Temos aqui um aniversariante incomum: o sétimo disco do HELLOWEEN, “The Time of the Oath“, fora lançado em 29 de fevereiro de 1996 e teoricamente, só pode ser comemorado a cada quatro anos. E hoje é dia de exaltarmos o lançamento deste disco simplesmente primoroso.
O HELLOWEEN vinha de um grande álbum, “Master of the Rings“. Eles não precisavam provar mais nada para ninguém, mas os fãs aguardavam ansiosos por um disco que fosse no mínimo, igual ao anterior. E os caras acertaram a mão.
“The Time of the Oath” é um disco que conta a história das profecias de Nostradamus. E também foi o primeiro disco em que todos os integrantes da banda foram creditados como compositores. Além disso, a obra é dedicada à memória do ex-baterista Ingo Schwitenberg, que cometera suicídio um ano antes,
A gravação e mixagem se deu no estúdio “Chateau du Pape“, em Hamburgo, enquanto que a masterização se deu em Londres, mais precisamente no estúdio “Metropolis“, com Tommy Hansen assinando a produção. Vamos lá destrinchar faixa a faixa desta coisa linda.
Temos um início sensacional, com quatro músicas pra lá de emblemáticas: o Power Metal de “We Burn“, mesmo com aquela intro bisonha, que nos faz crer por algum momento que se trata de uma música chata, só que não, é uma quebradeira do início ao fim.
“Steel Tormentor” chega técnica, pesada e épica, sendo essa canção, uma homenagem prestada ao JUDAS PRIEST; a cadenciada, mas não menos maravilhosa “Wake up the Mountain“, com um belo solo em sua intro e se desenvolve espetacularmente bem, potencializada com as linhas de baixo de Markus Grosskopf e o final desta quadra com “Power“, um powerzão bastante vigoroso ninguém colocar defeito, que abre com uma virada estupenda de Uli Kusch.
Temos uma quebra de ritmo com a balada “Forver and One (Neverland“), que não é ruim, mas logo as coisas retornam ao seu lugar com a poderosa “Before the War“.
“A Million to One” é outra baladinha que se perdeu em meio ao furacão que é este álbum. É bonitinha. Já “Anything My Mama Don’t Like” é mais puxada para o Hard Rock, embora bastante pesada. Peso esse que “Kings Will be Kings” carrega, mesmo sendo uma faixa que traz a banda de volta ao Power Metal.
“Mission Motherland” tem uma introdução longa e que ameaça ser chata, mas logo os bons riffs passam a protagonizar a música. Talvez os melhores riffs deste play. E um Uli Kusch inspiradíssimo noseu kit de bateria em uma música que tem nove minutos dignos de uma banda de Progressive Metal.
“If I Knew” tem um clima daquelas músicas de baile de formatura dos anos 1960, uma baladinha que cresce um pouco na hora do solo, mas não empolga tanto assim.
O final se dá com a faixa título que tem um clima sombrio, pesado, denso e épico. Se é difícil escolher a melhor música do aniversariante de hoje, mas a faixa “The Time of the Oath” ganha na preferência deste redator que vos escreve.
E em pouco mais de uma hora temos um disco excelente, que consagrava essa formação que, se não é a mais icônica, foi a mais técnica da história do HELLOWEEN. A minha relação com este disco? Foi o primeiro que eu escutei da banda e eu o amo até hoje. Um carinho sem tamanho que eu tenho por este play e que hoje merece todos os confetes, ainda que esse lançamento só possa ser comemorado a cada quatro anos.
Depois deste lançamento, a banda caiu na estrada, chegando a se apresentar no extinto “Phillips Monsters of Rock“, na mesma edição em que se apresentaram o IRON MAIDEN, KING DIAMOND e MERCYFUL FATE. Na ocasião, criou-se uma polêmica pelo fato de a banda ter subido ao palco antes dos RAIMUNDOS. Os fãs reclamaram muito, mas os caras foram supre profissionais e deram conta do recado. Algumas apresentações pela Europa desta turnê foram gravadas e foi lançado um VHS e posteriormente um DVD, chamado “High Live”.
Hoje o HELLOWEEN tornou-se um supergrupo, do qual não estão presentes o guitarrista Roland Grapow e o baterista Uli kusch, mas o legado deste disco está ai e “The Time of the Oath” é um disco que deve ser exaltado. Um grande clássico do Heavy Metal da década de 1990, que naquela época, se negava a morrer, como a mídia (não a especializada, obviamente) insistia em tentar decretar. O nosso aniversariante envelhece e o faz muito bem.
The Time of the Oath – Helloween
Data de lançamento: 29/02/1996
Gravadora: Castle
Tracklisting:
01 – We Burn
02 – Steel Tormentor
03 – Wake up the Mountain
04 – Power
05 – Forever and One (Neverland)
06 – Before the War
07 – A Million to One
08 – Anything My Mama Don’t Like
09 – Kings Will be Kings
10 – Mission Motherland
11 – If I Knew
12 – The Time of the Oath
Lineup:
Andi Deris – Vocal
Michael Weikath – Guitarra
Roland Grapow – Guitarra
Markus Grosskopf – Baixo
Uli kusch – Bateria
Special Guests:
Jörn Ellerbrock – Teclados
Tommy Hansen – Teclados