O Metal Voice é um quadro da Roadie Metal criado por cinco redatores, cujo o ponto em comum é o fato de serem, ou já terem sido, vocalistas de bandas de Rock/Metal. Nos textos, serão publicadas entrevistas com diversos vocalistas, onde cada um contará a sua história e trajetória até chegar no posto de frontman/frontwoman de uma banda, indo dos detalhes pessoais até o mais técnicos, com total enfoque na questão vocal.
No quadro de hoje conversaremos com Kelly Hipólito da banda de Hard Rock/Heavy Metal chamada Blixten.
Blixten é uma banda de Hard Rock/Heavy Metal formada em Ararquara – SP em 2013 pela vocalista Kelly Hipólito. Com uma voz potente, com muito drive e intensidade, a vocalista concedeu uma entrevista ao quadro Metal Voice para falar de sua experiência musical e sua relação com a arte do canto.
Roadie Metal: Antes de começarmos, obrigado pela entrevista e parabéns pelo seu trabalho. Agora vamos falar de música: quando a música entrou na sua vida? Quando você decidiu cantar?
A música sempre esteve presente na minha vida, minha família é extremamente musical, todas as minhas lembranças de quando eu era criança tem música envolvida.
Minha canção de ninar era ‘Memories’ do Elvis Presley, não tinha como fugir de música.
Decidi que queria cantar aos 8 anos de idade, quando comecei a prestar atenção nos shows e vídeo clipes de bandas como Twisted Sister e Iron Maiden, que sempre foram muito mais do que apenas música, era uma mistura de muito visual, muito cabelo, muita performance, muito tudo!
Eu queria fazer parte daquele mundo e nada me tirou isso da cabeça.
Roadie Metal: Cantar deve ser realmente muito importante para você então! Mas já que decidiu cantar, por que optar por fazer trabalho autoral?
Fazer música para mim desde criança sempre foi mais do que apenas interpretar algo. Eu precisava de mais.
Eu não queria imitar ninguém, eu queria ser eu, mostrar quem eu era, minhas ideias, meus sonhos, visões, compartilhar tudo isso e muito mais com quem me ouvia.
Mas antes que tudo isso acontecesse, eu precisava me encontrar de verdade, precisava enxergar aonde eu me encaixava, eu precisava estar pronta pra escrever minhas músicas de forma natural, verdadeira.
Sempre me senti fora de mim quando fazia cover, eu sentia a necessidade de falar: “ESSA MÚSICA É MINHA”. É um prazer poder soltar no mundo coisas que vieram de nossas cabeças e corações.
Roadie Metal: Muito boa a resposta! Realmente, passar uma mensagem própria para o público é algo sensacional e sabemos que muitas bandas sensacionais surgiram com este mesmo princípio. Agora, falando de vocalistas, em quem você se inspira para cantar?
Tenho muitos, de muitas vertentes, mas cito sempre: Dee Snider; Dio; Doro Pesch; Lita Ford e Leather Leone.
Mas ainda tenho na bagagem Bruce Springsteen; Cyndi Lauper e Bonnie Tyler.
Roadie Metal: Já que falou quais vocalistas são os mais inspiradores para o seu trabalho, qual é a performance vocal a que você já assistiu e mais te encantou?
Bruce Dickinson cantando ‘Running Free’ ao vivo em um VHS que eu tinha (e ainda tenho, guardado). Aquela apresentação em específico me encantou demais lá aos 8 anos de idade.
E ao vivo, digo facilmente Dee Snider no show de São Paulo em 2019.
Roadie Metal: Duas grandes referências vocais, sem dúvida. Como o foco é a voz, qual é seu estilo de cantar?
Eu tento muito não me prender apenas nos drives que é característico do Heavy Metal e do Hard Rock, apesar de amar e me sentir muito confortável usando drive.
Quero ser o mais flexível possível nessa área vocal. Gosto muito de vocais limpos que venho estudando, prestando atenção nos vocais mais “sopradinhos” quando necessário, e no ‘vibrato’ que precisa ser bem feito pra não ser enjoativo pra quem ouve.
