De acordo com Bruce Dickinson, apenas três ou quatro outros jornalistas do mundo possuem cópias de suas novas memórias diz ele para a Revolver Magazine. Na verdade, ele diz que seus próprios companheiros de banda em Iron Maiden ainda não o leram. Isso foi antes do lançamento oficial, e virou essa incrivel entrevista para o periódico.

O livro What does this button do? Surpreendentemente engraçado e escrito sem a ajuda de um editor, e à mão; mostra a vida de Bruce Dickinson: De um instrutor anônimo da escola em Worksop, na Inglaterra, para esgrimista de classe mundial, piloto de avião comercial, magnata de cerveja e – oh, bom líder de uma das maiores bandas de metal do mundo.

 

Havia um monte de coisas empilhadas“, ele diz enquanto reflete sobre suas experiências – para o qual ele pode adicionar o lançamento de uma segunda assinatura de Maiden Beer, “Hallowed“, e um novo box de vinil, Soloworks, de seu trabalho solo. “Meu manuscrito original era algo como 170.000 palavras, mas reduzi isso para 105.000. Eu provavelmente poderia ter feito mais 60 ou 70.000 em cima disso, confortavelmente, e incluiríamos outras coisas lá. Mas teria sido um livro praticamente ilegível “.

CONFIRA A ENTREVISTA:

Bruce Dickinson – É interessante que você diga isso, porque há muitos detalhes pessoais que eu deliberadamente não coloquei porque não queria que o livro se transformasse em uma espécie de sessão de terapia pública bizarra. E também porque muitas coisas a ver com família – nascimentos, casamentos, mortes – se você escrever sobre essas coisas, você começa a invadir o espaço pessoal de muitos outros que não é falar de você. Embora possa ser bom para revistas de fofocas e coisas assim, não avança a narrativa da história.

Bruce Dickinson – Bem, essa é a minha vida. [Risos] É assim que olho para o mundo. Todo mundo assume que Maiden é um pouco sério, mas acho que grande parte do que eu faço é para ser engraçado de maneira irônica, como “Foda-se, não posso acreditar que estou fazendo isso!

Bruce Dickinson –Eu simplesmente achei isso mais fácil do que digitar. Eu sou escritor à mão, terrível. E pior do que a minha digitação é a minha escrita, mas na verdade faço menos erros ortográficos quando escrevo coisas. E eu odeio digitar em laptops, de qualquer forma. Eu gosto de um grande PC antigo com um teclado grande. Mas você infelizmente não pode levar isso para o pub.

Bruce Dickinson –Um pouco dele, sim. Eu simplesmente pego meu bloco de notas pequeno, vou tomar algumas cervejas e escrevo cerca de 1.200 palavras por vez. Eu ri de mim mesmo quando estava fazendo isso. [Risos] Eu escrevi em trens, em aviões, em quartos de hotel e em pubs. O único lugar que eu quase nunca escrevi foi em casa. Eu acho muito difícil fazer qualquer tipo de trabalho quando estou em casa. Eu faço coisas em qualquer outro lugar, mas quando chego em casa não faço nada.

 

Bruce Dickinson –Nunca vai acontecer. Eu sei que posso escrever, então eu pensei: “Eu vou fazer isso sozinho“. Qual é o objetivo de filtras sua história através da visão de outra pessoa? Há alguns pedaços lá, exatamente como duas ou três linhas, que Rod [Smallwood], nosso empresário, realmente mudou. Quando ele voltou das impressoras, eu estava lendo isso, e essas linhas ficaram como um “polegar dolorido” porque, estilisticamente, não era minha voz. Parecia que alguém acabava de escrever um comunicado de imprensa e colocá-lo no meio disso. Era como, “Quem diabos escreveu isso? Eu nunca colocaria essas palavras nessa ordem assim”. Eu disse a Rod, “Você escreveu isso desgraçadamente?” E ele disse que o fez para corrigir uma imprecisão. [Risos] Nós mudamos isso, então agora é 100% de mim.

HÁ UM MOMENTO NO LIVRO QUE VOCÊ DESTACA UM FATO ESPECIAL . VOCÊ É UM ADOLESCENTE E MOSTRA PARA SEU PAI A ARTE FINAL DO ÁLBUM DE VAN DER GRAAF GENERATOR . ELE DIZ QUE “DEPRAVADO” E VOCÊ DECIDE DE IMEDIATO A GANHAR MAIS TEMPO FORA DE CASA.

Bruce Dickinson –É apenas uma pequena parte do livro, mas é interessante que você transforme isso numa grande coisa, porque era uma coisa importante para mim. Bom, pra mim ele estava  criticando toda aquela merda e achava que isso era importante. E, claro, o que o faz doer é o fato de  você oferecer aquilo de maneira ingênua e simplesmente ele devolve mal para você. É como, “OK. Eu acho que vou embora, e fazer as coisas sem você então!

Bruce Dickinson –Bem, eu demorei um pouco pra decidir o que fazer por um tempo. Algumas pessoas têm coisas terríveis, terríveis e abusivas acontecendo dentro de casa, então poderia ter sido muito pior. Na verdade, não era uma vida tão ruim assim. É só uma merda que aconteceu comigo – e como aconteceu!

Bruce Dickinson –[Risos] Esse foi o fim da minha carreira escolar. Uma das fotografias que teremos no livro é, na verdade, do meu relatório escolar de fim de ano que deveria ter sido jogado fora. Isso é uma boa leitura. Há uma frase contundente ali que diz: “Sua voz será sua destruição“.

 

Bruce Dickinson –Absolutamente. Mas olhe, quase toda a indústria da música estava inundada nessas coisas nos anos oitenta. Por tudo o que sei, a indústria da música ainda está cheia disso- se não é outra droga. Fui há tanto tempo contra qualquer coisa, exceto cerveja, que eu nem sei a metade das drogas que estão ai fora. Elas simplesmente não me interessam, e nunca o fizeram. Elas [as drogas] parecem transformar as pessoas em idiotas. Eu não gosto particularmente de julgar, mesmo assim. Mas a vida real é muito mais interessante.

 

Bruce Dickinson –Não, mas há algumas coisas que tiramos. [Risos] Com drogas, tudo o que você precisa fazer é mencionar uma ou duas vezes para que as pessoas saibam que aconteceu. Claro que estava acontecendo. Isso afetou o que estávamos fazendo? Na verdade não. No livro, citei algo com Clive [Burr, ex-baterista Maiden]: Ele e alguns de seus amigos fizeram muita “vagabundagem” nos anos oitenta, e como as pessoas ficavam acordadas a noite inteira,  faziam o que quer que fosse. Na verdade, não parece que isso afetou materialmente as coisas. E certamente não acho que tenha sido algo a ver com a morte de Clive.

Bruce Dickinson –Eu não sei. Espero que sim. A coisa entre Steve e eu, é que começamos a não nos entender. Mas ao longo de 30 anos, acabamos nos entendendo. [Risos] Eu acho que é o mesmo com todos na banda, e é por isso que comparo isso a ser uma banda de irmãos. Não quero dizer que todos nós estamos unidos e lutando juntos do mesmo lado e de todas aquelas coisas romanceadas. A maioria dos irmãos não são assim. A maioria dos irmãos brigam muito. Se eles são realmente irmãos, é fato de que eles vieram do mesmo sistema ou órgão. O organismo que nos gerou é o Iron Maiden, e nós realmente crescemos na companhia uns dos outros ao longo dos anos. Nós não ficávamos tanto tempo juntos – apesar do que os comunicados de imprensa acreditarem nisso.

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