Um dia estava ouvindo “No Prayer for Dying”, oitavo álbum do Iron Maiden, e percebi que era um daqueles discos que você leva um tempo para compreender sua importância.
O seu lançamento tem a data de 1 de outubro de 1990, já relatado AQUI numa antiga publicação minha, que era uma importante e orgânica transição de Bruce Dickinson para sua carreira solo.
A banda estava meio que saindo da explosão estratosférica dos álbuns anteriores, desde The Number of The Beast e sua ascensão metórica nos rankings de vendas discográficas, concertos , visibilidade e o coroamento definitivo de Iron Maiden como a das mais (se não a melhor) das bandas de Heavy Metal do planeta Terra.
Suas turnês eram longas e primorosas e os anos 80 foram recheados de uma incrível jornada de gravações anuais e viagens cada vez mais distantes; onde a cada dia, a cada rádio que executava, a cada novo LP que era vendido e a cada vez que uma música desta banda era tocada; milhares de fãs se formavam por todo lado.
Posterior ao lançamento de Seventh Son of Seventh Son e antecedendo Fear of the dark, no Prayer for dying traria alguns itens consideráveis, que vou relatar abaixo:
1- Músicas mais curtas e menos progressivas
2- Temas mais objetivos, menos históricos
3- Um relaxamento no aspecto “puro heavy metal” e um total distanciamento das origens punk metal; tudo isso sem perder sua originalidade e seu tradicionalismo.
4- Maturidade da banda e estabilidade no mercado fonográfico
5- Crescimento acelerado da popularidade de Bruce Dickinson
6- Entrada de Janick no lugar de Adrian, trazendo um novo aspecto na execução da banda. Boa dupla com Dave Murray, fez com que todos surpreendessem
7- Os arranjos era mais simples que os discos anteriores.
8- Foi o surgimento da MTV e a febre dos vídeo clipes e premiações videográficas, o que fez com que Holy Smoke, menos expressiva tornasse popular pelo seu clip lúdico e irreverente.
9- Bruce já abraçava seu primeiro álbum solo, Tatooed Millionarie que atingiu ranking de vendas na Grã Bretanha.
10- Bring your daughter to the slauther seria uma das mais populares músicas. Feitas sob encomenda para um filme de terror, encantou o big boss Steve Harris e promoveu polêmicas pelo seu título “Traga sua filha para ser morta” numa tradução bem literal.
Mas nada me impressiona mais neste disco que THE ASSASSIN, pois embora a letra não seja assim tão expressiva, sua sonoridade é espetacular. Com uma harmonia progressiva (no sentido de subida) e cadencia perfeita; a bateria de Mc Brain, a guitarra de Murray e a voz de Dickinson nos levam definitivamente à trama de um filme de ação.
É o momento mesmo de sua [Bruce Dickinson] superioridade como artista individual que se destaca da banda.
Tailgunner e Mother Russia também receberam elogios por muitos fãs, mas certamente o Iron Maiden se fez por cada um e por todos os seu álbuns.
Suas fases “Punk”, “NWOBHM”, “Progressiva” foram notáveis, mas a década de 90 trouxe à banda profundas transformações em seu elenco, em sua sonoridade e seu conceito. O que sim, fez parte de tudo que hoje é sucesso absoluto, à bem sucedida empresa de Steve Harris.
UP THE IRONS!Gosta deste álbum?
Ouça ele abaixo
Escrito por Verônica Mourão