Texto originalmente escrito por Ricardo Lira:

1988: SEVENTH SON OF A SEVENTH SON

Seria uma boa agora tentar adivinhar quem o 7th Son referencia, porque parece que já se foram todos, menos Harris e Murray. Posso dizer entretanto que não é nenhum deles.

Em princípio este álbum parece não ter a ver com ninguém em particular, mas como ele é profético, este na verdade seria o primeiro a prever que a chegada de alguém mais na banda seria iminente. E digo mais, chegaria a prever QUEM.

Vocês podem estar pensando se tem alguma coisa no desenho da capa que sugira isso, se é algum dos Eddies congelados, uma das músicas, etc. Confesso que não fui a fundo nisso, apesar de mostrar uma singela imagem ao final desta etapa de 1988.

Vamos quebrar os 2 sujeitos, tratando-se do nome “Seventh Son of a Seventh Son”. O primeiro “Seventh Son” é o sétimo filho – que é a referência Maiden que queremos buscar. Mas para se chegar a ele, precisamos do pai. O segundo, o “of a Seventh Son” é seu pai, que por sua vez também é um 7o. filho.

Bem, de onde isso tudo viria?

Ok, “Sétimo” é também uma referência ao 7o. álbum de estúdio da banda. Isto nós sabemos. Então vamos voltar ao 1o., ao álbum debutante de 1980 e ver quem foram seus “filhos” legítimos: Paul Di’Anno, Dave Murray, Dennis Stratton, Steve Harris e Clive Burr. Cinco filhos.

Vamos então achar a origem, o segundo “of a Seventh Son”, que é pai do “Seventh Son”: O 6o. filho veio em 1981, com Adrian entrando no lugar de Dennis Stratton. E o 7o. filho veio em 1982, com Bruce entrando no lugar de Paul Di’Anno.

Então chegamos a conclusão de que Bruce é o pai. E daí? O filho seria o Austin Dickinson? Não, não. Não é nada literal. O único “filho” que Bruce pode ter gerado para o Maiden é algo que viria dele mesmo, talvez de um… projeto. Não era isso que Bruce teria em 1989, um projeto solo BRUCE DICKINSON, com um guitarrista de nome Janick Gers?

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Assumindo que Gers seria o “filho” entregue por Dickinson ao Maiden (o que de fato aconteceu mais tarde), resta saber o que ele tem de Sétimo…

Se contarmos as formações do Maiden agora a partir do primeiro álbum com Bruce, podemos obter a resposta. The Number of the Beast: Bruce Dickinson, Adrian Smith, Dave Murray, Steve Harris e Clive Burr. Cinco filhos.

O 6o. filho veio em 1983, com Nicko entrando no lugar de Clive Burr. E o 7o. filho viria em 1990, com Janick entrando no lugar de Adrian Smith.

Quase ia me esquecendo da imagem… Ela na verdade é de um tourbook do 7th Son, e talvez faça sentido na loucura desta pesquisa.

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Não deu para salvá-lo, não foi Eddie?

1990: NO PRAYER FOR THE DYING + SINGLES

O sentido de “No Prayer for the Dying” parece se voltar para quem partiu. Sem orações para o moribundo, ou seja, não chorem por quem ficou, não chorem por Adrian Smith!

O Maiden está de volta ao princípio, a um “street-level” como diria Steve Harris, abandonando toda parafernália que vinha usando em palco e passando a vestir camiseta, jaquetas e jeans, uma parede de monitores como cenário e um piso xadrez lembrando o da World Piece Tour.

“No Prayer For The Dying” “homenageia” os dois primeiros álbuns da banda, ao mesmo tempo em que faz um par de referências à saída de Adrian…

As duas imagens a seguir possuem significados pertinentes: Na capa do single “Bring Your Daughter”, Eddie brande um machado em uma mão, enquanto agarra uma esbelta mulher na outra, em frente a um clube noturno. Essas três coisas apontam para ele. O machado levantado, assim como aconteceu com Paul Di’Anno em Killers e Clive Burr em “Run to the Hills”, também teria encerrado a carreira de Adrian Smith no Maiden. Há sangue na lâmina e não há ninguém aparentemente ferido; muito menos é o sangue da mulher que ele segura. Aí vem a pergunta: Onde está o Adrian morto, então, já que todas as outras capas tinham alguma evidência? Eu diria que… Adrian… Adrian virou fumaça! Simples assim. Mas por ora deixem isso pra lá, tudo bem?

