O grande álbum clássico do Black Metal, em voga nesta semana – Panzer Division Marduk, – aborda diretamente a temática da guerra. A avaliação do mais diversos conceitos e fatos, retratados pela banda Marduk, permite-nos começar pela arte visual. Primeiramente, devemos saber o que significa a palavra Panzer.
Os grandes veículos blindados utilizados pela Alemanha durante a Segunda Grande Guerra denominavam-se Panzer – abreviatura do termo Panzerkampfwagen (original em alemão). A junção de velocidade e resistência tornou factível a probabilidade desta máquina de combate terrestre ser a melhor quando posta em campo de batalha. Devido ao sucesso do projeto destes tanques de guerra alemães, unidades militares de grande eficácia foram conotadas como “Divisões Panzer”. O ataque com efeito surpresa da infantaria unida aos blindados Panzer; artilharia pesada; engenharia de guerra perspicaz e comando qualificado – esta é uma breve descrição das Divisões. A partir do supracitado, pode-se entender o que a categorização de qualquer elemento bélico como “Panzer” significava para os inimigos de combate. Porém, sabemos que todos os artifícios de guerra utilizados pelos alemães não foram suficientes para derrotar os Países Aliados. Mesmo com a derrota, o poder bélico, os equipamentos e as estratégias utilizadas pela Alemanha, entraram para a História Mundial de forma icônica.
Façais vós a reversão cronológica de raciocínio voltando para o tema: descrição da capa do álbum “Panzer Division Marduk”.
Como podes observar na supracitada ilustração, a visão de um tanque de guerra desse porte voltado frontalmente aos olhos, é algo que aterrorizaria qualquer inimigo no auge da Segunda Guerra Mundial. A banda Marduk auto denomina-se uma “Divisão Panzer” através do título do álbum.
A faixa “502” faz referência ao batalhão alemão, de mesmo número, que obteve maior sucesso durante o período de Guerra. O 502nd Heavy Panzer Battalion tornou-se um mito, pois além da qualidade tática, foram os pioneiros na operação da sexta versão do tanque Panzer, denominado Tiger I.
As guerras religiosas são abundantemente abordadas nas letras das canções: Inquisição; Cruzadas; Conversão de povos pagãos; o batismo santo de fogo (leia-se: queima de supostas bruxas em fogueiras santas). Todos os horrores vividos pelas aldeias, tribos e sociedades que deparavam-se com os Exércitos de Cristo (como eram denominados oficialmente pela religião que representavam) são relatados ao longo deste álbum. Logicamente a temática anticatolicista é o carro-chefe das composições e passa a ideia de vingança dos povos que sofreram o temor e a repressão em nome de sua fé e seus costumes.
A nível de curiosidade, a denominação “pagão” não tem nenhuma ligação fundamental consistente equivalente a: sem luz; sem fé; demoníaco; maligno. A palavra deriva do latim paganus, que significa “camponês”, “rústico”. Pode ser entendida também como uma pessoa que é adepta de uma religião politeísta que não aborde a temática do batismo em sua cultura.
No mais, esta obra é uma grande clássico e traz a sonoridade incomparável de Erik Hagstedt “Legion” com seu vocal gutural extremamente rasgado, passando de exímia forma a descrição sonora dos horrores e da atmosfera registrada nas canções.
Faixas:
- Panzer Division Marduk
- Baptism by Fire
- Christraping Black Meta
- Scorched Earth
- Beast of Prey
- Blooddawn
- 502
- Fistfucking God’s Planet
Integrantes:
- Legion – Vocal
- Morgan Steinmeyer Håkansson – Guitarra
- War – Baixo
- Fredrik Andersson – Bateria