Metal Voice: entrevista com Carlos Leonello, ex-vocalista da banda Chromeskull

O Metal Voice é um quadro da Roadie Metal criado por cinco redatores, cujo ponto em comum é o fato de serem, ou já terem sido, vocalistas de banda de Rock/Metal. Nos textos, serão publicadas entrevistas com diversos vocalistas, onde cada um contará a sua história e trajetória até chegar no posto de frontman/frontwoman de uma banda, indo dos detalhes pessoais até os mais técnicos com tal enfoque na questão vocal.

No quadro de hoje falamos com Carlos Leonello, guitarrista, fundador e ex-vocalista da banda de speedmetal Chromeskull, que passou por mudanças na formação.

RM: Quando você decidiu ser vocalista?

Carlos: Definitivamente não foi algo planejado, no início, quando éramos um trio e a banda estava na fase mais embrionária possível, não queríamos perder muito tempo procurando um vocalista que comprasse nossa ideia, queríamos partir pra ação o mais rápido possível e eu assumi o vocal para que a gente pudesse prosseguir.

RM: Quais foram suas principais influências?

Carlos: De vocalista, Dan Beehler do Exciter e o Cronos do Venom, essas foram as principais influências.

RM: Quais motivos levaram você deixar vocal e se concentrar apenas na guitarra?

Carlos:  Pra ser sincero, eu nunca gostei de cantar, não nasci pra ser frontman e vocalista, mas o fato de ter que me apresentar e falar na frente da galera me deixava extremamente nervoso e eu ficava muito tenso. Focando apenas na guitarra, sinto muito mais liberdade no palco, a concentração e o foco dobram. Você sentia dificuldade em cantar e tocar ao mesmo tempo, por exemplo,

RM: já teve algum riff que você pensou “é com esse eu não consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo” ?

Carlos: Na época em que eu era o vocalista, não sentia tanto essa dificuldade, eu tentava fazer os riffs mais simples possíveis pra poder exercer as duas funções, o que acontece é que eu não entregava 100% nem na guitarra e nem no vocal. Só tinha uma música que eu não conseguia de jeito nenhum fazer os dois ao mesmo tempo.

 Rm: Se você tivesse oportunidade de ser apenas vocalista de alguma outra banda você aceitaria ou focaria apenas na guitarra?

 Carlos: Meu foco é apenas na guitarra e na Chromeskull, mesmo se rolasse algum convite para tocar em outra banda, eu negaria.

Rm: Teve alguma música da Chromeskull que você teve alguma dificuldade para cantar, alcançar alguma nota?

Carlos: A “Riding The Hurricane” é uma música que eu sempre tive muita dificuldade de tocar e cantar. Ela é bem rápida, a palhetada é contínua e eu sempre me perdia, acabava atropelando as palavras e me perdia muito nos tempos.

 RM: Já houve algum show em que você quase perdeu sua voz ou sentiu dificuldade para falar depois?

Carlos: Em todos os shows que fiz como vocalista, todos eu saí sem voz. Até mesmo em ensaios eu ficava rouco. No último show que fizemos, em março de 2020, na terceira música eu já estava completamente sem voz. Após esse show, eu avisei os meninos que eu não queria cantar mais e que eu queria o Aquiles na banda. Eu já tinha a ideia de ter um vocalista desde o lançamento do single “Screams In The Night”.

RM; Houve alguma mudança nas músicas com sua saida de vocalista e a entrada do Aquiles?

Carlos: Houve mudanças em todos os aspectos da banda, tanto visual quanto musical. Somos definitivamente outra banda, estamos muito mais técnicos e consigo entregar muito mais do que antes, tanto em solos quanto em riffs. Somos o oposto do que éramos anteriormente. Tínhamos músicas mais simples e lineares, agora nossas músicas tem mais nuances, mais técnicas e muito mais feeling.

RM: Você mantinha alguma rotina de prática vocal?

 Carlos: Nenhuma, eu sabia que não ficaria muito como vocalista na banda, então não fazia muito esforço pra melhorar.

 RM: Você mantinha algum cuidado com sua voz?

Carlos: Tentei, mas não deu muito certo. Em dias de show, vi que era legal pra voz comer frutas, até cheguei a fazer isso nos primeiros shows, mas depois desandei totalmente nessa rotina.

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