“Metal Além da Música” é um quadro criado pelos redatores Jéssica da Mata e Renan Soares com o objetivo de falar dos principais estilos dentro do Rock/Metal. A proposta é abordar características peculiares, estilo visual, ideais e mais. Como diz o título da coluna: Metal Além da Música!
O Rock e o Metal são dois dos maiores gêneros musicais que surgiram com o propósito de “protesto”, marcando a sociedade através das décadas com seu visual e atitude. Com o passar dos anos, foram aparecendo novos estilos e vestimentas especificas, e com eles, ideais sobre diversos assuntos, como política, sociedade e religião.
Punk, grunge, gótico, emo, são alguns dos estilos que vocês conhecerão por aqui, desde o seu surgimento, características, convicções e curiosidades.
No texto de hoje falaremos de um movimento que procurou juntar a nostalgia de um dos estilos pioneiros do Rock n Roll, com a forte energia de outro movimento que marcou os anos 70 pelas suas atitudes.
O Psychobilly surgiu no final dos anos 70 e inicio dos anos 80 na Inglaterra, unindo em sua proposta a sonoridade do Rockabilly clássico dos anos 50, e o peso e pegada do Punk dos anos 70, criando a partir daí uma identidade própria.
Além disso, apesar do estilo ser uma ramificação do movimento Punk, o mesmo procura ser completamente apolítico, tanto que diferente do que ocorre no Punk, suas letras nunca abordam questões politicas, pois sua ideologia principal é que todos possam curtir o som unidos, e sem brigas.
Visualmente, o movimento Psychobilly une os visuais tanto no Rockabilly quanto do Punk, adotando bastante o visual retrô do Rock n Roll dos anos 50 com os moicanos do Punk, além de também adotar as vestimentas desse movimento, como jaquetas de couro e trajes surrados.
É interessante observar também que os instrumentos utilizados no Psychobilly são sempre bem característicos. As bandas na grande maioria das vezes se utilizam em seus line-ups guitarras semi-acústicas, contrabaixo (aqueles enormes que parecem um violoncelo), e uma bateria simples, onde o baterista normalmente toca em pé.
Na parte temática, as letras abordam bastante violência explícita, filmes de ficção, e principalmente, filmes de terror, o que influencia bastante na questão visual de várias bandas, que muitas vezes se vestem como personagens macabros tirados de filmes B do gênero.
O movimento teve “três ondas” em sua história. A primeira ocorreu na Inglaterra (tendo um pequeno início nos Estados Unidos) entre o final dos anos 70 e início dos 80, que teve como bandas mais relevantes nomes como The Meteors (considerada a pioneira do estilo) e Guana Batz.
Há quem também diga que a banda americana The Cramps seja a primeira banda do movimento, pelo fato dos mesmos terem utilizado o termo Psychobilly em seus shows. Mas, o próprio grupo rejeita essa ideia (apesar de ter as características).
A segunda ocorreu na Europa em geral já no meio dos anos 80, tendo como principais nomes as bandas Demented Are Go, de País de Gales, Mad Sin, da Alemanha, e a Nekromantix, da Dinamarca.
E a terceira onda, ocorrida nos anos 90 na América do Norte, ficando popular principalmente no Sul dos Estados Unidos, tendo como principal nome a banda Tiger Army.
No Brasil, o movimento Psychobilly chegou nos anos 80, tendo como pioneiro a banda paulista Kães Vadius. Já nos anos 90, surgiria o nome brasileiro de maior relevância, sendo esse a banda paranaense Os Catalépticos.
Por aqui, o estilo tem uma representação mais forte nos estados de São Paulo e no Paraná, principalmente na região do ABC Paulista, e nas cidades de Londrina e Curitiba. Inclusive, um dos principais festivais referentes ao movimento no Brasil, o “Psycho Carnival”, ocorre anualmente na capital paranaense durante o período de Carnaval.
Sendo assim, encerramos aqui mais um episódio do “Metal Além da Música”. Daqui a duas semanas o quadro retorna falando de mais algum importante movimento em meio ao universo do Rock/Metal. Até lá!
