O Metal Voice é um quadro da Roadie Metal criado por cinco redatores, cujo o ponto em comum é o fato de serem, ou já terem sido, vocalistas de bandas de Rock/Metal. Nos textos, serão publicadas entrevistas com diversos vocalistas, onde cada um contará a sua história e trajetória até chegar no posto de frontman/frontwoman de uma banda, indo dos detalhes pessoais até o mais técnicos, com total enfoque na questão vocal.
No quadro de hoje conversaremos com Junior Micali, vocalista da banda Madre Cassino.
Madre Cassino é uma banda de Rock and Roll formada em Taquaritinga – SP no ano de 2009. O som da banda traz elementos marcantes do Classic Rock/Rock and Roll somados ao som moderno de bandas como Imagine Dragons e Muse.
Roadie Metal: Muito obrigado por aceitar o convite para participar do nosso quadro METAL VOICE. Primeiramente, parabéns pelo seu trabalho vocal e pela música da banda Madre Cassino, que é muito boa. Para começarmos nossa entrevista, diga-nos como começou sua relação com a música? Tem alguma primeira lembrança marcante?
Desde criança sempre gostei muito de ouvir música, ouvia sempre ouvia os discos do meu pai. Ele tinha discos do Raul Seixas, da banda Casa das Máquinas. Mas esse interesse era de ouvir. O que me despertou a fazer parte desse no mundo da música foi quando eu assisti pela primeira vez ao videoclipe de Sweet Child o’Mine do Guns N’ Roses, principalmente ao ver o Slash tocando e fazendo aqueles solos de guitarra. Aquelas imagens me impressionaram demais e eu pensei “Cara, eu quero isso para mim”. Então acho que este foi meu despertar e o que me fez querer buscar algo dentro da música.
Roadie Metal: Já começou com uma grande referência no Hard Rock, o Guns. Já que gostou muito do Slash tocando, por que decidiu ser vocalista? Algo em especial te despertou maior interesse?
Depois que eu decidi entrar para esse mundo da música, eu decidi fazer aula de violão. Só que meu professor sempre me incentivava a cantar. Enquanto eu ficava treinando os acordes, ele falava “Canta junto” e aos poucos fui criando gosto pelo canto. Paralelamente a isso, fui assistindo a outros vocalistas, querendo cantar igual eles e ser como eles, com isto fui me desenvolvendo e procurei uma professora de canto para melhorar. Tive um amigo também que conhecia muito sobre e que foi me dando umas dicas também. Quando formei minha primeira banda, já comecei como vocalista, nem comecei com violão e nem nada. Tanto que até hoje, só conheço o básico do violão mesmo.
Roadie Metal: Entendi. A parte vocal chamou mais a atenção e decidiu deixar a guitarra para lá e se dedicar aos vocais. Sendo assim, quais suas referências de vocalistas? Tem alguém que quando você ouviu, decidiu “também quero fazer isto”?
Cara, de referência assim tem vários e por vários motivos. Por exemplo: Steven Tyler, que para mim é um fenômeno e continua cantando muito; tem o Axl Rose, principalmente pela presença de palco, é um dos melhores; Freddy Mercury também é outro cara que é quase um clichê gostar dele; Glenn Hughes, que é um outro cara de quem eu gosto muito, mesmo sendo baixista, acabou se destacando muito nos vocais e superando muitos outros vocalistas; tem também o Robert Plant que eu não podia deixar de fora.
Mas dentre todos eles, o que mais me marcou, principalmente no início, foi o Axl Rose: sua presença de palco é sensacional, um cara fantástico.
Roadie Metal: Você citou aí várias referências mais clássicas do Rock, mas e da música mais atual, gosta de algum vocalista da Nova Geração ou prefere mesmo o pessoal da velha guarda?
Tem dois caras que eu curto muito nos vocais, não sei se são necessariamente são da nova geração, mas eu gosto bastante. São eles: o Brendon Boyd, do Incubus e o Mylles Kennedy do Alter Bridge e que também fez turnê e gravou disco com o Slash. Apesas de o Mylles acabar abusando do agudo algumas vezes, acho ele um vocalista muito técnico.
