Em 27 de outubro de 1979, o MOTÖRHEAD lançava o seu terceiro álbum de estúdio. E hoje vamos celebrar “Bomber“, disco necessário na coleção de todo headbanger que se preze.
A banda havia lançado o antecessor, o igualmente clássico “Overkill“, sete meses antes. E o sucesso alcançado com este fora gigantesco. Mas a banda se juntou novamente ao produtor Jimmy Miller e o trio retornou ao “Roundhouse Studios“, desta vez gravando também o “Olympic Studios“, ambos em Londres. E saíram com esta pérola, que fora lançada por duas gravadoras: “Bronze” e “Mercury“.
Botando a bolacha para rolar, temos a abertura com “Dead Men Tell no Tales“, que traz o MOTÖRHEAD do jeito que ele é: Rock and Roll, sem outros rótulos adicionais. A voz inconfundível de Lemmy, o solo maravilhoso de Fast Eddie Clarke são os destaques deste sonzão.
“Lawman” é mais um blues pesado, muito interessante em que o baixo de Lemmy ajuda a encorpar o som do MOTÖRHEAD. As viradas de Phill Taylor são os destaques aqui.
“Sweet Revenge” é um som bem atmosférico, um rockão setentista com um andamento bem arrastado, para ninguém botar defeito.
E tome mais Rock and Roll com “Sharpshooter“, uma música simples, mas animada. O bom do MOTÖRHEAD é isso: os caras não precisam ser virtuosos: eles apenas usam e abusam da energia do Rock e fazem um som visceral.
“Poison” chega com seu psicodelismo e seus riffs crus, nos proporcionando uma sensação única que é escutar a banda do Deus Lemmy.
“Stone Dead Forever” é um sonzaço que eu conheci através do METALLICA, quando dá gravação do CD Garage Inc., lá nos anos 1990, naquela tentativa da banda de limpar a barra com os fãs depois da vergonha alheia que foi “Reload“. Mas aqui o que importa é a sonoridade punk do MOTÖRHEAD, uma das músicas mais fantásticas da carreira dos caras.
“All the Aces” é outra faixa típica do MOTÖRHEAD: mais riffs crus, batidas retas e a velha distorção no baixo de Lemmy e pronto, eis a fórmula de sucesso dos caras. Isso é sensacional.
“Step Down” traz de volta os elementos mais bluesy em uma música interessante. Aqui excepcionalmente quem canta é o guitarrista Eddie Clarke, dando a impressão de que tem um “elemento estranho” em um disco do MOTÖRHEAD. Mas não, não ficou ruim. Ao contrário.
O velho Rock and Roll empolgante volta com “Talking Head“. Que sonzeira que esse trio proporciona aqui.
A faixa título encerra de maneira apoteótica um álbum curto, cru, mas brilhante. Essa energia que “Bomber” nos emana é sem igual. Isso é música pra você ouvir ao acordar e não ter razões para não ter um bom dia. É surreal.
E assim, após dez petardos, temos o final em pouco mais de 36 minutos de um disco que entrou para a história como mais um dos clássicos desta banda que é igualmente clássica. Um álbum quarentão que envelhece bem a cada ano que passa. E é um disco que aumenta ainda mais o sentido da frase que este redator que vos escreve sempre diz: “Eu ouço gente morta!” Sim, porque os mortos ainda continuam com um som de muito mais qualidade do que a maioria dos vivos por ai.
Lineup:
Lemmy Killmster – Baixo/Vocal
Fast Eddie Clarke – Guitarra/Vocal na faixa “Step Down“
Phill Taylor – Bateria
Tracklisting:
01 – Dead Men Tell no Tales
02 – Lawman
03 – Sweet Revenge
04 – Sharpshooter
05 – Poison
06 – Stone Dead Forever
07 – All the Aces
08 – Step Down
09 – Talking Head
10 – Bomber