Dando continuidade à nossa infindável busca por tesouros perdidos da música pesada mundial, iremos hoje à minha amada Santo André, cidade onde resido por toda a vida, localizada na região do ABC Paulista, em São Paulo, para conhecer os pioneiros do Karisma.
O embrião do grupo foi formado nos idos de 1974, pelos irmãos Helmut e Rudolf Leschonsky (descendentes de alemães e poloneses), ao lado de alguns amigos, influenciados por ícones como Pink Floyd, Kiss, Uriah Heep, Bad Company e Status Quo. Durante os anos seguintes, a banda atravessou uma etapa completamente amadora, onde as habilidades dos garotos com seus instrumentos eram extremamente limitadas, além das constantes mudanças de formação e nome, que foram de Arco-Íris à Harpia, Luz Del Fuego, e finalmente, em 1979, o definitivo Karisma.
As alterações no line-up foram uma constante até o ano de 1982, quando o baixista Nelson Otho Fountain se juntou aos irmãos Helmut e Rudolf (guitarra/voz e bateria, respectivamente). Após uma breve fase mais voltada ao Rock N’ Roll, com canções em português e um segundo guitarrista (Daniel), o “power trio” reformulou o repertório e entrou em estúdio para a gravação de seu primeiro e único LP, intitulado “Sweet Revenge”, lançado em 1983, e que marcou época por ter sido o primeiro disco de uma banda de Heavy Metal brasileira totalmente cantado em inglês.
Os períodos subsequentes foram de muita atividade e diversos shows, além de planos para um segundo álbum (reza a lenda, à propósito, que existe uma “demo tape” da época com músicas inéditas). Em 1986, foi novamente incorporado ao grupo um segundo guitarrista, Cézar Achon, que havia tocado no Performances e Mammoth. Logo após, Rudolf deixa a banda, devido a um desentendimento com os demais integrantes, sendo substituído por Ricardo Moreno, e posteriormente Fábio Fleury.
O Karisma continuou se apresentando ocasionalmente até por volta de 1990, quando os membros decidiram encerrar de vez as suas atividades.