Chegou a hora que todo fã da Banda Mais Quente do Mundo tanto aguardava, para o bem ou para o mal. Depois de vários adiamentos por conta da pandemia, finalmente o KISS desembarca em solo brasileiro para apresentar ao público o grandioso show de despedida da banda, como parte da End of the Road Tour. Amanhã, em Porto Alegre, o KISS fará o primeiro dos 4 shows no país, que ainda terá Curitiba, São Paulo e terminará no domingo, 1º de maio, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Esta é a sétima vez que a banda vem ao Brasil. Como se diz na célebre frase, que ‘a primeira vez a gente nunca esquece’, o ano debutante foi nos idos 1983, depois a banda voltou em 1994, 1999, com a formação original, 2009, 2012, 2015, como headliner do festival Monsters of Rock e finalmente, agora, em 2022. Quando falamos acima, que esta vinda seria para o bem ou para o mal, referimo-nos ao misto de sentimentos, que esta passagem fornece. Isto porque os sentimentos do fã da banda se tornam ambíguos em relação ao momento da história da banda. Explicamos. Quando uma banda do coração visita o país de um fã, este se sente feliz porque tem a oportunidade de poder ver seu artista predileto de perto, ao vivo. Com os fãs do KISS não é diferente. Todos estão mais do que excitados com esta oportunidade de poder vê-los de perto mais uma vez, ainda mais com uma turnê tão grandiosa quanto esta. Mas, então nos perguntamos o porquê de este momento ser tão feliz e ao mesmo tempo tão triste? Bem, a banda completará 50 anos de estrada no ano que vem. Seus mentores já tem uma certa idade que, por si só, já é motivo para porem seus pés nos freios e ainda por cima, tendo que carregar um peso extraordinário em seus corpos, uma vez que suas fantasias são bem pesadas e eles ainda pulam no palco ao se exibirem para o público. Ou seja, a “sensação térmica”, por assim dizer elevam ainda mais o sofrimento para os veteranos. Assim, por mais que eles amem o que fazem, não conseguem durar muito mais tempo e exatamente por isso anunciaram o fim das turnês e portanto, esta será a última vez que os fãs brasileiros, poderão ver de perto e ao vivo seus ídolos em ação. Desta forma, saber que a banda nunca mais pisará em nosso solo causa uma tristeza imensa nos corações dos fãs. Com certeza haverá muito choro na plateia a medida que os shows forem acontecendo. Nunca na vida do fã do KISS a clássica música “Rock and Roll All Nite” causará tanta dor, quanto desta vez, porque quando ela é executada nos shows com a já tradicional chuva de papel picado é indicativo de fim de feste, fim de espetáculo. Imagina ter que cantar a música em plenos pulmões sabendo que esta será a última vez!!!!!!!! Mesmo assim, que assim seja.