“Killers” – aquele álbum do Eddie também segurando o machado – foi também o primeiro de Adrian Smith. A ruiva nos braços de Eddie, que muitos, apontam como sendo Jessica Rabbit (lembram do filme Roger Rabbit?) simboliza a Natallie Smith, já que quando Adrian saiu do Maiden, ele se casou com ela. Ah estão rindo? Vamos, continuem. Pois eu digo a vocês, ela está olhando para A-D-R-I-A-N e não evitando olhar a matança. Já chego lá…

Finalmente o clube também lista uma série de nomes de apresentações secretas do Maiden (alguns reais e outros aparentemente fictícios), em um cartaz – referência ao The Whole Population of Hackney, um projeto montado por ele e Nicko em 1985.

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Outra imagem que remonta ao Maiden nos primórdios é este pôster da No Prayer On The Road Tour. Eddie segura um cara na rua com brutalidade, perto daquela área londrina, à noite, típica das primeiras capas. E onde está Adrian nesta história? Está no braço levantado de Eddie. Se o Maiden lançasse um single chamado “Hooks In You” com esta capa, você entenderia por quê? Esta faixa é a única composição de Adrian que permaneceu no álbum.

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Nesta pesquisa também não pude evitar de pensar em “Holy Smoke” fazendo menção ao primeiro álbum da banda. Será? Tirem suas conclusões com a letra de “Remember Tomorrow”.

Out in the madness, the all seeing eye // Lá fora na loucura, o olho que tudo vê
Flickers above us to light up the sky // Paira sobre nós para iluminar o céu (…)
I shall return from out of the… (fire) // Eu devo retornar do… (fogo)

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A fase “No Prayer…” terminaria aqui, mas tenho certeza que devo ainda uma explicação sobre a tal da Natallie Smith olhar para A-D-R-I-A-N, certo? Calma, não estou gritando o nome dele, apenas mostrando para o que a mulher está olhando. Preparem-se para pular da cadeira, folks, pois segue aqui outra mágica que vocês com certeza ainda não viram!

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Vocês viram isso aqui, primeiro.

1992-1993: FEAR OF THE DARK + HALLOWED BE THY NAME

Medo do escuro. Ou o medo do futuro da banda, sabendo que Bruce vai partir.

Há dois personagens óbvios sofrendo desse medo, nessa fase. Um é Steve Harris e o outro o próprio Bruce Dickinson. Ambos estão explicitamente retratados nas capas de dois singles. Harris como Eddie, liderando a frente de batalha, com sua arma, seu baixo. E Bruce, é claro, garfado pelo Eddie-diabo, da forma que conhecemos. Nada mais justo. Ele começou no “The Number of the Beast” e terminaria em um single do mesmo.

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Engraçado mesmo é este Eddie-diabo se parecer bastante com o Eddie-Harris do Fear of the Dark Live. Hmm…

Voltando um pouquinho, temos também a capa de “Fear of the Dark”, com um monstro preso à uma árvore seca. Este monstro apareceu ou nasceu na árvore? Contando que a árvore seja o próprio Maiden, parece haver um monstro ali atormentando, ou em outra hipótese se manifestando para sobreviver.

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Agora por que eu me referiria à árvore simbolizando ser o próprio Iron Maiden? Para forçar uma explanação sobre o medo do futuro da banda? Na verdade, não. Ao ver uma foto no álbum “Tattooed Millionaire” de Bruce, algo me chamou a atenção para esse negócio de árvore. Pode parecer bobagem, mas nela algo me diz que Bruce já estava do outro lado do muro, deixando essa árvore de fora e cuidando de sua própria vida, própria banda. De novo, tirem suas conclusões…

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Continua…

Confira também a parte 1

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