Roadie Metal: Muito bom! E técnica: você utiliza alguma técnica vocal específica? Qual?
Sim, sem dúvida.
Na Blixten eu uso muito a Respiração Diafragmática.
Tem até algumas fotos de show da banda que parece que eu tenho costela saltada, mas é apenas eu fazendo essa técnica pra cantar, principalmente quando tem alguma música que exige muito da voz ou da respiração.
Por isso que tento sempre nunca usar roupas apertadas para cantar, pois isso pode atrapalhar a performance vocal.
Roadie Metal: Você já está na estrada há alguns anos e já tem alguma experiência na arte de cantar. Sendo assim, qual a dica que você deixa para quem quiser começar a cantar em uma banda de Rock?
Nunca comece cantando “no susto”, principalmente se é uma vertente que envolve gutural, drives… Isso pode acabar com seu instrumento e as vezes é complicado reverter.
No começo pode até parecer que você está fazendo certo, está bonito e arrasando, mas não dura muito.
Procure fazer aulas de canto e aprender a técnica que você precisa, nunca pare de estudar!
Roadie Metal: Já entendemos qual seu estilo de cantar e quais estilos musicais você tem como preferidas. Agora saindo da zona de conforto, você gosta de cantar outros estilos de música além do Rock e do Metal? Quais?
Me arrisco pela casa cantando Blues, New Wave, Funk, me aventuro em Etta James, Prince, Cyndi Lauper…
Roadie Metal: Sabemos que para cantar não é simplesmente soltar a voz, existe toda uma preparação para que o vocalista consiga desempenhar um bom papel. E com você? Como é sua rotina de estudos vocais e quais os cuidados que você tem com a voz?
Quem canta não tira férias, os cuidados são diários!
Eu faço muitos exercícios físicos, o que auxilia na disposição, no fôlego, o que é importante.
Não bebo nada gelado, sempre em temperatura ambiente, faço muito o exercício “TRRRR” com a língua, alongamento de pescoço (parece que não, mas auxilia!).
No começo da quarentena me negligenciei um pouco nos cuidados, mas retornei com os vocalizes pelo menos duas vezes na semana e mais alguns exercícios de aquecimento.
Roadie Metal: Agora falando do repertório autoral da Blixten, qual a faixa você acredita que tem sua melhor performance individual?
(We) Crave a Fight, que inclusive estará no disco novo!
Faço a voz um pouco aguda com drive, e eu amo.
Roadie Metal: Agora é para encerrar, tudo bem? Fale um pouco sobre a Blixten no geral e sobre como acredita que sua voz impacta nos trabalhos da banda.
Costumo dizer que a Blixten é meu bebê, foi a primeira banda que fundei e dei meu sangue pra estar no caminho que estamos agora, dei todas as minhas “fichas” nela e nunca me arrependo, a Blixten é o que eu sou.
Consegui juntar as pessoas certas pra estarem comigo, pra serem a Blixten junto comigo, todo mundo na banda é confortável pra SER, sabe? Sem botar nenhum tipo de fantasia ou mentira nas músicas, tudo é muito real e só permito isso.
Cantar não é apenas soltar a voz e pronto, é você interpretar uma música, uma letra, e é nisso que a voz impacta nas músicas da Blixten.
Na ‘Maktub’ por exemplo, que é uma letra que o Aron Marmorato fez, eu pedi pra ele me explicar sobre a letra e o significado dela, pra eu poder botar não só a minha voz, mas também meu coração. Ela tem um vocal limpo, mas no refrão tem uma subidinha com o drive e isso faz toda a diferença.
Precisa ter emoção, as vezes raiva, as vezes esperança, dor, alegria, a voz precisa ser tudo o que a música é.
Para saber mais sobre os trabalhos da vocalista na banda Blixten e ouvir suas músicas, basta clicar nos links abaixo ou acessar seu serviço de streaming preferido.
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