O Black Metal se tornou a vertente mais polêmica, ríspida e extrema da música pesada no início da década de 1990 por meio de bandas norueguesas, que além de perpetuarem o estilo junto a uma legião de fãs ao redor do globo, também levaram aos noticiários televisivos seus suspeitos envolvimentos com queimas de igrejas. O Mayhem é, certamente, o ícone deste período, e o sombrio disco de estreia “De Mysteriis Dom Sathanas”, é a definição da catarse do Black Metal. De volta ao Brasil, em turnê que retorna ao Rio de Janeiro, no dia 8 de junho, os noruegueses trazem ao Cais da Imperatriz o segundo ato da turnê comemorativa do álbum.
O Mayhem está revigorado. Desde a primeira turnê mundial para celebrar a longevidade e relevância de “De Mysteriis Dom Sathanas”, a lenda norueguesa oferece – e com sucesso – a experiência de assistir a um espetáculo grandioso sobre um álbum lançado em 1994, repleto de blast-beats, riffs cortantes e vocais agressivos. Mais de duas décadas depois, estes elementos tão intrínsecos ao Black Metal soam ainda mais explosivos e esmagadores quando executados ao vivo pelo Mayhem de hoje, no melhor conceito de orquestra infernal.
A formação do Mayhem que volta ao Rio de Janeiro é bastante relevante à história de “De Mysteriis Dom Sathanas”, apesar das baixas que rondaram a produção do álbum, que por meandros perturbadores levaram às mortes do guitarrista fundador Euronymous e do vocalista Dead, e ao envolvimento de Varg Vikernes (Burzum, ex-baixista do Mayhem, quando usava o pseudônimo Count Grishnackh). A produção do show na capital carioca é da Headbanger Produções com apoio da Abraxas.
Hellhammer, o baterista original, comanda o Mayhem ao lado do também membro fundador, o baixista Necrobutcher. Nos vocais, quem alinha a missa negra é Attila Csihar, o vocalista original de “De Mysteriis Dom Sathanas” e que retornou à banda em 2004. Os guitarristas, no Mayhem desde o início desta década, são Teloch (que já foi integrante de palcos do 1349 e Gorgoroth) e Ghul (ex-Cradle of Filth).
“De Mysteriis Dom Sathanas”, frase em Latim traduzida por Euronymous e que significa, em tradução livre, O Ritual Misterioso do Senhor Satanás, estabeleceu a estética obscura do Black Metal, com músicas absolutamente avassaladoras, entre passagens climáticas e momentos de pura hecatombe: “Funeral Fog”, “Freezing Moon”, “Life Eternal”, “Cursed in Eternity”, “From the Dark Past”, “Buried by Time and Dust”, “De Mysteriis Dom Sathanas” e “Pagan Fears”.