Depois de lançar dois EPs formidáveis – “Post Youth” em 2022 e “White Death” em 2023 –, a banda de Boston, Massachusetts (EUA), Mission To Sleep, supera todos os limites e entrega o seu primeiro álbum completo “A Spark or The End”. Este lançamento distribuído pela Mind Over Matter Records chama para o peso, mas também se destaca pela melodia. São sete canções importantes para uma cena rica e agitada como a dos metalheads. “No Anchor”, que abre o repertório, já desperta para essas virtudes, pois seus riffs são intrusivos, a pegada prima pela velocidade e os vocais são marcantes na melodia.
O que foi dito no parágrafo anterior são elementos essenciais para um bom desempenho da banda aos seus fãs. O Mission To Sleep entende isso desde sempre, por isso músicas como “Designer Graves” são tão impactantes. Observe como a nuance que liga o momento pesado da música ao mais melódico, revela uma mudança bem encaixada! Essa coerência nas linhas de guitarra faz toda a diferença. Na sequência, “Carousel Teeth” investe um pouco mais na melancolia, embora trechos com a convidada Sarah Jeanne (Aversed) arremeta o som a um patamar mais agressivo. Este encontro corroborou muito para a versatilidade da banda que investe em grandes ideias.
Passando para “Fall Into Bloom”, o grupo investe em uma sonoridade mais aberta ou expansiva. Aqui, a cozinha faz um ótimo trabalho tanto na bateria como no baixo deixando uma sonoridade elegante, mas poderosa. Com andamento cadenciado a canção abre caminho e conquista o seu espaço na preferência de alguns ouvintes. Adiante, “This Massacre” chega com propulsão nos riffs, mas vocalização mança. Contudo, o mesmo alcance vocal é destaque nas partes mais altas mostrando equilíbrio e autodomínio. Essa música, esteticamente, é valiosa por suas linhas melódicas deixando um pouco de lado a agressividade.
De maneira idêntica, “Like Heaven” também oferece leveza e virtuose em doses proporcionais. É nesta música que o segundo convidado do álbum se apresenta. Falo de Christopher Preece (Vanna) que empresta os seus vocais esganiçados, inserindo contraste na melodia. Para finalizar, a música “Bury The Ghost” faz as honras. Esta libera uma textura finíssima na introdução para então massacrar os nossos ouvidos com peso de machado. Dessa maneira o álbum “A Spark or The End” conquista um lugar merecido em nossas pastas de música. Aqui é um verdadeiro encontro de cativação, rispidez e prendimento. Um álbum viciante que quebra barreiras.
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