Em recente entrevista à estação de rádio WXAV 88.3 FM de Chicago, o ex-líder do Sepultura, Max Cavalera, refletiu sobre o inovador álbum de 1996 do grupo “Roots”, no qual ele e seus companheiros colaboraram com a tribo xavante brasileira.
“O álbum ‘Roots’, que foi fortemente influenciado [pela] música tribal – a mistura de música tribal e metal era uma coisa nova, e nós meio que entramos em um território completamente desconhecido quando fizemos isso, e os resultados foram incríveis”, disse ele. “E acabamos sendo elogiados por pessoas como Dave Grohl [Nirvana, Foo Fighters] e Lemmy do Motörhead, o que foi surreal para mim ouvir – meus ídolos elogiando algumas das minhas coisas. Foi muito legal.
“Se você faz isso com paixão – você apenas tem que ter paixão pelo que está fazendo – e às vezes você tem que ir a esses territórios desconhecidos e apenas ver o que acontece”, ele continuou. “E não tenha medo disso, não tenho medo – apenas vá em frente. E às vezes você vai falhar, e às vezes você não – às vezes será ótimo. E às vezes é controverso. E está tudo bem, não para todos.
“Algumas pessoas adoram ‘Roots’; outras pessoas odeiam ‘Roots’. Algumas só gostam das coisas antigas, outras querem que eu toque como fazia quando tinha 15 anos. Não consigo fazer isso o tempo todo. Tento fazer um pouco disso para algumas coisas que faço, mas não posso ser apenas isso. A vida é muito mais do que isso.
“Isso é o que acho que as pessoas não entendem”, Max acrescentou. “A música é uma paisagem tão grande. Podemos fazer muito com ela. É infinita. É isso que é legal. Há muito mais coisas que você pode explorar e fazer coisas diferentes com ela. Por que repetir a mesma coisa e sobre?”
“Roots”, junto com “Chaos A.D.” de 1993, é considerado o lançamento de maior sucesso comercial do Sepultura, tendo sido certificado ouro em 2005 pela RIAA (Recording Industry Association of America) para remessas nos EUA superiores a 500.000 cópias.
Em uma entrevista de 2016 para a Metal Hammer, o vocalista do Korn Jonathan Davis disse que sentiu “Roots” emprestado pesadamente de sua própria banda. Ele disse: “Achei [que] era um grande elogio, mas também pensei que era uma merda. Foi apenas uma fraude flagrante do Korn, e conversei com o produtor Ross Robinson sobre isso, porque ele acabou de aceitar nosso som e deu para o Sepultura. Meu jovem cérebro não aguentou. Mas eles conseguiram. E esse é um álbum clássico, então está tudo bem.”
Mais tarde naquele mesmo ano, Max disse ao programa “Démentièllement Vôtre” da estação de rádio CKRL 89.1 FM da cidade de Quebec que discordava da avaliação de Davis sobre “Roots”. “Não vejo assim”, disse ele. “Eu acho que especialmente o som do Korn, na minha opinião, com o baixo, é horrível. Nós não tínhamos isso; tínhamos muitos graves e coisas que o álbum do Korn não tinha. Ver por que ele ficaria chateado, porque não vejo muita semelhança entre os dois. Além disso, Korn não era a única razão pela qual queríamos trabalhar com Ross. Ele tinha feito uma demonstração do Fear Factory que eu realmente gostei e tinha um som realmente cru. E ele fez uma música do Deftones no álbum ‘Adrenaline’ que eu realmente gostei.”
Ele continuou: “Dizer isso é como dizer que o Sepultura deveria ficar chateado com o Cannibal Corpse porque eles usaram o [produtor] Scott Burns. Não estou chateado com o Cannibal Corpse; acho que eles são ótimos. Porque éramos um dos primeiros que trabalhamos com Scott Burns, deveríamos ficar bravos com todas as bandas que trabalham com Scott Burns? Isso é infantil. Então ele está realmente sendo infantil. E eu realmente não dou a mínima para o Korn ou qualquer um.
“Nós éramos muito diferentes do Korn; temos nossa própria maneira de tocar e as músicas são diferentes. Tudo é diferente. É apenas o mesmo cara que gravou os dois álbuns; essa é a única semelhança”.
Davis foi apresentado como convidado na faixa de “Roots”, “Lookaway” – junto com Mike Patton do Faith no More.
Em 1996, Max saiu do Sepultura após o resto da banda se desligar da sua esposa Glória, que era empresária da banda.
Fonte: Blabbermouth.net
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