Iggor Cavalera: baterista completou 48 anos nesta terça-feira

Igor na década de 1990

Em 4 de setembro de 1970 nascia em Belo Horizonte, o maior baterista de Heavy Metal que o Brasil já conheceu: Igor Graziano Cavalera, hoje conhecido como Iggor Cavalera.

Desnecessário apresentar o Iggor, todos sabemos do trabalho que ele fez com seu irmão, fundando o SEPULTURA nos idos de 1983, banda que ele permaneceu mesmo após a saída de Max. Gravou 10 discos de estúdio, 1 split-LP com o Overdose nos anos 80 (Bestial Devastation), um disco ao vivo (Under a Pale Grey Sky) e um disco de covers (Revolusongs), até que resolveu sair da banda, se tornando DJ e, posteriormente, fez as pazes com o irmão, voltando a tocar junto na banda que batizaram de CAVALERA’S CONSPIRACY.

Ele foi grande referência não só em termos de Brasil, mas no mundo, na década de 1990, quando nos álbuns Arise, Chaos A.D. e Roots, fez excelentes trabalhos, colocando para valer toda a influência da percussão brasileira em seu som, dando ao SEPULTURA uma sonoridade única, o que fez com que algumas pessoas passassem a ver a banda com outros olhos, já que muitos a viam como uma mera cópia do SLAYER, embora a banda tivesse o seu valor.

O ponto alto da carreira de Iggor, na minha modesta opinião, é seu trampo de bateria em Chaos A.D. As batidas tribais em ‘Refuse/Resist’, a introdução mais maravilhosa que um baterista já fez no Metal em ‘Territory’, o bumbo duplo à velocidade da luz aliado ao Groove em ‘Propaganda’ , a técnica na sua melhor tradução, demonstrada em ‘Nomad’ e a velocidade do Hardcore em ‘Biotech Is Godzilla‘ mostraram ao mundo a versatilidade dele, do que um brasileiro seria capaz de fazer atrás de um kit de bateria. Que os brasileiros não sabiam apenas tocar samba. Que poderia juntar elementos brasileiros com o peso do nosso amado Heavy Metal.

Lembro-me que na década de 1990, Iggor era todo o tempo aclamado como um dos melhores bateristas da atualidade. E não era em vão! Tive o privilégio de assistir o último show do SEPULTURA com sua formação clássica em terras Brasileiras, em novembro de 1996 e saí de lá do Imperator (casa de shows no bairro do Méier, zona norte da cidade do Rio de Janeiro) impressionado com a sua performance. Eu estava longe do palco, mas lembro-me bem que conseguia ver o movimento de suas pernas impulsionando seus bumbos enquanto ele destruía tudo em cima com os braços.

Em 2001, já sem Max na banda, presenciei também a participação no ‘Rock In Rio III’, onde hoje estão os prédios que foram a Vila Olímpica nos Jogos Rio-2016. Sua performance também estupenda. E o carisma de quem foi “socorrer” um fã que invadiu o palco e fora brutalmente parado por “leões de chácara”.

Claro que hoje temos muitos bons bateristas, como Max Kolesne (o mais rápido baterista já visto na cena), Aquiles Priester, Eloy Casagrande que ocupa com maestria a posição que foi de Iggor no SEPULTURA, Bruno Valverde, Almicar Christófaro, Rodrigo Oliveira, sem nos esquecer do contemporâneo de Iggor, D.D. Crazy (o inventor da metranca), entre outros nomes que provavelmente esquecerei de citar aqui, porém, por tudo que fez pelo estilo, ajudando a colocar o Brasil no mapa do Heavy Metal mundial, Iggor é muito merecedor do posto de maior baterista brasileiro de todos os tempos.

E parabéns pelos seus 48 anos. Ainda hoje ele toca com muita honestidade as músicas do SEPULTURA ao vivo, como podemos ver na drumcam abaixo, quando ele excursionou com o irmão tocando o ‘Roots‘ ao vivo e na íntegra, o que rendeu uma apresentação icônica no ‘Wacken Open Air’.

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