Faleceu Florian Schneider, co-fundador do Kraftwerk e considerado por muitos um dos grandes inovadores e mais influentes nomes da história da música.
Schneider havia se aposentado do Kraftwerk em 2008 e desde então pouco aparecia em público. Segundo nota divulgada por Ralf Hütter, o outro fundador do Kraftwerk, que continua a excursionar com o grupo até hoje, Schneider faleceu após uma batalha contra um câncer há alguns dias, depois de seu aniversário, mas a verdadeira data de sua passagem não foi revelada. Schneider completara 73 anos no último dia 07 de abril.
Florian Schneider, junto a Ralf Hütter e a banda Kraftwerk, é considerado o grande pioneiro da música eletrônica nos anos 70. A música inovadora praticada pelo grupo era criada com instrumentos eletrônicos inventados por eles próprios no estúdio Kling Klang, que era na verdade um verdadeiro laboratório musical. O Kraftwerk alcançou uma alta popularidade a partir do lançamento de Autobahn (1974) e se firmou como um dos grupos mais influentes da história da música com os lançamentos de Radio-Activity (1975), Trans-Europe Express (1977) e The Man-Machine (1978). Muitos entendidos afirmam que o Kraftwerk é tão influente para a música popular quantos os Beatles, tendo em vista que tudo que se pratica em termos de música eletrônica até hoje foi pioneirizado e ensinado pelo grupo alemão. David Bowie, ainda nos anos 70, revelou que tinha o sonho de criar um projeto musical em parceria com o Kraftwerk, projeto esse que nunca se concretizou. Apesar disso, a fase “Berlim” de Bowie foi fortemente influenciada pelos alemães, tanto que a música V-2 Schneider foi assim batizada em homenagem ao fundador do Kraftwerk.
Não obstante ser reconhecido pelo papel de desenvolvimento da música eletrônica, Florian Schneider e o Kraftwerk foram também nomes cruciais para a criação e desenvolvimento do Krautrock, movimento de Rock psicodélico alemão que teve seu auge na primeira metade dos anos 70 e que prezava pelo alto nível de experimentação. Os três primeiros álbuns do Kraftwerk, Kraftwerk (1970), Kraftwerk II (1972) e Ralf und Florian (1973) são trabalhos essenciais para se entender o estilo e o movimento Krautrock. As experimentações usadas no Rock da banda foram cada vez mais agregando elementos e invencionices eletrônicas que culminaram em Autobahn, o primeiro álbum essencialmente eletrônico do grupo. Florian Schneider tocava vários instrumentos no Kraftwerk como guitarras, flautas, saxofone e violino, antes de migrar em definitivo para os sintetizadores e o vocoder, equipamento inventado por ele que emula uma voz robótica enquanto o vocalista canta. A partir dos anos 90, com a compactação do equipamento de shows do Kraftwerk, Schneider assumiu a função de diretor de imagens, parte essencial dos espetáculos ao vivo do grupo.
Schneider também era conhecido por ser o que mais encarnava uma personalidade extremamente sisuda e fria no Kraftwerk. Essa postura de palco que era compartilhada junto aos outros membros do grupo, junto a aversão a aparições em público e as invenções eletrônicas, ajudaram a moldar a fama de “robôs” que os integrantes carregaram.
Graças as suas performances e a sua criatividade, Florian Schneider se estabeleceu com um dos músicos mais respeitados e adorados da história.
