Metal Além da Música #16: Emo

“Metal Além da Música” é um quadro criado pelos redatores Jéssica da Mata e Renan Soares com o objetivo de falar dos principais estilos dentro do Rock/Metal. A proposta é abordar características peculiares, estilo visual, ideais e mais. Como diz o título da coluna: Metal Além da Música! 

O Rock e o Metal são dois dos maiores gêneros musicais que surgiram com o propósito de “protesto”, marcando a sociedade através das décadas com seu visual e atitude. Com o passar dos anos, foram aparecendo novos estilos e vestimentas especificas, e com eles, ideais sobre diversos assuntos, como política, sociedade e religião. 

Punk, grunge, gótico, emo, são alguns dos estilos que vocês conhecerão por aqui, desde o seu surgimento, características, convicções e curiosidades. 

E hoje chegamos no derradeiro episódio do nosso quadro, isso porque falaremos do último movimento do universo do Rock a chegar ao mainstream, marcando toda uma geração no início dos anos 2000. 

Hoje falaremos do movimento Emo, que acreditem se quiser, não teve seu começo exatamente nos anos 2000 da forma que conhecemos, e sim lá no final dos anos 80. Vocês vão entender agora. 

Vamos começar com a origem do termo “Emo”, que vem da palavra “Emocore”, e é uma abreviação de “Emotional Hardcore”. Acho que o nome é bem auto-explicativo, seria basicamente um Harcore mais melódico com temáticas mais emocionais, onde as bandas cantavam sobre os próprios sentimentos. 

Vale ressaltar que nessa época, visualmente, o chamado “Emo” ainda não tinha o visual estereotipado que ficou famoso nos anos 2000, o qual falaremos daqui a pouco. O mesmo contava apenas os tipos de vestimentas comuns de jovens. Alguns exemplos de bandas que fizeram parte desta “primeira onda” lá nos Estados Unidos foram Rites of Spring, Embrace, Jawbreaker, Sunny Day Real Estate, e outros. Boa parte desses grupos eram originários de Washington. 

Com o tempo, o Emo foi perdendo a característica “Hardcore” que tinha, se tornando cada vez mais melódico. A junção com o chamado Pop Punk foi uma das causas disso, isso vindo de algumas bandas como o Blink 182, Sum 41, Green Day, e outros. 

Até que finalmente chegamos aos anos 2000, e finalmente o chamado “Emo” explode no mainstream. Mas com uma roupagem completamente diferente daquela do final dos anos 80, tanto na questão musical quanto na visual. 

Musicalmente, agora as bandas ditas “Emo” tinham uma sonoridade mais puxada para o Pop Rock, enquanto as temáticas mais sentimentais ficaram ainda mais forte nas letras, ainda tendo o contraste de juntar guitarras pesadas com letras de amor. 

E visualmente, o movimento chegou naquilo que imagino que muitos de vocês conhecem, se utilizando de roupas pretas, maquiagens fortes, cabelos lisos com franjas caindo no olho, e também o uso de sapatos da marca All-Star. 

Algumas das bandas que cresceram em meio ao movimento foram My Chemical Romance, Simple Plan, Panic! At the Disco, Paramore, Good Charlotte, e outros. 

E claro, a moda Emo pegou forte no Brasil, e a MTV foi uma das que ajudou na propagação das bandas do movimento dentro do nosso país. Além dos nomes internacionais já citados, as bandas brasileiras que cresceram em meio ao Emo foram o Hateen, Fresno, NX Zero, Emoponto, Forfun, Strike, Fake Number, e outros. 

Tanto no Brasil quanto no mundo, o movimento Emo foi forte entre os anos de 2004 e 2010, e os últimos nomes brasileiros que ganharam notoriedade em meio a esse cenário foram o Cine e o Restart, que trouxeram novas características visuais, adicionando agora as roupas de cores fortes nas vestimentas. 

Mas após 2010, para alegria de uns e tristeza de outros, o movimento Emo perdeu a força que tinha no mainstream. Hoje, as bandas que se destacaram no movimento ou acabaram, ou não fazem mais nenhum trabalho que tenha ganhado destaque na grande mídia, estando vivendo apenas das glórias do passado. 

Agora, permitam-me falar de uma forma mais impessoal no texto. 

Bom, o movimento Emo dividiu opiniões na época, muitos amavam, e na mesma proporção haviam muitos que odiavam com todas as forças. Atualmente, o ódio exagerado ao chamado “Emo” ainda existe, certamente, mas diminuiu bastante principalmente pelo fato que as músicas daquela época hoje estão bastante ligadas a nostalgia daqueles que viveram a adolescência naquele tempo. E vale lembra que estamos falando de um passado não tão distante assim. 

Mas, você gostando ou não do Emo, uma coisa é inegável, como eu disse o início do texto, esse foi o último movimento do universo do Rock a chegar no mainstream, e desde que o mesmo perdeu forças após 2010, não houve mais nenhum outro com força o suficiente para se destacar na grande mídia. 

Querem uma prova disso? Lá vai. 

Quais são as bandas de Rock (e desconsidere qualquer questão de gosto pessoal aqui) da geração atual que estão em situação de grande destaque hoje no mainstream? Imagino que você não consegue pensar em nenhum nome, não é? 

Pois é, hoje não temos nem mesmo um “Restart” da vida que toda a galera desce o pau. Aliás, outro exemplo que podemos levar é as aberturas da “Malhação”, da Globo, que na época em que o Emo tinha forças sempre trazia músicas de bandas novas que estavam se destacando na época. Hoje o programa traz na sua trilha sonora em sua grande maioria versões “mais jovens” de músicas consagradas do Pop Rock Nacional. 

E aonde eu quero chegar com isso? No fato que isso tudo é a prova do como o Rock perdeu forças de um tempo para cá, se naquela época tínhamos muitas “bandas ruins”(e coloquem várias aspas nisso) na mídia, hoje nem isso temos. As únicas bandas que você ver indo para a grande mídia agora são aquelas já consagradas, que hoje se focam em tocar apenas o seu material antigo. E mesmo essas, quando lançam coisa nova, quase ninguém se importa. 

Com isso, concluo dizendo: se vocês querem ver o Rock tendo mais força, deixem de frescura e valorizem as bandas novas que aparecerem, e principalmente, fiquem felizes se por acaso as mesmas atingirem o mainstream, pois é tendo novos nomes fortes na grande mídia que ajudará o Rock a não virar apenas algo nostálgico para um grupo específico da sociedade. 

Bom, sendo assim, encerramos por aqui o nosso quadro “Metal Além da Música”, onde vimos por vários exemplos ao longo da história que o Rock/Metal não se trata apenas de música, e sim de algo muito maior em nossas vidas. 

Espero que tenham gostado dos textos até aqui, e sigam acompanhando a Roadie Metal para mais novidades no universo do Rock/Metal. 

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