O rock vintage nunca esteve tão em voga como nos últimos cinco anos e ainda se mantém. No entanto, é notável que as bandas emulam a sonoridade da época, dando uma roupagem totalmente atual às composições. Logo, é muito raro ver algo tão fiel aos anos 70, período que mais traz referências às bandas que apostam nessa musicalidade.
Por isso, ouvir o EP autointitulado do Lords of Apricity é uma verdadeira benção. O trabalho simplesmente se inspira no rock clássico setentista, consegue resgatar a essência daqueles tempos, além de timbres e o próprio clima que emanava em um período que o rock and roll dava um verdadeiro salto evolutivo em sua concepção.
Mas, além de não se restringirem a isso, pois a banda de Milwaukee também traz toques de psicodélico e progressivo, eles cometem uma façanha e tanta. Mesmo com a habilidade de resgatar a sonoridade, manter o clima vigente no cenário da época, ainda passam longe de soarem datados e muito menos tendenciosos. Acaba sendo algo inexplicável, mas que fica muito mais evidente ao ouvir o EP.
São três composições bem distintas em suas estruturas, mas todas com a cara da banda, onde as guitarras ariscas e os ótimos vocais femininos, que conseguem mesclar beleza, agressividade e imponência, são o mote. As influências vão de Venus a The Doors, além de nomes como The Animals, Rolling Stones e MC5.
“Victory Song” abre o disco com um riff de guitarra providencial, ganha um piano bem maroto fazendo fundo e tem uma levada bem descontraída, além de um refrão empolgante. Enquanto “What It Takes” é uma composição mais versátil, com um bom ‘groove’ e direito a metais. Por fim, “Planet Planet” é aquela faixa atmosférica típica da época, unindo sutileza e psicodelismo, do jeito que Jim Morrison gostava. Vintage, épico e empolgante.
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