Metal Voice é um quadro da Roadie Metal criado por cinco redatores, cujo o ponto em comum é o fato de serem, ou já terem sido, vocalistas de bandas de Rock/Metal. Nos textos, serão publicadas entrevistas com diversos vocalistas, onde cada um contará a sua história e trajetória até chegar no posto de frontman/frontwoman de uma banda, indo dos detalhes pessoais até os mais técnicos, com total enfoque na questão vocal.

No quadro de hoje conversaremos com André Carvalho da banda Parque Florenza

Parque Florenza é uma banda de Hard Rock/Post Grunge formada na cidade de Itatiba – SP em 2019.

A banda já tem um álbum lançado, seu nome é Pessoas (2019) e é um trabalho conceitual sobre pessoas, trazendo diversas reflexões sobre o tema; o álbum contém sete faixas e pode ser conferido em todas as plataformas digitais. Deste álbum a banda já lançou dois videoclipes que podem ser conferidos no canal oficial da Parque Florenza no Youtube.

Além do álbum já citado, a banda já lançou também um novo single: seu nome é Semibreve (2021), já possui um videoclipe (para conferi-lo CLIQUE AQUI) e a faixa fará parte do novo álbum da banda que será lançado ainda em 2021.

Para saber um pouco mais sobre a banda, confira o quadro Blog do Helton Grunge Indica #07: Parque Florenza.

Então vamos para a entrevista. Confira abaixo!

Roadie Metal – Vamos começar do início: como começou sua relação com a música? Tem alguma primeira lembrança marcante?

Bom, estive próximo da música desde muito cedo, minha mãe lecionou piano por muitos anos e meu pai sempre trabalhou na área comercial da música, como representante. Quando criança, meus pais sempre me encorajaram a estudar música.

Algumas lembranças eu carrego com muito carinho, como minha primeira guitarra, meu primeiro violão, ou quando percebi que queria ser músico; pulando no sofá da sala, fingindo que o controle da TV era um microfone, assistindo Linkin Park Live in Texas e me imaginando lá.

Roadie Metal – Bem interessante como tudo começa, não é? As lembranças continuam sendo marcantes para nós! Bom, e por que decidiu ser vocalista? Algo em especial te despertou maior interesse?

Na verdade, demorei para pegar gosto por cantar. Em minha primeira banda era guitarrista e, quando muito, fazia backing vocals. Quando tivemos problemas em arrumar vocalistas, a banda me empurrou para o vocal. Daí talvez venha meu eterno desconforto em cantar de “mãos vazias”, ou seja, sem uma guitarra ou violão. Enfim, ao ser empurrado para vocal, passei a levar a sério e estudar. Me apaixonei aos poucos, mas hoje é meu refúgio. No canto percebi que poderia me expressar, me conectar com as pessoas e até impactar a vida das pessoas.

Roadie Metal – Entendo! Muitos vocalistas dependem do instrumento mesmo para cantar mais à vontade. Aliás, ser um frontman que sabe entreter bem o público é uma arte para poucos. Vamos falar de referências agora: quais suas referências de vocalistas? Tem alguém que quando você ouviu decidiu “também quero fazer isto!”?

Puts, tenho muitas referências… Sempre gostei de muitas coisas, mas posso separar de épocas na minha vida: Chester Bennington (Linkin Park) foi meu primeiro ídolo como vocalista, tanto pela voz como pela presença de palco e energia. Conforme fui crescendo apareceram outros, como Chris Cornell, Lucas Silveira, Hayley Williams e Jared Leto. E também acabei me conectando muito com artistas de outros estilos, como Bruno Mars, Adele, Amy Winehouse, Tim Maia. Além dos clássicos como Freddie Mercury, Steven Tyler, Jon Bon Jovi… Tem muita gente boa por aí né?

Roadie Metal – Com certeza! Para mim, de todos que você disse, o melhor é Chris Cornell: conseguia ser espetacular em tonalidades graves, agudas e cantava tudo de uma forma única. Falando de épocas diferentes agora: gosta de algum vocalista da nova geração ou prefere o pessoal da velha guarda?

Cara, defendo muito a nova geração, até por acreditar que é essencial para o Rock que tenhamos renovação. Temos grandes vocalistas hoje, como Brandon Urie, Adam Levine, Mauro Henrique, Hayley Williams, Gustavo Bertoni, Jared Leto ou até o Myles Kennedy que apesar de ser um pouco mais velho, chegou ao mainstream recentemente. Gosto muito dos ícones da velha guarda mas fico com a renovação!

Roadie Metal – Falando um pouco sobre você agora: há quanto tempo atua como vocalista da Parque Florenza e qual acredita ter sido o melhor show da banda? E qual sua melhor performance individual? Por quê?

A Parque Florenza existe de maneira oficial desde 2019, porém, sempre foi meu projeto musical, mesmo que de forma amadora. Fizemos muitos shows bons, mesmo de forma amadora… Difícil falar no melhor show da banda, porque acredito que o melhor show será sempre o próximo. Mas acho que minha melhor performance foi no Time4Music. Foi um dia de casa cheia, público cantou junto nossas músicas e agitou do começo ao fim.

Roadie Metal – Falando de forma mais técnica agora: tem alguma técnica vocal específica que você prefere utilizar? O que faz para atingir o resultado vocal que considera satisfatório?

