Linkin Park: Mike Shinoda comenta o processo de escrita de ‘In The End’

Mike Shinoda, do Linkin Park, falou à Rock Sound TV sobre a música “In The End“, ultrapassando recentemente um bilhão de visualizações no YouTube. É a segunda faixa da banda a atingir o marco; em novembro de 2018, “Numb” alcançou o mesmo feito.

Shinoda disse: “Estávamos ensaiando neste quartinho em Hollywood. E quando digo ‘Hollywood’, era a parte mais nojenta da cidade. Na época, Hollywood e Vine tinham prostitutas e traficantes de drogas. E havia uma loja de tacos na esquina, um salão de cabeleireiro todo preto ao lado, uma mercearia com um casal coreano que a administrava na esquina e um monte de cientólogos. Havia um lugar que se chamava de centro de leitura, para ensinar como ler, mas todos os livros eram livros de Cientologia, o que é realmente meio sombrio. E foi nesse local que encontramos uma sala de ensaios que podíamos pagar. E nós estávamos escrevendo lá. Estávamos trabalhando no nosso show e nas nossas músicas lá. E eu decidi passar a noite naquele prédio e escrevi ‘In The End‘. E acho que Rob Bourdon [bateria] foi o primeiro a aparecer no dia seguinte para o ensaio, eu toquei para ele, que pirou.

Há uma batalha estranha com a desesperança, a natureza efêmera do tempo e de nossas vidas sobre a qual a música é realmente“, continuou ele. “E o mais estranho da música é que ela está quase falando sobre essas coisas e dizendo ‘eu não tenho respostas’. Geralmente, uma música não é sobre não ter respostas, certo? Ela meio que fica em círculos, liricamente. E especialmente quando jovem, é assim que eu me sinto — é assim que todos nos sentimos. Não sabíamos o que fazer das coisas e, de certa forma, ainda é o que acontece hoje. É uma coisa atemporal e universal.

Também é fácil falar esses tipos de coisas onde você diz: ‘Ok, é popular, então é por isso que é popular.’ Você não pode dizer: ‘Isso é o que será popular’ e, depois, fazer aquilo. [Risos] Você só pode fazer isso depois do fato. O fato é que, sim, tem sido uma das nossas maiores músicas, tem sido nossa maior música por um longo tempo.

O clipe oficial “In The End“, que atingiu a marca de um bilhão, não foi enviado ao YouTube até outubro de 2009, quase uma década após o lançamento original do vídeo.

Surpreendentemente, Chester Bennington (R.I.P.), vocalista do Linkin Park, não se importou com “In The End” quando foi gravada pela primeira vez. “Nunca fui fã de ‘In The End‘ e nem queria que tivesse sido gravada, honestamente“, disse ele ao VMusic em 2012. “Quão errado eu poderia estar? Eu basicamente decidi naquele momento que eu não sei do que diabos estou falando, então deixo isso para outras pessoas que são realmente talentosas em escolher músicas que a maioria das pessoas vão gostar. Também me deu uma boa lição, como artista, que eu não necessariamente preciso fazer música, na minha banda, que quero ouvir. Na maioria das vezes, algo que eu gosto, muito poucas pessoas gostam, e algo que essas pessoas gostam é algo que nem gosto. E isso é legal, me dá uma nova apreciação pelas músicas. Mas, você sabe, agora eu amo ‘In The End‘ e acho que é uma ótima música. Na verdade, eu vejo o quão boa é a música, era difícil para mim vê-la na época.

O Linkin Park disse recentemente que tinha algumas “coisas especiais planejadas” este ano para comemorar o 20º aniversário de seu álbum de estréia, “Hybrid Theory“.

O canal da banda no YouTube possui mais de 16 milhões de inscritos, e o vídeo mais visto no canal é o clipe oficial acima mencionado de “Numb“, que já foi visto 1,4 bilhão de vezes.

A banda não se apresenta junta em público desde outubro de 2017, quando os membros sobreviventes fizeram um show de homenagem a Bennington em Los Angeles.

A banda não anunciou oficialmente se pretende continuar após a morte do cantor, que cometeu suicídio aos 41 anos.

Fonte: Blabbermouth

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