Legacy of The Beast ( Iron Maiden) – Roadie Metal no show em Lisboa

Legacy of The Beast ( Iron Maiden) – Roadie Metal no show em Lisboa

Por Verônica Mourão

A tour Legacy of The Beast foi muito esperada na Europa. Anunciada no ano passado em meados de novembro, ela tem exclusividade no continente e já rodou alguns países, com o término previsto para AGOSTO deste ano. O Iron Maiden nunca esbanjou tanta saúde, bem estar e um espetáculo tão completo como nessa turnê.

Inicialmente nomeada como Legacy The Beast – O nome atribuído ao jogo da banda, que você pode baixar pelo Google Play, clique aqui; esta também foi na verdade a grande surpresa, pois a foto da tour com um vitral de Eddies e simbolismos causava nos fãs uma impressionante busca por novidades, por sinais, por temas para compreender de fato como seria aquele grande show. E afinal era bem mais do que o tema do jogo, era um festival de enigmas a serem desvendados pelos fãs até a estréia oficial.

 

Os tempos passaram e o Iron Maiden finalmente lançou seu concerto em Tallin, na Estônia para um público que delirou do inicio ao fim. Assim tem sido em todas as apresentações desde 26 de maio, o que tem garantido os melhores comentários críticos e as melhores impressões possíveis dos sessentões do New Wave of the British Heavy Metal.

 

Com a contribuição bem sucedida do gerenciamento de Rod Smallwood, a genialidade de Steve Harris e a multiplicidade de Bruce Dickinson, este foi sem dúvida considerado por muitos, como o melhor concerto da banda até o momento. Estive com Rod nos bastidores, tirei uma foto, mas ele não disse nada sobre a possibilidade de ir para o Brasil, mas é aquilo que todo fã da America do Sul espera…Mas muitas coisas estão envolvidas na logística de “Legacy of The Beast Tour”.

 

Além do uso de uma réplica de um avião da Segunda Guerra, o Spitfire que invade o palco logo na primeira música, o espetáculo tem diversas cenas com a apresentação pirotécnica mais impressionante da carreira da banda. Todos os tipos de fogos, seja chamas, lança chamas e fogos de artifício; embora pareçam não arriscados podem chocar-se com as leis de prevenção de acidentes em locais fechado, e até o momento acredito que não haja previsão de concertos ao ar livre, com excessão dos que estão incluidos em Festivais.

Finalmente a ROADIE METAL foi conhecer este grande espetáculo e a data foi o último dia 13 de julho, em Lisboa no Altice Arena. Acompanhe aqui o desenvolvimento e todas as agradáveis surpresas que estes senhores nos proporcionaram:

Quando o concerto do The Raven Age e do Tremonti começaram percebi que aqueles grupos de jovens encabeçavam uma nova vertente do rock e do metal, e sim, eles agitaram as plateias e conseguiram até mesmo fãs para cantarem suas músicas e seguir seus coros. Não estamos mais falando de qualquer banda, mas de jovens rapazes, de uma nova geração criando um elo entre o antigo e novo.

Raven Age

Tremonti

Mas a grande estrela da noite era a maior banda de Heavy Metal do mundo, no ponto de vista de milhões de pessoas.

No entanto uma dúvida surgiu…Como é que pode surgir do cenário desse palco pequeno que abriga os rapazes, o cenário dos shows do Maiden que vemos pela internet? A principio os rapazes só usavam o pano de fundo, mas alguma boa surpresa ali estaria. Depois do show de rock, teríamos um grande espetáculo músico-teatral e cheio de luzes possantes.

 

Como foi…

A música “Doctor Doctor” abriu o concerto. Os fãs mais ferrenhos se emocionam, e eu eram uma dessas pessoas.

Leia a sequência

ACES HIGH. (tema guerra) – O vídeo do discurso de Winston Churchill inaugura aquilo que chamaria Aces Hign, era uma das mais importantes obras de arte do álbum Powerslave, 1984. O avião saiu de trás do palco e foi erguido majestoso por cima das cabeças dos caras. Confesso que em tudo que lhes vou dizer, o tamanho de tudo é menor do que se vê em vídeo. O público português e espanhol do Altice Arena foi aos berros.

WHERE EAGLES DARE – (tema guerra) – Neste momento parece que a bateria de Nicko está perfeita.  Enquanto Aces High fala do poderia aéreo militar da Inglaterra na Segunda Guerra Mundial,  Where Eagles Dare, fala de um filme de 1968 que retrata um fato da guerra, nomeadamente sobre  a fortaleza da equipe britânica, que tinha como objetivo alcançar altitudes muito altas. Assim, o título “Onde as águias se desafiam” significa um lugar onde somente águias ousam se aventurar a alcançar, porque só pode ser alcançado por um pássaro voando alto . Daí o figurino e cenário no “gelo” das altas montanhas.

