Kyle McGinn da Dead Rhetoric recentemente conduziu uma entrevista com a vocalista Johanna Sadonis e o multi-instrumentista Nicke Andersson (também do Entombed e The Hellacopters) da banda de Heavy Rock, Lucifer. Alguns trechos da conversa seguem abaixo (via Blabbermouth e traduzido pela Roadie Metal):

Dead Rhetoric: Dado o retrabalho dos membros depois de “I” (primeiro álbum da banda), você viu isso como uma chance de reimaginar a banda?

Johanna: “Absolutamente. Você acertou em cheio. Essa foi originalmente a ideia para essa banda — ser uma banda de Heavy Rock dos anos 70. Virou um álbum muito mais pesado quando Gaz [Jennings, guitarrista] entrou na banda e escrevemos o primeiro álbum juntos, mas quando o Gaz saiu, como você disse, achei que seria uma boa oportunidade para voltar ao som original, já que o Nicke é um grande fã do Heavy Rock dos anos 70, assim como eu, foi uma reviravolta do destino.

Dead Rhetoric: Como foi a escrita entre vocês dois, em comparação com a forma como você abordou o primeiro álbum?

Nicke: “Eu me lembro de perguntar a Johanna como ela e Gaz escreveram o primeiro álbum porque eu estava interessado em como as pessoas escrevem juntas, até porque eu nunca fiz isso. Eu sempre escrevo sozinho. Nós conversamos sobre isso, e quando Gaz saiu eu fiquei triste, mas depois de 30 segundos, eu fiquei tipo, ‘Hmmm, talvez você e eu possamos escrever juntos?’ Então eu disse isso, aí eu tive que dizer isso mais algumas vezes.

Johanna: “Eu estava dando duro para conseguir.

Nicke: “Então nós começamos a testar as coisas, enviando coisas de um lado para o outro por e-mail. Funcionou muito melhor do que eu pensava que funcionaria para escrever música com outra pessoa. Eu geralmente tenho uma visão tão forte desde o começo de como eu queria que fosse. Mas isso funcionou!

Dead Rhetoric: Então você achou refrescante escrever com outra pessoa, diferente do Entombed e The Hellacopters?

Nicke: “Totalmente! Quero dizer, eu também gosto de escrever por conta própria. Mas isso é mais uma espécie de quebra-cabeça, porque nós enviamos músicas de um lado para o outro e não sabemos como isso vai acabar. Isso é muito gratificante, acho. Você também pode deixar acontecer um pouco, pessoalmente. Por exemplo, Johanna pode voltar com um verso, mas não onde eu pensei que o verso estava. Eu estou tipo, ‘Oh, tudo bem, você pode fazer assim e é incrível!’ Então, é claro, é bom escrever com quatro orelhas em vez de duas. Você ouve coisas ligeiramente diferentes e abre muitas possibilidades. Eu adorei fazer assim.

Dead Rhetoric: Você chegou ao segundo álbum, você vê o Lucifer sendo mais estável que o The Oath?

Johanna: “Totalmente. The Oath tinha um álbum. Era uma constelação instável, sábias pessoas. Acho que o Lucifer encontrou seu lugar e som com esse segundo álbum. Eu não acho que fiz algo tão bom quanto esse novo álbum e estou muito orgulhosa disso. Já estamos começando a falar sobre gravar ‘Lucifer III‘, que gostaríamos de lançar em setembro do ano que vem. Então, temos planos para a banda, totalmente.

Dead Rhetoric: Você mencionou que este álbum era mais uma releitura da banda. Você acha que o som atual tem mais um apelo amplo, por assim dizer?

Johanna: “Talvez. Eu ainda acho que é pesado, talvez de uma maneira diferente. Eu acho que isso abre o Lucifer para mais pessoas. Claro, haverá algumas pessoas que não estão felizes com as mudanças, mas essa é a cena do Metal. Você não pode deixar todo mundo feliz, há sempre pessoas que ficarão chateadas por não ser mais uma desgraça, mas já parece que, com as três músicas que saíram, há muito mais pessoas descobrindo o Lucifer, porque quanto mais pessoas escutam, mais música conseguimos fazer.

Nicke: “Além disso, é algo que está totalmente fora de seu controle, de qualquer maneira. Enquanto estivermos felizes. Eu amo o primeiro álbum, então por que fazer isso de novo? Você já o fez.

Johanna: “Há uma química diferente, com duas pessoas diferentes escrevendo.

Nicke: “Duas pessoas diferentes escrevendo, e outras pessoas tocando. Haverá diferenças. Às vezes eu acho que posso ver as diferenças entre os dois álbuns, mas não tanto assim.

Johanna: “A produção soa diferente. Mas quando tocamos as músicas ao vivo, porque as testamos agora com nossa última série de shows com material antigo e novo, ela se mistura totalmente. As músicas do primeiro e segundo álbuns soam como as mesmas. Ainda há elementos Doom. As melodias podem ser mais diretas, e cativantes, se eu posso dizer assim sem soar muito cheia de mim mesmo. Eu acho que as novas músicas são um pouco mais cativantes e mais soltas do resto do underground do Doom Metal, o que eu acho incrível. Eu sou louca por  músicas cativantes.”

Nicke: “Se isso der merda, as pessoas vão pensar que sou o culpado! [Risos]

Dead Rhetoric:: Tocando esse tipo de música, com a vibe dos anos 70, você acha que a estética de tudo relacionado à música: a arte da capa, roupas e coisas do tipo, isso precisa ser coeso?

Johanna: “Com certeza. Ninguém quer ver o Black Sabbath em calças de corrida e sneakers. Nós dois estamos na mesma página aqui e somos loucos por coisas visuais — gráficos, a arte, como uma banda se veste. Minhas bandas favoritas também tem que ter o visual legal. Estamos tentando… só não sei se funciona. [risos]

Nicke: “Eu provavelmente ainda gostaria da música do Ramones se eles fossem totalmente diferentes, mas eu acho que gosto mais como eles eram. É uma coisa uniforme. Eu gosto disso. Eu cresci com o Kiss, então aqui vamos nós. Como você disse, tem que ser? Não, mas queremos que seja.

Johanna: “Certo. Afinal, a música é feita por músicos para desaparecer nela, e as pessoas vão aos shows para ouvir álbuns porque querem desaparecer. Qualquer coisa que ajude na criação de algum tipo de mágica é importante.

Nicke: “Tudo está conectado. E nos faz sentir bem sobre isso.

Leia a entrevista completa (em inglês) no Dead Rhetoric.

Lucifer II” foi lançado em 6 de julho pela Century Media Records.

Créditos da foto: Ester Segarra

Fonte: Blabbermouth

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