Em uma nova entrevista com Terry “Beez” Bezer do “Mosh Talks With Beez“, do Knotfest.com, o líder do Machine Head, Robb Flynn, falou sobre como os protestos anti-racistas dos EUA e a crise do coronavírus afetaram sua criatividade. Ele disse (veja o vídeo, em inglês, abaixo): “Eu ando furioso o dia todo, e as letras e músicas que eu estou escrevendo, tudo isso reflete muito nelas. E mesmo que a música não seja super Thrash ou o que você quiser chamar, as letras estão furiosas pra caralho.
“À medida que você envelhece em uma banda, a melhor opção é calar a boca e fazer declarações no meio do caminho que realmente não ofendem ninguém e que realmente não se posicionam sobre nada em oposição a quando você está jovem e cheia de entusiasmo e não se importa“, continuou ele. “Eu acho que se torna a escolha lógica, porque agitar o barco? É como o que acontece quando você fica velho — as pessoas tendem a se tornar mais conservadoras; elas não querem fazer coisas que possam ofender as outras.“
“Eu definitivamente não estou nem perto do meio da estrada agora“, acrescentou. “Estou em outro lugar. E tenho certeza de que vou perder fãs por causa disso, pelo menos por um tempo. Acho que eles voltarão, e se não voltarem, obrigado por me ouvir por todo esse tempo. Mas é isso que tenho a dizer, e é aqui que temos que ir, e este é o lugar em que o Machine Head está.“
Perguntado se o novo guitarrista do Machine Head, Wacław “Vogg” Kiełtyka (Decapitated), contribuiu para o processo de composição do novo material da banda, Flynn disse: “Eu co-escrevi algumas coisas com Logan [Mader, guitarra] e eu também adoraria escrever com Vogg. Estamos meio que martelando o que precisamos fazer, mas Vogg tocou um solo em uma das novas músicas que lançaremos em breve. E, sim, está com raiva, e estou entusiasmado com a direção que está seguindo. É pesado. É o Machine Head moderno. Eu diria que é familiar nos últimos 10 anos. Não é ‘Burn My Eyes‘; ainda é outra coisa.“
Segundo Flynn, não há pressão para o Machine Head lançar um álbum completo tão cedo. “Eu estou prestes a soltar singles agora“, disse ele. “Eu acho que um álbum definitivamente aparecerá, e algumas dessas músicas podem acabar nesse álbum, mas, para mim, trata-se apenas de um fluxo constante de música caindo o tempo todo.
“Somos muito lentos com os álbuns — já se passaram dois anos e meio desde o nosso último álbum [‘Catharsis‘ de 2018) — então eu só não quero esperar mais um ano para lançar a música. A música está aqui, a música está pronta; muitas das letras que escrevi são muito do que tem acontecido agora e precisam ser ouvidas neste momento.
“Eu faço um podcast e posso colocá-lo no ar uma hora depois. Isso é loucura pra mim. Posso terminar uma música e colocá-la seis horas depois em todos os malditos provedores de serviços digitais“, disse ele. “Isso é incrível. Nunca na história fomos capazes de fazer algo assim. E precisamos fazer mais disso, principalmente com músicas que são escritas sobre esse momento. É importante divulgá-las agora, não daqui a um ano e meio.”
Questionado se os fãs do Machine Head podem esperar novas músicas da banda em breve, Robb disse: “Muito em breve. Mais cedo do que você pensa.”
Em fevereiro passado, o Machine Head lançou um novo single chamado “Circle The Drain“. Foi a primeira música nova da banda desde “Do Or Die“, lançada em outubro passado e foi descrita por alguns fãs e meios de comunicação como uma faixa “diss” (um tipo de faixa resposta) voltada para os detratores do Machine Head, em particular aqueles que criticaram as músicas do último álbum da banda, o mencionado “Catharsis“.
Flynn é o único membro original remanescente do Machine Head, formado em 1991 na Bay Area de São Francisco. O grupo comemorou recentemente o 25º aniversário de seu álbum de estréia, “Burn My Eyes“, apresentando o LP na íntegra em turnês europeias e norte-americanas, com os ex-membros Chris Kontos (bateria) e Logan Mader (guitarra) temporariamente se juntando à banda.
Cada show da turnê de 25 anos de “Burn My Eyes“, consistiu em duas partes: na primeira parte, Flynn e o baixista Jared MacEachern se apresentaram ao lado de novos recrutas, Vogg e o baterista britânico Matt Alston (Devilment, Eastern Front); enquanto a segunda parte apresentava “Burn My Eyes” tocado na íntegra pela primeira vez, com Kontos e Mader participando.
Fonte: Blabbermouth