Você cria uma grande história épica na sua cabeça e, para contar, resolve gravar um álbum de Power Metal sinfônico, desenhar uma bela capa e fazer a distribuição em busca de divulgar o projeto. E neste momento você pensa: “Mas eu já vi isso muitas vezes por aí. O que tem de diferente nisso?”. A diferença é que Marius Danielsen pensou neste mesmo conceito mas chamou os maiores nomes do Heavy e Power Metal do mundo para participar de cada faixa contando junto esta história e irá transformá-la em um Comic Book posteriormente. E quando falamos dos maiores do mundo estamos falando de nomes consagrados como Tim “Ripper” Owens (ex-Judas Priest), Edu Falaschi (Almah), Jonas Heidgert (Dragonland), Timo Tolkki (ex-Stratovarius), Chris Caffery (Savatage), Ross the Boss (ex-Manowar), Barend Courbois (Blind Guardian), Mike LePond (Symphony X) e muitos outros.
Toda essa gama de talentos originou um trabalho dividido em dois álbuns, “Legend of The Valley Doom”, lançado agora no final de janeiro de 2017 e outro previsto para 2018 pela Nuclear Blast. E Marius Danielsen trouxe com essa história um novo fôlego para o fãs de Power Metal Sinfônico. O que você vai ouvir nas doze faixas que compõem a primeira parte deste trabalho é o que há de melhor, mais rápido e mais técnico de um trabalho cheio de gente talentosa. Se você gosta de Rhapsody of Fire, Stratovarius, Hammerfall, Helloween, Edguy, Avantasia e até mesmo a velha Donzela de Ferro vai encontrar um prato repleto de boas composições e melodias novas, refrões muito cantantes, solos e riffs épicos, corais, pianos e violino. É literalmente como estar dentro da história em um universo RPG.
Marius é um ótimo guitarrista, vocalista e compositor que mostra que sempre é possível revigorar o clássico e levá-lo a um patamar ainda mais elevado. As variações nos vocais transformam cada música com uma personalidade única mas sem perder muito a identidade do disco. Mais de 30 convidados deixam cada música diferente da outra e faz com que o álbum não se torne cansativo em nenhum momento. Mas lembre-se, é puro Power Metal melódico, moldado nos tradicionais clichês.
Meus destaques são para “Battle of Bargor-Zun” que começa no melhor estilo Rhapsody of Fire nos tempos dos primeiros trabalhos, com uma pegada rápida, guitarras e pedais duplicados e acelerados trazendo também um ótimo refrão épico. “Mirror of Truth” com uma mistura de Edguy e Iron Maiden, em algumas partes, lembrando até mesmo a conhecida “Brave New World”.
“Haunting My Dreams” com fortes influências de Hammerfall, a épica “The Legend of Valley Doom” no mesmo estilo de “Keepers of The Seven Keys”, inclusive com seus longos 14 minutos de faixa e a balada “Fallen Heroes” no melhor estilo Demons and Wizard são mais três músicas que chamam a atenção. Essencial, belíssima e necessária.
Com uma produção perfeita, como um álbum de Metal deve ter e uma capa com um storytelling adequado às composições, “The Legend Of Valley Doom” é um disco obrigatório aos fãs do estilo e é a prova que nenhum estilo pode ser considerado desgastado ou ultrapassado na cena Metal. Muito recomendado! E ansioso pela parte 2, que já está disponível em alguns vídeos na página do Facebook.
Faixas:
01 – Intro
02 – The Battle of Bargor-Zun
03 – Prophecy of The Warrior King
04 – Chamber of Wisdom
05 – Mirror of Truth
06 – Haunting My Dreams
07 – The Legend of Valley Doom
08 – Lost in a Dream
09 – Raise Your Sheids
10 – Free as the Wind
11 – Outro