O amor pelo Slipknot em minha vida começou tarde, lá pelos meus 20 anos de idade, em 2010 mais precisamente. Foi tudo ao contrário, geralmente adolescentes idolatram a banda, dizendo que são a banda mais pesada que já ouviram, seja por conta do som agressivo ou pelo visual das máscaras. Isso acaba afastando o pessoal mais velho, por conta da insistência e fanatismo desses jovens.
Mas vamos lá, 2010, em meados de novembro, um amigo comenta sobre a banda, que estavam lançando um DVD com um show incrível no Download Festival. Fui conferir, torcendo o nariz, mas dei uma chance. Acabei me surpreendendo, visual bacana, músicas bem tocadas, Corey Taylor destruindo, Joey Jordison fazendo coisas inacreditáveis na bateria. Era o Slipkinot entrando em minha vida.
Foi aquela sensação de sempre ser a primeira vez de assistir ao show toda vez que dava o play em “(sic)nesses”. Mal sabia eu que aquela era uma das últimas apresentações de Paul Gray com a banda, algo que fui tomar conhecimento meses depois, procurando saber mais sobre os caras.
Falando sobre o show em si, a banda escolheu um setlist apenas com os singles já lançados, com destaque para as faixas principais do último álbum até aquele momento, “All Hope Is Gone” (2008), onde a banda apostou em uma linha mais melódica e comercial, comparada aos lançamentos anteriores. Repare isso, por exemplo, em “Dead Memories”, com vocais mais cantados e menos gritos, mas o peso também é garantido com “Sulfur” e a ótima “Psychosocial”, hoje em dia um clássico da banda.
Desde a abertura enérgica de “(sic)”, passando por clássicos do primeiro álbum como “Eyeless”, “Wait And Bleed”, além da faixa mais lado B “Get This” a banda provou estar em forma e apresenta versões até melhores que as originais do álbum, com mais precisão e menos afobação, principalmente da parte de Taylor, muito mais técnico e cuidadoso com seus berros.
Ainda transitamos por faixas de enorme sucesso da banda, como “Before I Forget”, “Vermilion” e “Duality”, todas do álbum “Vol. 3: The Subliminal Verses” (2004), que já vinha alimentando essa linha mais melódica da banda.
Não menos importantes, temos as faixas do álbum “Iowa”, o mais sujo e pesado da banda até hoje. “Disastepieces”, “Everything Ends” e “People = Shit” levam todos ao delírio com suas performances malucas e perfeitas.
Fechando o show, temos “Surfacing”, com seu refrão magnífico que é um soco na cara de qualquer pessoa e a interativa “Spit It Out”, onde a performance do público dá um baita gás ao fim do show.
Mais tarde, o áudio desse show foi lançado na coletânea “Antennas To Hell”, com uma remasterização perfeita para os amantes do bom som. No DVD, a edição é impecável, mesmo sendo a mesma transmitida pelo festival um ano antes, teve um tratamento de alta definição e cortes melhorados que tornam a experiência ainda melhor. Se um dia você tiver a ideia de apresentar o Slipknot para alguém, esse é o show certeiro, pois foi o show que me fez ser um fã da banda.
Slipknot – (sic)nesses
Lançamento: 28 de setembro de 2010
Gravadora: Roadrunner Records e Nuclear Blast
Faixas:
01. 742617000027
02. (Sic)
03. Eyeless
04. Wait And Bleed
05. Get This
06. Before I Forget
07. Sulfur
08. The Blister Exists
09. Dead Memories
10. Left Behind
11. Disasterpiece
12. Vermilion
13. Everything Ends
14. Psychosocial
15. Duality
16. People=Shit
17. Surfacing
18. Spit It Out
Formação:
Corey Taylor – Vocal
Mick Thomson – Guitarra
Shawn Crahan – Percussão & Vocal de Apoio
Craig Jones – Samplers
Jim Root – Guitarra
Chris Fehn – Percussão & Vocal de Apoio
Paul Gray – Baixo, Vocal de Apoio
Joey Jordison – Bateria
Sid Wilson – Turnables
