O último álbum de inéditas da banda Aydra ocorreu no longínquo ano de 2004, com “Hyperlogical Non-Sense”. Depois disso, o que saiu foi uma compilação de músicas demo com outras canções, além de um álbum ao vivo. Dessa vez, o quinteto de Monte San Vito trouxe um novo trabalho chamado “Leave to Nowhere”, imergido na mais perfeita brutalidade. Com dez faixas, o ‘full length’ soa técnico em sua proposta como se observa em “Three Minutes Walk”, uma música com bases thrash e vocais death metal. O clima, no entanto, reflete certa harmonia onde o solo de guitarra, embora pequeno, simboliza a perfeição.
Durante a audição você perceberá que essa harmonia respira bem, apesar de algumas músicas como “Deserter” serem um pouco complexas. Entretanto, alguns recursos de cozinha, como o fraseado de bateria acabam ajudando a deslanchar melhor a melodia dos riffs. No entanto, a complexidade é mesmo a principal arma da banda, onde “Black Skin and Red Sand” é uma de suas principais munições com técnica e poder. Para complementar o conjunto dessa qualidade, músicas como “They Waste a Throne” se destacam pelo peso bem trabalhado. Até aqui, o álbum só tem mostrado evolução no histórico do grupo que se mantém na cena há, pelo menos, trinta anos.
Entre o repertório, outro destaque traz a melódica “Lost Between Two Lands” que, usando de muita versatilidade, promove momentos delicados e outros mais brutais. Sem muito apelo, a canção nos remete ao tempo em que o death metal melódico era bastante expressivo na Europa. Sobre isso, conclui-se que a fusão entre técnica e melodia que a Aydra pratica, vem da influência de nomes como o Death e outras bandas pioneiras. Observe os solos e acordes de músicas como “Armed Factions” e entenderá a comparação. Em outras como “You Can’t Talk Anyone”, há também muita criatividade.
A trinca final do disco se inicia com a faixa título, onde o baixo é majestoso, a bateria é destruidora e os riffs são tão nervosos, que não quiseram maquiar o deslizar dos dedos sobre as cordas. Depois dessa poderosa instrumental, “Forever Hide” entra com tudo com uma entonação gutural tão forte quanto o estrondo de um trovão. Por conseguinte, a tormenta é substituída pela versátil “Psycho Pain Control 2024” que, entre peso, velocidade e melodia, representa em pouco mais de dois minutos toda a identidade da banda. Resumindo, “Leave to Nowhere” é um álbum que faz ponte entre o que é tradicional e sofisticado no metal extremo. Precisamos disso!
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