (baterista e vocalista), Isabella RK. (guitarras), Mark K. (baixo) e Kevin K. (guitarrista, baixista e teclados) conservaram a identidade do grupo, amadureceram em alguns pontos e experimentaram mais. O resultado está nas músicas de seu recente lançamento “Reinvention” (2023), cujo sugestivo nome já nos prepara para o que virá nos próximos 41 minutos de audição.
O álbum que começa com “I Believe in Noise”, mostra personalidade logo de cara com os vocais pomposos de Martin. Em seguida, “Crawl Back Inside” com uma melodia mais ácida, evidencia o seu talento também à bateria em um ritmo “groovy” coerente, mas para gerar um clima mais nebuloso “Existence” chega com a densidade habitual da dark music. Nestes primeiros momentos, sente-se um equilíbrio constante da melodia, evitando qualquer extravagância desnecessária, preservando assim a atmosfera sonora formada pelos instrumentos alinhados ao estilo da Movment. Dessa forma, por mais que suas influências colidam com certo experimentalismo vintage, há aqui originalidade.
Alguns temas mais cativantes quebram um pouco a sonoridade soturna que a banda expande pelo álbum, como em “The Light Goes Out” que possui guitarras bem mais presentes e com uma pegada mais rock’n’roll. Além disso, essa música também saiu com versão em videoclipe. Mas os sons transcendentais já retornam em “Take Hold”, que além de agitar o espírito empolga nossas mentes. Para aqueles que a única energia que querem sentir é o peso, “Don’t Let Go” é a música certa para gostar, com seu riff rasteiro e cozinha pontual. Quem também possui boa marcação é “I Had To Do It”, com um baixo eletrizante e imponente, a canção corre encorpada.
O que dá mais prazer em ouvir um álbum como este é que, apesar de suas músicas possuírem identidades singulares, alguns efeitos, acordes e arranjos nos proporcionam diferentes experiências, como em “No Control” que nos transporta através de sua sonoridade por caminhos que vão do pop ao rock em minutos. A exemplo disso também temos a canção título, “Reinvention”, que é muito melódica apesar da característica acidez sonora da banda e, para finalizar, “Curiosity” que é a de maior duração, reúne muitos elementos conferidos neste full-length, com destaques ao riff conveniente ao fluxo da música e pequenos efeitos de guitarra.
Ouça “Reinvention” pelo Spotify.
Assista ao videoclipe de “The Light Goes Out”.
Para saber mais sobre a banda, visite o seu site oficial em:
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