O último álbum de Mike Masser foi “True Grit”, lançado em 2021. Esta, no entanto, foi uma época difícil para todos, pois o mundo sofria com as ondas de Covid-19. Hoje, quatro anos depois, o cantor norte-americano apresenta o seu novo álbum intitulado “5”. Com composições próprias e algumas releituras o ‘full-length’ traz “Wolves In The Whiskey” como primeira música. Depois de uma introdução dedilhada, o peso da guitarra surge denunciando o peso do hard rock desse artista. De primeira, imagina-se que Mike absorveu influências de Alice in Chains e Kiss para compor esta obra, depois percebemos que a coisa é bem mais versátil.
O disco que é distribuído digitalmente pelo selo Desert Monster Records, entrega no repertório a pesadíssima “No Sin”. O que se destaca na música de Mike é exatamente a execução distorcida de sua guitarra que, em todas as faixas, monstra uma performance imponente. A sonoridade que arrasa quarteirões continua com a cadenciada “Silence Speaks”. Esta, por sua vez, entrega uma pegada menos nervosa, porém impactante. Aqui a cozinha trabalha de forma bruta e elegante ao mesmo tempo. Na sequência, vem o primeiro cover que é a canção “Abacab” de Genesis, onde a versão de Mike impressiona pela revigorização.
Ainda nessa pegada meio progressiva, o artista estadunidense chega com uma balada chamada “Run” que, inicialmente, não tem nada de correria. Trata-se de uma música tranquila que remete à introspecção do próprio Mike, pois este álbum tem inspirações de sua vida pessoal. Embora cru e orgânico, “5” é um trabalho cativante, mas músicas como “Redline” redefine a palavra empolgação com mais lenha para queimar. Esta música é veloz e rasteira como todo hard’n’heavy deve ser. Depois da tempestade, o baixo monstruoso de “Omen” anuncia a sua entrada com status de “God of Thunder” do Kiss, ou seja, absurdamente pesada.
A última trinca do álbum surge com a releitura de “Twilight Zone” dos holandeses do Golden Earring. Como não poderia ser diferente, aqui Mike acrescentou o seu estilo quente e temperamental que resultou em uma canção bem mais empolgante. O que eu disse no começo do texto sobre Alice Chains não foi por acaso, pois a próxima execução é simplesmente uma versão para “Don’t Follow” do álbum “Jar of Flies” (1994) da banda de Seattle. Na mesma pegada introspectiva, Mike Masser encerra o trabalho com “Morning After You”, uma música intimista que revela sentimentos profundos do artista. “5” é isso, um álbum motivado pela pessoa do artista, mas que preserva a sua essência rockeira.
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