Jake E. Lee foi um dos principais guitarristas da década de 1980. O músico fez parte da banda de Ozzy Osbourne, na vaga deixada por Randy Rhoads, entre 1982 e 1987. Depois disso, formou o Badlands, que trazia dois ex-Black Sabbath na formação: o vocalista Ray Gillen e o baterista Eric Singer. Com o fim do Badlands, em 1993, Jake E. Lee praticamente “sumiu” da indústria musical. Ele lançou um álbum solo em 1996, intitulado “A Fine Pink Mist”, e só reapareceu uma década depois, com “Retraced” (2005). Divulgou mais dois discos solo, “Guitar Warrior” (2007) e “Running with the Devil” (2008), e trabalhou brevemente com o Enuff Z’Nuff, mas voltou a “desaparecer” deste meio.

O retorno definitivo de Jake E. Lee à música só aconteceu mesmo em 2014, com sua nova banda, Red Dragon Cartel, e o lançamento do primeiro álbum, autointitulado. Mais um disco, chamado “Patina”, saiu em 2018. Na somatória, Jake E. Lee ficou mais de uma década – entre 1996 e 2005 e de 2009 até 2014 – sem produzir material novo ou fazer turnês regulares. Por que isso ocorreu?

A resposta veio de Adrian Vandenberg, ex-guitarrista do Whitesnake e amigo de Jake. Os dois se conheceram quando o Vandenberg, banda de Adrian no início dos anos 80, fez turnê abrindo para Ozzy Osbourne, quando Lee ainda fazia parte da formação. Em entrevista ao canal Full in Bloom, com transcrição do Ultimate Guitar, Adrian Vandenberg comentou, inicialmente, sobre as conexões feitas durante esse período. Algumas coincidências chamaram atenção, pois na segunda metade dos anos 80, já no Whitesnake, Adrian trabalharia com: o baterista Tommy Aldridge, que tocava para Ozzy na época; e com o baixista Rudy Sarzo, que já havia integrado a banda de Ozzy e saiu para se juntar ao Quiet Riot, que abriu shows para o Vandenberg.

“Fizemos turnê juntos por quatro meses nos Estados Unidos e, depois disso, vi Ozzy de forma regular, pois o tour manager do Whitesnake era um grande amigo dele. […] Na época, Jake E. Lee estava na banda dele e foi quando também conheci Tommy. Quando o Vandenberg começou a fazer shows como headliner, o Quiet Riot abria e foi quando conheci Rudy. Não esperava que estaria em uma banda com os dois alguns anos depois”, afirmou.

Todos ali ficaram muito amigos, de forma geral. E o vínculo entre Adrian Vandenberg e Jake E. Lee se destacou, pois os dois mantiveram contato até mesmo nas décadas seguintes. “Jake e eu saíamos juntos regularmente. Na verdade, não o vejo há um bom tempo. O engraçado é que quando eu voltei com o Moonkings, foi na mesma época em que Jake saiu de sua hibernação com o Red Dragon Cartel”, comentou.

Em seguida, Adrian revelou por que o amigo ficou tanto tempo longe da indústria musical. “Nós dois ficamos fora desde a década de 1990 ou algo assim e meio que voltamos na mesma época. Ele é um guitarrista fantástico. É uma pena que ele tenha sumido por um tempo. Ele queria cuidar da mãe que estava doente ou algo assim, foi uma razão importante pela qual ele saiu de cena por um tempo”, afirmou.

E quais as lembranças que Vandenberg tem de Lee, lá dos velhos tempos? “Muito tranquilo, focado em sua forma de tocar, claro. Regularmente, nós tomávamos café da manhã juntos na casa dele. Eu lembro que Jake me apresentou aos anéis de cebola. Não acho que a gente tenha tocado junto, mas lembro de estarmos com nossas guitarras desplugadas, sem amplificador, praticando com elas no colo e aquecendo antes de um show”, respondeu.

A entrevista ao Full in Bloom pode ser conferida no Soundcloud, em inglês e sem tradução, disponível abaixo:

https://soundcloud.com/fullinbloom/adrian-vandenberg-talks-2020-album-eddie-van-halen-jake-e-lee-john-sykes-moonkings-art

Fonte: Igor Miranda, sites Rock Bizz e Whiplash