Roadie Metal: Agora vamos falar de você nos vocais: há quanto tempo atua como vocalista da Madre Cassino e qual acredita ter sido o melhor show da banda como um todo? E qual sua melhor performance individual? Por quê?
Eu sou vocalista da Madre Cassino desde a formação da banda, então já são 11 anos na estrada. Talvez um dos melhores shows da banda foi no Araraquara Rock 2013, onde tivemos uma performance bem legal, show com boa estrutura, bem bacana.
Com relação à minha performance, eu lembro muito de um show que fizemos em Ituiutaba – MG no evento chamado Grito Rock, não me lembro o ano exatamente, mas deve ter sido também em 2013. Mas foi um show muito legal, fomos muito bem recebidos pelo público e pelos organizadores, o show em si foi muito bom, rolou uns improvisos e a vibe estava muito bacana, foi bem massa. Acredito que esta tenha sido uma das melhores performances, principalmente na parte vocal.
Roadie Metal: Vamos falar um pouco de técnica vocal agora: tem alguma técnica que prefere utilizar? O que faz para atingir a performance vocal que considera satisfatória?
Não sou um especialista na voz, mas faço muito uso da voz de peito, da voz de cabeça e, de vez em quando, tento encaixar um drive também. O que faço bastante é praticar estas nuances junto com a respiração, coloco a música para ouvir várias vezes também. Tento sempre me ouvir bastante para perceber como está ficando estas alternâncias, porque há uma diferença das formas de cantar. Mas é a prática mesmo.
Roadie Metal: Quando falamos de trabalho autoral, falamos também de criação. Não adiante apenas reproduzir bem uma música, tem que saber criar algo legal a ponto de o público querer parar para ouvir e consumir seu trabalho. Sendo assim, por que cantar música autoral e como faz para colocar a melhor nota para construir a melhor melodia para a música? É um desafio?
A questão autoral sempre foi uma proposta da banda, desde o princípio sempre queríamos criar nosso próprio trabalho e, de certa forma, ganhar destaque com isso. Com relação à melodia, partimos sempre de uma base ou de violão ou de guitarra e eu vou cantarolando em cima, gravo e vejo o que fica mais interessante, vou filtrando tudo. Depois disso, eu busco dentro dessa melodia algumas tônicas, uma sonoridade que fica mais interessante para buscar palavras e rimas para somar ali na música.
Realmente é um grande desafio, porque toda vez que você vai construir algo do zero você tem milhares de possibilidades, tem hora que sai nada, tem hora que muita coisa sai naturalmente. Mas acredito que o maior desafio é com relação à letra, para trazer algo interessante nela, principalmente com o fato de que nossas músicas são em inglês.
Roadie Metal: Ainda sobre performance vocal e apresentação no palco, de todas as músicas covers que vocês tocam no repertório de vocês, qual considera a que melhor combina com sua voz e qual delas tem sua melhor performance no palco?
Gosto muito de cantar Black Night do Deep Purple, já tocamos a música há um bom tempo. É uma música relativamente tranquila para cantar, mas acho que meu timbre casa bem com a música e ela dá oportunidade de interação com o público. Fora ela, tem também uma música mais recente que é a Highway Tune do Greeta Van Fleet, que também casa muito com meu timbre.
Roadie Metal: Bom, já falamos das covers, agora vamos falar um pouco das autorais: qual delas se orgulha mais em ter composto ou ajudado a compor e, no que se refere à questão vocal, qual acredita que tenha ficado ótima e qual delas exige mais de você? Pode ser por técnica, pelo tom, pela respiração, enfim, qual te desafia mais para cantar?
Uma das músicas que tenho mais orgulho talvez seja a Again Again (faixa de abertura do EP Attitude 2018), gosto bastante dela por vários motivos. Um deles é a temática da letra, gosto também da parte melódica e dos refrãos. Acho os refrãos dela bastante para cima, contagiante na hora de tocar.