Gosto da ideia de usar (claro que com cautela) tudo que eu tiver de recurso no momento. Ultimamente tenho me baseado muito em 3 técnicas: drive, vibrato e melisma.

Já tive rotinas bem rígidas de estudos com 5, 6 horas todos os dias. Mas, percebi que isso me desgastava mais do que me proporcionava melhoras, então comecei a estudar menos, porém melhor. Atualmente pratico de 2 a 4 horas por dia. Tanto repertório quanto aperfeiçoamento de técnicas.

Roadie Metal – Entendi, muito dedicado você e isso é importante!

Sabemos que fazer música autoral é bem desafiador. Por que cantar música autoral e como faz para colocar a melhor nota para construir a melhor melodia para a música? É um grande desafio?

Comecei a compor muito cedo. Quando ganhei meu primeiro violão aos 11 ou 12 anos, eu achava muito mais divertido criar músicas, do que decorá-las. Logo, sempre que tive bandas tentei introduzir minhas composições. Para mim sempre foi muito natural compor, pois como eu era muito tímido (sou um pouco até hoje) compor era a maneira que podia me comunicar de forma nítida. Além disso, sempre fui muito apegado a transmitir uma mensagem, uma ideia.

A música para mim (e é só uma humilde opinião) precisa necessariamente carregar uma bandeira, uma mensagem. Quando a música é fútil e não agrega nada à comunidade (ou até presta desserviço) foi um emprego de energia à toa.

Roadie Metal – Gosto da sua visão de música e creio compartilhar desta mesma ideia. Agora falando das músicas da sua banda: qual delas tem o maior orgulho de ter composto ou ajudado a compor? E tem alguma que tenha achado que tenha ficado ótima sua participação? Por fim: qual delas exige mais de você?

Difícil colocar uma pois amo todas e cada uma teve seu momento. Me orgulho muito de Pessoas pela letra, linha melódica e a forma com que a interpretei. Mas hoje pelo conjunto da obra fico com Semibreve, além dela ter diferentes intensidades, o refrão é um agudo meio “cansativo” pois fica muitas sílabas na mesma nota, além da parte C que faço um melisma com muita intensidade na frase “então vai viver”.

Roadie Metal – Agora aproveite para falar um pouco sobre sua banda: quem é a Parque Florenza? Quando tudo começou? Que tipo de som fazem? O que já conquistaram? O que ainda pretendem conquistar? Qual trabalho autoral seu você gosta mais? Por que resolveram fazer Rock Autoral? Deixa aí para galera um resumo para poderem acompanhar o trabalho de vocês!

A Parque Florenza é uma banda de Rock formada em 2019, mas idealizada muitos anos antes. Somos quatro sonhadores (Vyque Carvalho, David Bugov e Rafael Hidalgo) que buscamos trazer algo complexo, mas de fácil compreensão. Algo pesado e denso, mas de forma sutil e elegante. Com muita agressividade e muita delicadeza. E nesse paradoxo, há uma definição que nos brindaram mais de uma vez, e que eu acho que combina muito: POP METAL.

Somos vencedores do concurso Up the Band da Autoral Brasil, Kiss Fm (que por conta da pandemia foi adiado) que nos escolheu dentre mais de 6 mil bandas de todo Brasil. E dentre o pouco tempo que temos em atividade, me orgulho muito do que conquistamos e, principalmente, das pessoas que se aproximaram da gente e nos ajudam a carregar nossa bandeira nesta caminhada.

Quanto ao melhor trabalho, sem dúvida nenhuma, será o próximo!

Roadie Metal – Sempre o próximo, certo? Legal ver que acredita tanto no projeto a ponto de saber que sempre virá algo ainda melhor. Assim esperamos aqui ansiosos porque o primeiro álbum de vocês [Pessoas (2019)] é fantástico!

Agora é para encerrar: quais dicas deixa para quem está começando na música? E para quem quer ser um vocalista: o que, na sua experiência, é importante fazer e quais passos dar para alcançar a melhor performance? Para finalizar deixe uma mensagem para os músicos autorais que querem apresentar sua arte para o mundo.

Minha dica é estudar muito, ter uma rotina de treinos e estudos bem definida. Se possível, com acompanhamento de um professor. Abrir a cabeça para aprender de um pouco com cada vertente e gênero da música. TODOS os estilos de música podem agregar algo em você e enriquecer tanto no seu trabalho como na sua maneira de cantar.

Meu conselho é ter equilíbrio: seja firme nos seus ideais, mas sempre os coloque à prova. Dê o seu melhor no atual projeto, mas tenha data para concluí-lo (pois se esperar a perfeição para lançar algo, não lançarás nunca). Lute não só por seus objetivos, mas por sua banda (cuide de quem corre do teu lado).

No mais, são aqueles conselhos que servem para vida: ajude musicistas próximos a você. Não tenha preconceitos. E principalmente: seja legal, o mundo já tem babacas demais.


Para saber mais sobre a banda, basta clicar nos links abaixo, curtir e seguir suas páginas nas redes sociais, além de fazer sua inscrição no canal oficial da banda no Youtube e ouvir os trabalhos na sua plataforma digital preferida.

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