Iron Maiden Curiosidades parte 6 – Como foi a entrada de Janick na banda
A história do Iron Maiden têm muitos detalhes. Muitas vezes desconhecidos, outras vezes desapercebidos. Janick Gers, o “terceiro” elemento da tríade de guitarristas , vem de uma escola importante da música e entrou na banda em 1990, após uma insatisfação de um dos guitarristas em permanecer. O final dos anos 80, dava lugar ao inicio de uma nova década que traria uma nova fase, inevitavelmente, polêmica para alguns fãs.
Janick Gers que recentemente completou 62 anos, teve sua primeira banda de verdade em 1975, a White Spirit, que na época não trouxe muitos ganhos financeiros ao artista, mas sim, uma curta experiência que daria o pontapé inicial na sua maior paixão: Debulhar a Guitarra Gibson Fender Stratocaster branca. O primeiro single da banda , lançado em 1980, (enquanto o Maiden lançava seu primeiro disco) foi uma canção chamada “Midnight Chaser” que tem uma impressionante semelhança com o “Two Minutes to Midnight” .do Iron Maiden. Ouça:
Fã de carteirinha de Ian Gillan, Janick então finalmente o conhece numa turnê com a banda, e pasmen: O ídolo rendeu-se aos talentos do fã apaixonado, convidando-o para participar de sua banda. Gillan Band.
“Tive muita sorte na minha carreira” – Diz Janick – “Nunca pretendi fazer parte do Gillan ou do Maiden. Juro de pés juntos, que cheguei a pensar em tocar com Bruce, mas nunca sequer cogitei me juntar ao Iron Maiden. Eles tinham Adrian e Dave. Para que iriam querer três guitarristas? Era assim que eu pensava, ate que me foi dito o oposto”
Janick gravou dois álbuns com o Gillan Band. Contudo, algum tempo depois, apaixonou-se pela música ” The Number of the Beast ” enquanto passava na TV. Chegou a mostrar para Gillan, mas ele disse: “Eu já fiz isso antes.“.
Os tempos passam e a carreira de Gillan já estava bastante modificada, cheios de covers e um bom distanciamento daquilo que algum dia foi o Deep Purple. Parece que a coisa não colou e Janick foi despedido da banda de Gillan. E assim, estava ele, desempregado.
Janick encostou a guitarra e resolveu voltar para a universidade, no qual formou-se em Humanas. Dee Snider do Twisted Sister até chegou a convidá-lo para trabalhar em sua banda, mas Janick não queria saber dessa de tocar maquiado! Chegou a aceitar uma proposta para tocar no Gog Magog com Paul Di’anno e Clive Burr, mas ainda assim, não era o que queria…
Foi então num show do Marillion (em 1987) que recebeu um convite feito por um velho amigo e vizinho, Bruce Dickinson, que o chamou para gravar seu primeiro álbum solo. Bruce estava no processo de composição de seu disco e disse à ele: “Acho que está a ficar parecido com AC DC“, mas Janick trouxe novos acordes que mudaria tudo. O mais importante para Bruce é que se distanciasse do Iron Maiden.
Assim nasceu o álbum Tattooed Millionaire em 1990. E na mesma altura, por ali também surgia o “Bring your daughter to the slaugter” um sucesso de Bruce, que curiosamente, foi usado no álbum “No Prayer for the Dying“, por Steve ter se impressionado.
Enquanto isso, Adrian Smith não estava nada satisfeito com o Maiden e para onde eles estavam a ir. Segundo Steve Harris, a insatisfação de Adrian era tão grande, que chegava a ser “horrível” – “Tivemos longas conversas telefônicas, e tudo foi bastante emocional” – afirma o baixista. Desde o retorno da tour do álbum Seventh Son of a Seventh Son, as coisas estavam bem complicadas! Foi então que Adrian tomou a decisão de sair do Iron Maiden e lá estava Bruce a ligar para Janick, com o convite oficial! Janick ficou branco, pasmo e assustado com a saída de Adrian, mas aceitou. Passou no teste e lá estava o novo guitarrista da banda. Saem os sintetizadores, entram as guitarras fervorosas.
A entrada de Janick Gers na gravação de “No Prayer…” e a tour No Prayer On Road, empolgou Steve Harris. Até mesmo Dave Murray aprovou o novo companheiro de equipe e por achar que andava meio estático em palco, adotou a peripécias e rodopios do colega, por um tempo. Todos ficaram ainda mais impressionados, porque o novo guitarrista chegava de braços abertos!
Texto adaptado do livro “Run to The Hills”