Mercyful Fate: 22 anos de “Dead Again”

Em 9 de junho de 1998, o MERCYFUL FATE lançava o seu sexto álbum. E é sobre “Dead Again” que iremos falar hoje. O álbum é o primeiro a não contar com o guitarrista Michael Denner. Ele retornaria à banda em outras duas oportunidades, em 2008 e posteriormente em 2011. Para o seu lugar foi recrutado Mike Wead.

A banda vinha de dois excelentes álbuns: os clássicos “Time” (1994) e “Into the Unknown” (1996) e a expectativa era grande em relação a este novo álbum . Mas para surpresa de todos, veio um disco pesado, sujo, em que a banda arriscou novos timbres de guitarra. Ao menos para este redator que vos escreve, trata-se do álbum favorito do MERCYFUL FATE,

Então o quinteto rumou para o “Nomad Recording Studio”, no Texas, entre os meses de outubro e novembro de 1997, onde o álbum foi gravado e mixado. O produtor Tim Kimsen, que assinou os dois álbuns anteriores daria lugar a Sterling Winfield e muito provavelmente que ele tenha sido o grande responsável por essa mudança sonora da banda.

Vamos colocar a bolacha para rolar e destrinchar as dez músicas contidas aqui neste verdadeiro petardo? Então venha comigo, no caminho eu te explico:

Torture (1629)” abre os trabalhos e logo se cara surpreende pela mudança na sonoridade. Riffs sujos e com influência da fase stoner do BLACK SABBATH predominam, mas com a voz inigualável de King Diamond.

The Night” é um baita Metalzão para ninguém botar deifeiro, com alguns riffs arrastados e uma leve mudança em que a música fica um pouco mais rápida. E muito peso, coisa incomum ao som do MERCYFUL FATE.

Since Forever” mantém a pegada da faixa anterior, uma música bem pesada, com riffs sujos e com uma sonoridade bem rústica, com algumas mudanças bem bruscas no andamento, todas bem breves. Muito boa.

The Lady Who Cares” traz ótimos riffs pesados em uma música que vai alternando suas bases, sempre tendo o peso como guia. E também conta com dois solos muito bons. Já “Banshee” é densa, pesada, arrastadona, flertando com o Doom em algumas partes e um solo magistral, enquanto que “Mandrake” empolga com seus riffs hipnotizantes.

Sucking Your Blood” é outro sonzaço deste disco maravilhoso em que os riffs dos inspirados Hank Shermann e do estreante Mike Wead dão as cartas em mais uma música pesada e suja. O nível do disco segue nas alturas, e é difícil escolher qual a melhor faixa deste play.

Temos a faixa título, arrastadona, pesada, com um clima bem sombrio, uma atmosfera ótima na sua primeira parte, mas com seus 13 minutos de duração, ela não iria seguir assim e logo ela ganha velocidade, clima épico e fica ainda melhor. E quando você pensa que a música acabou, a quebradeira retorna com tudo e um blues pesado encerra a epopéia da melhor forma.

Fear” é outra faixa que brilha neste ótimo álbum. É uma música mais voltada ao Hard Rock, mas com muito peso e visceral ao extremo. E “Crossroads” encerra o play da mesma forma que começou: agressivo, com riffs não menos excelentes, sendo a cereja deste bolo.

Temos aí em 58 minutos, um disco pesado, sombrio como nunca a banda soou. Em diversos momentos, percebemos que o MERCYFUL FATE bebeu na fonte do BLACK SABBATH, muitas vezes soando como na primeira fase da banda, em outras, soando mais como na fase de Ronnie James Dio. Os resultados alcançados foram excelentes e este disco hoje faz por merecer este texto e que ele siga envelhecendo muito bem.

A banda lançaria mais um outro álbum um ano depois, “9“, que seria o último da banda até os dias atuais, mas isso é assunto para outra história. Hoje é dia de celebrarmos este discaço, de desejar uma longa vida ao MERCYFUL FATE. E você, caro leitor, cuide de você e dos seus, siga as orientações da OMS e fique em casa.

https://www.youtube.com/watch?v=OQtIgwEBvr0

Dead Again – Mercyful Fate
Data de lançamento: 09/06/1998
Gravadora: Metal Blade

Tracklisting:
01 – Torture (1629)
02 – The Night
03 – Since Forever
04 – The Lady Who Cries
05 – Banshee
06 – Mandrake
07 – Sucking Your Blood
08 – Dead Again
09 – Fear
10 – Crossroads

Lineup:
King Diamond – Vocal
Hank Shermann – Guitarra
Mike Wead – Guitarra
Sharlee D’angelo – Baixo
Bjarne T. Holm – Bateria

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