2 MINUTES TO MIDNIGHT– (tema guerra)  -É referente ao relógio do “Juízo Final” ou de um guerra nuclear. Um relógio simbólico mantido desde 1947 pelo comitê de diretores da universidade de Chicago, que usava a analogia onde a raça humana estava à minutos para a meia noite…o fim da espécie humana. Neste momento, foi tão belo quanto os outros no show.

Bruce portanto entra com seu típico discurso a falar que ali haviam mais de 18 mil pessoas para assistir à banda, explicou sobre a primeira parte da apresentação, e que mesmo depois de muito tempo as pessoas ainda são as mesmas. Então ele levanta a questão sobre LIBERDADE

 

THE CLANSMAN– (ORGULHO BRITÂNICO)Aconteceu como se esperava, a linda música da era BLAZE, cantada com um coro excepcional da platéia começava a aquecer o público de vez! Clasmann para mim foi uma das melhores performances ao vivo, em ponto de realmente emocionar e nos fazer cantar em alto e bom som: FREEDOM. Inesquecível.

THE TROOPER (ORGULHO BRITÂNICO). Um dos melhores Eddies de sempre, a brincadeira toda à volta dele e ele vestido à tropa inglesa. A Bandeira é empenhada e é do país onde o show está a ser feito. Nessa caso, Portugal. Mas Bruce ao falar para a platéia foca na cidade do concerto, e o recado era dado para “LISBON”. Duelo memorável de Bruce e o Eddie.

REVELATIONS – (religião) –  A primeira estrofe dessa música é uma das canções “religiosas” mais comentadas no território inglês. Virou uma canção tradicional que discutia a liberdade em relação ao Anglicanismo e até mesmo o Socialismo, e foi feita por um jovem chamado Gilbert L Chesterton. Faz parte de uma tradição inglesa.

FOR THE GREATER GOOD OF GOD– (religião) em nada fica atrás da temática tão discutida entre a liberdade, a religião e os motivos quais algumas pessoas misturaram o orgulho de guerra e a fé na salvação. Sendo estes contraditórios e altamente ainda discutidos na humanidade.

THE WICKER MAN –  Levanta todo mundo . Baseado num filme de terror inglês dos anos 70 fala do paganismo..

SIGN OF THE CROSS– o momento mais lindo do show. Muitos efeitos especiais de luzes. Falando literalmente sobre as CRUZADAS, temos aqui um brilhante exemplo do que temos para oferecer de grande concerto da maturidade, embora essa seja uma antiga música da era do X Factor de 1995

 

As próximas canções do show foram totalmente um espetáculo de luzes, muitas tochas enormes de fogo, fogos de artifício, e um calor tão grande que estávamos derretendo na plateia. Se alguém tivesse água, que se refrescasse…Estavamos sendo esturricados e ao mesmo tempo extasiados de alegria.

 

FLIGHT OF ICARUS, chegou insana e BRUCE usou toda a sua capacidade vocal. Ficamos amplamente discutindo depois, como ele consegue depois de um câncer, ainda cantar naquela altura, mesmo que a voz esteja mais “encorpada”, especialmente no final desta música, que ele antigamente abusava dos agudos. Tiros de FOGO foram a cereja do bolo. Bruce andava com lança chamas pelo palco…Ele cruzava o fogo, atirava consonante os acordes, parecia mesmo um brinquedo na mão de Bruce

 

CANÇÕES TRADICIONAIS

 

FEAR OF THE DARK veio com o Bruce mascarado, e eu acho aquilo esquisito e foi um parte do show que muita gente que não conhece a carreira da banda e quem conhece,delirou apesar de tudo. Pois é uma das músicas mais populares, inclusive em Portugal. Acho que o Bruce já esta farto disso, então incluiu a máscara veneziana para relatar o “medo do escuro” coroando uma das tours mais TEATRAIS de todos os tempos.

 

CANÇÕES TRADICIONAIS + PIROTECNIAS

THE NUMBER OF THE BEAST  e IRON MAIDEN  se complementaram com o mesmo jogo de cores vermelho e muito lançamento de tochas de fogo. A cabeça do EDDIE demoníaco, como já é esperado permeia o lado contrário do sagrado momento voltado à religião, não deixando de sê-la. A verdade é que aquilo era o próprio inferno, e  era bom estar lá…

Depois de uma pausa o show é fechado com 3 músicas bastante conhecidas pelos fãs. THE EVIL THAT MAN DO, HALLOWED BE THY NAME e RUN TO THE HILLS

ESPETACULAR! NOTA 10!

Agradecimentos: Prime Artists – Portugal, Fotografia: Ana Costa e a colaboração de Mário Costa e Pedro Soares. Grupo Iron Maiden Brasil/Iron Maiden Brasil Notícias. 

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