Como dissemos mais acima, esta é a sétima vez que o KISS se apresentará em solo brasileiro. A primeira vez foi em 1983, nos 3 shows que encerraram a “Creatures of the Night Tour”, que celebrava o grandioso álbum Creatures of the Night, lançado em 1982. Naquela ocasião, o KISS desembarcou no Rio de Janeiro para uma apresentação no estádio Mário Filho, o Maracanã, em 18 de junho. Este show entrou para a história da banda como o show solo com maior público de sua carreira, com números não oficiais que anunciaram umas 245 mil pessoas, inclusive o maior público de um único artista na história do próprio Maracanã. Depois a banda seguiu para Belo Horizonte, onde na capital mineira, se apresentou no estádio Mineirão, em 21 de junho, fechando a tour em São Paulo, no dia 25 de junho. Este foi, não só o último show da turnê da banda, como foi também o último em que a banda usou suas tradicionais maquiagens, que escondiam suas verdadeiras identidades. Na época, a banda já não tinha mais os membros originais Ace Frehley e Peter Criss, substituídos por Vinnie Vincent e Eric Carr, respectivamente. Logo depois daqueles shows memoráveis, a banda vontou para os EUA, seu país de origem, para gravar o álbum Lick it Up, lançado naquele mesmo ano e retirou suas maquiagens, revelando suas identidades ao mundo do rock. O KISS só voltaria ao Brasil novamente em 1994, para a primeira edição do Festival Philips Monsters of Rock, em única apresentação no estádio do Pacaembu, em 27 de agosto. Nesta época, o KISS já havia modificado sua formação, que trazia, além dos fundadores Paul Stanley e Gene Simmons, Bruce Kulick, na guitarra solo e o baterista Eric Singer, que substituiu Eric Carr, após seu falecimento precoce, em 1991. Esta foi a única vez que o KISS se apresentou no Brasil sem maquiagem. A terceira passagem da banda pelo país ocorreu em 1999, e desta vez para a divulgação do recente álbum lançado Psycho Circus, com a formação original já que contava com o retorno de Ace e Peter e de volta com as maquiagens originais, para o delírio dos fãs. A banda se apresentou em Porto Alegre e depois em São Paulo, no autódromo de Interlagos, em 17 de abril. Levaria mais 10 anos para que o KISS voltasse ao Brasil, em 2009, para uma série de shows, que faziam parte da turnê dos 35 anos de carreira da banda, a Alive 35 Tour. Desta vez, além de São Paulo, a banda voltaria ao Rio de Janeiro, cidade que recebeu o primeiro show da banda em solo brasileiro. O KISS se apresentou em 7 de abril, em São Paulo, no Anhembi e no dia seguinte, na Praça da Apoteose, em solo carioca, debaixo de uma chuva torrencial. Nesta época, a banda já não contava mais em definitivo com o guitarrista original Ace Frehley, que cedeu lugar a Tommy Thayer, até hoje na banda, usando a sua maquiagem, e o baterista Peter Criss, que foi substituído novamente por Eric Singer, o terceiro membro mais longevo da banda, agora usando a maquiagem também. 3 anos depois, em 2012, para divulgar seu último álbum de estúdio, Monster, o KISS retornou ao Brasil para uma série de 3 shows, em Porto Alegre, em 14 de novembro, São Paulo, em 17 de novembro e Rio de Janeiro, no dia seguinte. A banda foi acompanhada pela banda brasileira Viper, que fazia sua tour comemorativa de 25 anos e contava com a participação especial do vocalista original e maestro Andre Matos. Para esta redatora que vos escreve, este show no Rio de Janeiro, na então HSBC Arena, no complexo esportivo do antigo autódromo, foi marcante e especial. Isto porque foi a única vez que assisti o show do KISS e também pude ver o saudoso Andre Matos no palco. Hoje, 10 anos depois daquele evento, eu ainda sinto o calor das chamas e labaredas que são lançadas durante o espetáculo, ainda sinto o cheiro do incenso que tomou conta do lugar, durante o número solo do baixista Gene Simmons, ainda consigo ver o guitarrista Paul Stanley passando pela tirolesa sobre a minha cabeça para cantar a clássica canção “Love Gun”, no mini palco localizado logo atrás de onde eu estava e ainda consigo ver a chuva de papel picado caindo sobre mim, lavando a minha alma que naquele momento estava entorpecida. E antes de chegar a este momento mágico e nostálgico da grande despedida, o KISS ainda veio em 2015, para se apresentar novamente no Festival Monsters of Rock, em São Paulo, como headliner, em 25 de abril. E além de se apresentar na capital paulista, ainda rodou o Brasil em mais 4 cidades, começando por Florianópolis, passando por Curitiba, Belo Horizonte e Brasília.

https://www.youtube.com/watch?v=uTJJEcPtJ5A

Agora, após anunciar ao mundo que estão pendurando as chuteiras, ou melhor as gigantescas botas, o KISS entrou no “Modo Despedida” para rodar o planeta com a End of the Road Tour (Turnê Fim da Estrada, em tradução livre), que começou em 31 de janeiro de 2019, na Rogers Arena em Vancouver, Canadá e terminará em 2023, ano em que o KISS completará 50 anos de carreira, com a apresentação final, o derradeiro ato, na cidade de Nova York, onde toda a magia começou, em 1973. Vale lembrar que o KISS já havia feito uma espécie de despedida, a Farewell Tour, entre 2000 e 2001. Na verdade, aquela seria mesmo a despedida da banda, devido aos constantes problemas entre Gene e Paul e Ace e Peter, mas com a entrada de Tommy Thayer, o retorno de Eric Singer e a resposta positiva dos fãs, a banda resolveu seguir em frente com esta formação, que está até hoje e dizer que a despedida foi apenas com relação a formação original. Enfim, o quarteto mascarado está de volta aos palcos brasileiros. Gene “The Demon” Simmons (baixo e voz), Paul “Starchild” Stanley (guitarra rítmica e voz), Tommy Thayer (Spaceman) (guitarra solo e vocais) e Eric Singer (The Catman) (bateria e vocais) entram em cena durante esta semana para apresentar ao povo brasileiro seu ato final e a agradecer a esta nação todo apoio e carinho que sempre receberam com o show que é um dos maiores espetáculos da Terra, o circo psicótico do KISS. Esta redatora que vos escreve, uma fã incondicional do KISS, que faz parte do KISS Army e já tatuou uma homenagem à banda no braço, traz seus olhos marejados ao escrever este texto, mas, enfim, vale a pena ressaltar, que embora seja uma despedida, é sempre uma alegria imensa receber a banda no Brasil e o fã de rock, o fã do KISS, saberá exatamente o que fazer quando a grande cortina baixar na frente do palco e o anfitrião gritar ao microfone: “All right people, you want the best; you got the best. The hottest band in the world… KISS!!!!!!!!!!”

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