A segunda metade dos anos 90 foi uma época em que o Metal teve de se reinventar. O grunge estava na crista da onda e felizmente, coisas boas surgiram naquela período e foram fundamentais para o estilo não morrer de vez. O Groove Metal era praticamente uma novidade e uma tendência que muitos abraçaram já que era uma forma de mostrar uma faceta mais modernizada do estilo que tanto amamos, e que o Thrash Metal não se limitava apenas a bandas como Metallica, Megadeth e Slayer, por exemplo.
Até Rob Halford, o Metal God, se aventurou na empreitada com o extinto Fight. Daí veio o Machine Head, o Pantera que seguiu na levada, o Prong apesar de seu quê Industrial não fugia muito disso, e dentre outros nomes, surgia na Inglaterra, o Dearly Beheaded.
Um dos atrativos era justamente o fato de serem britânicos, executando um estilo não muito comum na continente europeu, inclusive alguns o citavam como “O Pantera Britânico”! Exagero ou não, fãs de Phil Anselmo e cia. poderiam degustar de um clichê, isso sim, mas com personalidade, peso e adrenalina elevados à máxima potência.
As 3 primeiras faixas, “Behind the Sun”, “Witness” e a faixa título tem tantos riffs matadores, mas tantos riffs, que se você empunhar sua guitarra imaginária e não estiver em boa forma física, colocará sua língua pra fora antes da faixa acabar. A velocidade dá lugar a cadenciada (mas nem tanto!) “Between the Night and Day” uma aula de como se fazer Heavy Metal, que lembra os primórdios do Machine Head.
O pique cai levemente como “Leaving Them Behind”, mas volta com paulada “We Are Your Family”, que posso descrever como a “Fucking Hostile” do Dearly Beheaded. Pra deixar qualquer um doido e como vontade de arremesar aquele vaso de cristal na parede com aquela fúria por vezes que temos dentro de nós. Em “Fuel My Hatred”, dá pra imaginá-la nos trabalhos finais do Pantera, e Alex Creamer pareceu incorporar Phil Anselmo, embora sem a mesma potência.
O tracklist regular termina com “No Rest”, e com o perdão do trocadilho infame, tem o título perfeito resumidor do álbum que ‘não dá descanso’ ao ouvinte. Algumas versões do álbum tem a faixa bônus “Wrench”, que com pouco mais de 3 minutos de duração, tem a mesmíssima pegada da já citada “We Are Your Family”; um verdadeiro massacre sonoro.
No ano seguinte, em 1997, a banda soltou seu 2º e último trabalho, “Chamber of One” que apesar de um pouco abaixo do nível atingido em “Temptation”, também é digno de figurar na prateleira de qualquer colecionador que se preze.
Tudo isto dito, coloco o Dearly Beheaded no meu top 3 de bandas injustiçadas ao longo da história do Metal. Bem produzido, bem tocado, ultra pesado, prepare-se para tê-los na sua playlist durante algum tempo. Altamente indicado para fãs de Pantera, Fight e Machine Head. Ouça!
Dearly Beheaded – Temptation (1996)
Data de lançamento: 03/07/1996
Gravadora: Music for Nations
TRACKLIST
01 – Behind the Sun
02 – Witness
03 – Temptation
04 – Between Night and Day
05 – Leaving Them Behind
06 – We Are Your Family
07 – Fuel My Hatred
08 – Break My Bones
09 – Break the Restraint
10 – No Rest
11 – Wrench (bônus)
12 – Demon’s Eye (Deep Purple cover – bônus edição japonesa)
FORMAÇÃO
Alex Creamer – vocal, baixo
Steve Owens – guitarra
Phil Stevens – guitarra
Tim Preston – baixo
Simon Dawson – bateria
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