Metal Árabe: conheça 10 músicas de atmosfera desértica

A capacidade da música pesada de se moldar de acordo com a criatividade dos compositores é, certamente, fascinante. Isso permite explorar uma gama enorme de influências, inspirações, atmosferas, que afetam não apenas as letras, mas diretamente a sonoridade, resultando em músicas que levam o ouvinte a outro tempo e espaço. Essa é a chave para a incontável riqueza e variedade que encontramos no gênero.

Em meio a tantas músicas e bandas, encontramos aquelas que tomam como referência as areias do deserto do Saara, a cultura árabe e tudo que envolva os povos e o clima da África Setentrional e o Oriente Médio, desembocando em uma sonoridade típica daquelas regiões que se mescla perfeitamente com o peso do Heavy Metal. É algo único, de máxima criatividade e que atrai o interesse de muitos ouvintes. Por isso, aqui vão 10 músicas de qualidade que te fazem se sentir no calor escaldante do deserto e em contato direto com os povos regionais. Preparado para a viagem? Não se esqueça da longa túnica branca e do turbante.

1) Iron Maiden – The Nomad

O álbum “Brave New World”, lançado em 2000, coroou o retorno do vocalista Bruce Dickinson ao Iron Maiden e nele jaz uma música inspirada em nômades do deserto. A banda não precisou de teclados solo nem quaisquer elementos extras para que o desenho das guitarras e as linhas vocais transmitissem o devido clima árabe.

2) Hamka – Ghost of Desert

O projeto francês de Progressive Metal criado pelo guitarrista Willdric Lievin, cujo único álbum, “Unearth”, saiu em 2005, tem uma forte atmosfera desértica, muito embora foque em mitos da cidade pedida de Atlântida. Com a espanhola Elisa Martín no vocal, as canções só ganharam em interpretação e “Ghost of Desert” é, sem dúvidas, a faixa que mais passa o clima que buscamos nesse tópico.

3) Stratovarius – Babylon

Até mesmo um dos maiores representantes do Power Metal finlandês, o Stratovarius, já lançou uma música com tal cunho. Alocada no álbum “Episode”, de 1996, e inspirada na antiga e famosa cidade mesopotâmica (hoje, território do Iraque), a música “Babylon” é cadenciada e não abre mão da exibição dos recursos típicos árabes.

4) Myrath – Forever and A Day

Quando uma banda já é oriunda daquela localidade, a coisa fica ainda mais especial. Por isso os tunisianos do Myrath (que significa “legado” em árabe) desempenham extremamente bem seu papel, conhecendo sua cultura melhor que ninguém. A banda, que faz Progressive Metal, faz questão de aplicar sua atmosfera cultural integralmente em seus álbuns por meio de teclados, percussões e instrumentos típicos e até linhas vocais raiz. “Forever and A Day”, que abre o álbum “Desert Call”, de 2010, é um excelente exemplar.

5) Kotipelto – Chosen By Re

“Waiting For The Dawn”, de 2002, o primeiro dos três álbuns solo de Timo Kotipelto, vocalista do Stratovarius, leva o Egito como inspiração e isso influi, muitas vezes de modo minimalista, na atmosfera das canções que compõem o trabalho… algumas mais, outras menos. Entre todas, “Chosen By Re” é a de mais ávida manifestação egípcia. De clima marchante e percussivo, a canção conta a trajetória do reinado do faraó Ramsés II, O Grande.

6) Aeternam – Moongod

O Aeternam pode vir de um país frio e distante como o Canadá, que tem cultura totalmente distinta, mas isso não o impede de fazer um grande trabalho esmagadoramente árabe. O álbum “Moongod” é um belo exemplo disso. Lançado em 2012, exibe o amadurecimento da banda e um Death Metal ainda mais brutal em relação ao disco anterior, “Disciples of The Unseen”. A faixa-título abre muito bem o álbum.

7) Acyl – Head On Crash

O quinteto francês do Acyl (palavra árabe para “autêntico”) compõe mais uma banda de Progressive Metal que deixa sua musicalidade ser influenciada pela cultura árabe. “Head On Crash”, presente no álbum “Algebra”, de 2012, evidencia uma banda que funde perfeitamente o Death Metal a elementos instrumentais típicos do Oriente Médio. As alternâncias entre vocais guturais e a cadência rítmica de vocais tradicionais árabes em coro podem te deixar boquiaberto.

8) Amaseffer – Slaves For Life

Fundada no coração do Levante e na capital funcional de Israel, Tel Aviv, o Amaseffer até hoje lançou apenas um álbum, intitulado “Exodus: Slaves For Life”, em 2008. Seu nome, em hebreu, significa “povo do Livro Sagrado” e a finalidade do trabalho, como o nome indica, é narrar a história bíblica do Êxodo, quando os hebreus foram libertados do Egito. É um bem climatizado Metal Opera de Progressive Metal que contou com diversos vocalistas: Angela Gossow (ex-Arch Enemy), Mats Levén (Candlemass) e Kobi Farhi (Orphaned Land) estavam entre eles. Vale conferir a faixa-título.

9) Kamelot – Desert Reign/Nights of Arabia

Os estadunidenses do Kamelot também já apostaram bastante suas fichas nesse tipo de abordagem. O álbum “The Fourth Legacy”, de 1999, que deu ignição à banda no cenário do Power Metal, é recheado de músicas tematizadas e uma das mais belas e fortemente árabes é intitulada “Nights of Arabia”. Ela fica melhor ainda se precedida pelo interlúdio “Desert Reign”, por isso ambas estão mescladas no vídeo abaixo. A inspiração é na lendária rainha persa Xerazade.

https://www.youtube.com/watch?v=qTc8lqHEEoc

10) Orphaned Land – Let The Truce Be Known

É claro que o maior representante do Metal Árabe não poderia faltar nessa lista. Os judeus israelenses do Orphaned Land fazem um trabalho fenomenal nessa mescla de Progressive Metal e cultura oriente-mediterrânea, ao mesmo tempo em que narram histórias do Torá ou, no caso do álbum mais recente (“All Is One”, de 2013), pregam a paz entre as três maiores religiões do mundo. “Let The Truce Be Known” é uma de suas canções mais fortes.

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