Da Oceania para o mundo, a banda Illyria libera o seu quarto álbum de estúdio, “Wanderlust”. Para este lançamento, o quinteto de Perth, Austrália Ocidental (AUS), registrou oito músicas. A primeira, “Armagedda”, assume papel de introdução que busca na melancolia e baixa densidade sonora, um ótimo prelúdio. No entanto, o surgimento de “Yesteryear” apresenta uma banda poderosa no peso e virtuose. Dessa maneira, a qualidade é imediatamente arremessada às alturas. Com uma mistura de metal progressivo e metalcore, o grupo expõe toda a sua técnica com extravagância e, ao mesmo tempo, sutil. Podemos entender que isso seja resultado de uma experiência adquirida nos últimos anos.
Apesar de a banda se adequar à proposta do progressivo, suas músicas não são longas demais, nem sua instrumental extrapola no tempo, como em outros grupos do gênero. Aqui, a melodia é respeitada ao máximo de modo que as complexidades sonoras não atrapalhem o fluxo harmônico. Em “Pragma”, por exemplo, podemos ouvir um verdadeiro espetáculo de criação promovido pelos climas de teclado, riffs de guitarra e performance vocal. Na mesma proporção, “Frostbite” destila o seu potencial com impacto, embora alguns trechos sejam bem leves. Nesta execução, Illyria nos mostra que o contraste entre o belo e o ríspido é bem-vindo.
Illyria, que lançou este álbum pelo próprio selo Illyria Music, inseriu em canções como “Wrath” mais violência e velocidade. Com clima mais agressivo, esta música é uma das que se aproximam mais do death metal, pois seus riffs e andamento são carregados de uma atmosfera grotesca. Por outro lado, “Aftermath” propõem uma fusão mais melódica com o black metal. Mas algumas técnicas com andamentos mais pesados fazem ponte entre o moderno e primitivo. Por ser instrumental, as nuances do som ganham mais destaque, sobretudo na cozinha onde o baixo se exibe com harmonias mais elementares.
A partir de “Sirens” se inicia uma sessão mais épica no álbum. Ou seja, é onde as músicas do álbum se tornam mais longas, atmosféricas e soturnas. Só lembrando que, as sensações emergentes em você, podem ser ampliadas por vídeos da banda disponíveis no YouTube, inclusive, está lá uma versão em videoclipe desta canção. Depois dessa conclamação, a faixa título inicia um ritual comandado por melodias exóticas, reforçadas por vocais sombrios. No entanto, o poder gutural e peso descomunal surgem na sequência da música que acumula mais de onze minutos de duração. Enfim, pode-se dizer que o Illyria, não apenas deu seguimento a sua proposta, como evoluiu tecnicamente.
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