Com um pouquinho de atraso, estamos prestando uma homenagem aos 29 anos do segundo disco do LIVING COLOUR: “Time’s Up“, apagou as velinhas no último dia 20 se agosto. A banda vinha de um excelente disco de estréia, “Vivid“, que ganhou o Grammy com a música “Cult of Personality”, no ano de 1990 e já havia faturado o prêmio de melhor banda nova no “MTV Music Awards“, no ano de 1989. Então a banda precisava fazer um trabalho que os mantivessem na crista da onda. Isso não seria nenhum sacrifício. E eles fizeram um senhor álbum.
Eles entraram nos estúdios “A&M Recordings” e no “RPM“, sob a batuta de Ed Stasium, que já havia produzido o disco de estreia. Então, com todos os ingredientes do sucesso de “Vivid“, não é preciso que o leitor duvide de que sairia coisa boa. “Time’s Up” foi lançado pela “Epic Records“.
A abertura se dá com a faixa título, a mais rápida e pesada da carreira da banda, com direito a mudanças de andamento com direito a muito Groove e funkeado. O trabalho do baixista Muzz Skillinger é simplesmente fantástico, fico imaginando como deve ser essa música tocada pelo atual baixista, Dough Wimbish. Uma pena que no show recente da banda pelo Brasil, essa música não estava no setlist.
“History Lesson” embora o título seja interessante a este que vos escreve, pois estou bem perto de me tornar historiador, não passa de uma vinheta e eu não consigo entender ainda a razão de as bandas insistirem em incluir essas vinhetas em seus discos. Mas ok, ela é bem breve e logo chega “Pride“, uma música bem mais suave do que a faixa que abre o disco, mas nem assim é menos pesada. A quebradeira provocada pelo baterista Will Calhoun é sensacional. E Corey Glavor brilha com seu vocal potente.
“Love Hears it’s Ugly Head” é simplesmente o maior clássico da banda. Música obrigatória como encerramento dos shows. Um Hard Rock em que a banda imprime muito peso e densidade. O solo é outra coisa estupenda, o feeling alcançado por Vernon Reid é algo não mais que fantástico.
“New Jack Theme” é uma música que se destaca pelas suas batidas e pelo alcance vocal de Corey. Muito bom esse som.
“Someone Like You” é uma música que remete ao álbum anterior. Um som mais swingado, mas sem abandonar as guitarras distorcidas. Excelente.
“Elvis is Dead”… Outro clássico da banda, um rockão para ninguém colocar defeito. Onde as batidas fortes de Will Calhoun ditam o ritmo, com direito a uma virada monstruosa., além da introdução não menos monstruosa do baixo de Muzz Skillinger, a guitarra com flertes com o Heavy Metal e o solo com o Saxofone ditando as regras. Essa nasceu hit.
“Type” é a minha favorita deste play é na minha lista de músicas do LIVING COLOUR fica atrás somente de Glamour Boys. Aqui temos muito peso e uma base de guitarra sensacional, que novamente flerta de forma intensa com o Heavy Metal, e um refrão grudento;. Perfeita!
“Intermission Overload” é uma música típica do Rock dos anos 1990. E pesada. Com destaque para os agudos de Corey Glavor.
“Under Cover of Darkness” é uma balada bem estruturada, enquanto que “Ology” é uma faixa instrumental em que os integrantes usam do experimentalismo em pouco mais de um minuto de duração.
“Fight the Fight” é uma música que começa bem atmosférica e ganha peso à medida que se desenvolve. Uma música bem interessante.
“Tag Team Partners” é uma intro desnecessária e eu sempre pulo essa faixa, pois logo a seguir temos a música mais criativa de toda a carreira do LIVING COLOUR: “Solace of You“. Ela não tem nada de rock, é uma balada, com influências de música caribenha. Eu particularmente adoro essa música, sobretudo pelo clima de paz que ela proporciona e novamente essa fera chamada Corey Glavor explora sua potência vocal e dá o brilho que a música precisa.
A última faixa, “This is the Life“, é bem melancólica, mas não deixa de ser boa, encerra um disco bem honesto. Em pouco mais de 57 minutos temos um excelente disco, que, se não supera Vivid, chega bem perto, porém, tem vida própria e é brilhante em diversos momentos.
“Time’s Up” chegou a posição de número 13 na “Billboard 200” e ganhou disco de ouro nos EUA. Foi na turnê deste álbum que a banda aportou pela primeira vez no Brasil, no ano de 1992, quando tocou no “Hollywood Rock”.
O LIVING COLOUR que tinha Mick Jagger como padrinho co-produtor em “Vivid“, trouxe a voz do ROLLING STONES para participação em “Time’s Up“. E também a fera Little Richard marcou presença, juntamente com Queen Latifah, Doug E. Fresh, Maceo Parker e James Earl Jones. Tem como um disco desses dar errado? E na cara do gol, Corey Glover, Vernon Reid, Will Calhoun e Muzz Skillings (este fazia sua última aparição em um álbum da banda), os caras apenas finalizaram e correram para a galera.
E nos cabe cultuar esse álbum e desejar uma longa vida a essa banda maravilhosa que é o LIVING COLOUR, que eu tive a honra de assistir ao show de comemoração aos 30 anos do álbum Vivid e mais afortunado eu fui em poder escrever uma resenha para a Roadie Metal – A Voz do Rock, cujo texto você pode ler AQUI. Finalizo parafraseando o narrador Luis Roberto, da Rede Globo, eu defino a banda: “Esses negros maravilhosos”.
Lineup:
Corey Glover – Vocal
Vernon Reid – Guitarra
Muzz Skillings – Baixo
Will Calhoun – Bateria
Tracklisting:
01 – Time’s Up
02 – History Lessing
03 – Pride
04 – Love Hears is Ugly Head
05 – New Jack Theme
06 – Someone Like You
07 – Elvis is Dead
08 – Type
09 – Intermission Overload
10 – Under Cover of Darkness
11 – Ology
12 – Fight the Fight
13 – Tag Team Partners
14 – Solace of You
15 – This is the Life