Ela também é uma música que exige um pouco mais de mim, não que seja difícil de cantar, mas pela repetição dos refrãos, ela exige uma técnica de respiração também, mas nada demais.
Roadie Metal: Você já disse que é vocalista da banda Madre Cassino, agora fale um pouco sobre sua banda: quem é a Madre Cassino? Que tipo de som fazem? O que já conquistaram? O que ainda pretendem conquistar? Qual trabalho autoral seu você gosta mais e por que resolveram fazer Rock Autoral? Fale também quando começou e o que mais quiser falar sobre os trabalhos da banda.
A Madre Cassino é uma banda de Rock formada em 2009 e atualmente somos em três integrantes: H Robles nas guitarras, Jhe Bouvie no baixo e Jr Micali nos vocais. A banda desde o início buscou criar seu próprio trabalho e fazer seu próprio som.
A banda gravou seu primeiro EP em 2012, o Offroad (2012) que conta com 5 faixas. Destas faixas saíram dois videoclipes: Creedy Motorcicle, que foi uma animação criada a partir de desenhos de nosso amigo cartunista chamado Heber Gomes e o Jhe e eu colocamos os movimentos; o resultado foi muito satisfatório para nós. Outro videoclipe que lançamos foi o da faixa Offroad que temos muito orgulho de ter feito, o resultado ficou ótimo principalmente com a limitação de recursos.
Uma das maiores conquistas da banda foi ver o videoclipe de Offroad tocando na Play Tv, passou lá por algumas semanas e temos muito orgulho disto.
De evento que tocamos, participar do Araraquara Rock em 2013 foi muito bom para a banda, o show foi ótimo e fomos muito bem recebidos tanto pela produção quanto pelo público.
Lançamos também um outro EP em 2018, o nome dele é Attitude (2018) e conta com três faixas. Neste trabalho nos desafiamos muito para trazer uma sonoridade nova, deixando um pouco para trás aquela sonoridade clássica que trabalhamos no primeiro EP e que levávamos em nosso som desde o início dos trabalhos da banda.
Resolvemos entrar para a música autoral porque queríamos ser reconhecidos pela nossa própria música, nossa própria mensagem e foi esta a proposta da banda desde o início. Nosso sonho é viver de nossa música, com nossa mensagem e nosso trabalho autoral, seria motivo de grande orgulho para nós.
Roadie Metal: Para encerrar, quais as dicas deixa para quem está iniciando na música e, principalmente, para quem quer ser vocalista: o que na sua experiência é importante fazer e quais passos dar para alcançar a melhor performance. Qual mensagem deixa para os músicos autorais?
Para quem está começando, acho interessante se arriscar, meter a cara e ir encontrando seu estilo vocal, talvez buscar uma assessoria, um professor de canto. A ideia é procurar alguém que possa te conduzir, que possa te ajudar a crescer. Hoje em dia tem muito material na internet, às vezes fica difícil até de saber qual caminho seguir devido a tantas opções, mas é importante fazer este trabalho.
É importante também praticar muito, ensaiar bastante, fazer vários shows, o palco ajuda muito a se desenvolver. A questão do canto não é apenas a afinação, tem também a respiração que ajuda muito na performance. Então é só a prática e o tempo que vão ajudar a pessoa a se desenvolver na música.
É interessante também ter alguém como referência, não copiar, mas ter algo como base. Outra situação que ajuda muito é gravar para poder se ouvir e também se ver, assim fica mais fácil de ajustar os pontos que precisam de ajuste e melhora.
Desejo sucesso a todos que querem entrar para o mundo da música autoral, não desistam, utilizem os recursos da tecnologia atual e divulguem bastante o trabalho. É algo que você está criando, você tem que divulgar e a satisfação pessoal com o resultado do trabalho é boa demais, vale muito a pena.
Para saber mais sobre a banda, basta clicar nos links abaixo:
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