Em 30 de Outubro de 2000, o HELLOWEEN lançava o seu nono álbum de estúdio (N. do R: não estamos considerando “Metal Jukebox“, que se trata de um álbum de covers). E “The Dark Ride” mostra profundas mudanças sonoras e expôs um racha na banda que culinária com a saída do baterista Uli Kusch e do guitarrista Roland Grapow. A começar pela escolha do produtor, Roy Z, que estava em alta e segundo declarações posteriores dos remanescentes, fora imposição dos dois músicos que foram demitidos. Lembrando que Roy não atuou sozinho na produção, Charlie Bauerfeind estava co-produzindo, mas as queixas eram contra o eterno parceiro de Bruce Dickinson.
E segundo os próprios remanescentes, a insatisfação foi enorme com o trabalho de Roy, a ponto de Andi Deris reclamar das mudanças feitas em suas composições e Michael Wiekath ter afirmado que poucas vezes comparecia as sessões de gravação e que praticamente todas as guitarras foram tocadas por Grapow.
“The Dark Ride” é um disco controverso sim, muitos fãs do HELLOWEEN torcem o nariz para ele, mas para este redator que vos escreve, trata-se do melhor disco já gravado pela banda. Ok, eu entendo que a banda será lembrada pelo Power Metal que sempre praticou, mas essa sonoridade mais densa e pesada, que já dera pequenas aparições, no álbum “The Time of the Oath“, por exemplo, sempre me agradaram.
A banda foi até o “Mi Sueño Musica“, estúdio localizado na cidade de Tenerife, e a masterização ocorreu no “Staerling Sound”, na cidade de Nova Iorque. E ai nasceu esta pérola, que fora lançada pela “Nuclear Blast“.
“Beyond the Portal”, que abre o disco, é uma intro bem chatinha, como 99% das intros que as bandas insistem em colocar em seus discos, mas logo temos “Mr. Torture” mostrando um HELLOWEEN com um peso e agressividade nunca vistos. Que início fantástico.
“All Over The Nations” traz o velho HELLOWEEN com seu Power Metal contagiante. Apesar de a música ser ótima, não temos nada de novo aqui.
Agora a faixa que vem a seguir, “Escalation 666“, o que é isso, senhores. Um peso cavalar, uma atmosfera jamais vista, uma música densa ao extremo. Lembro me de quando ouvi essa música pela primeira vez, em uma rock Wear, em Niterói, eu demorei a acreditar que se tratava de um disco do HELLOWEEN. Pirei nessa música e boa digo, não me lembro de música da banda que mais me agrade do que esta.
“Mirror Mirror” é outra que segue na mesma atmosfera da faixa anterior, um pouco menos densa, mas com um poderio de fogo impressionante. Eu relutava em acreditar que o HELLOWEEN entrava no novo milênio soando mais pesado. Essas duas faixas já valem o disco inteiro.
“If I Could Fly” é aquela baladinha típica que Andi Deris sempre dá um jeitinho de colocar nos discos da banda. E é uma maneira de lembrar ao ouvinte que a banda batalhava bravamente para não mudar a sonoridade. E sim, é uma boa canção.
“Salvation” é outra música em que a banda traz de volta os elementos que a consagraram, o bom e velho Power Metal. E é uma outra boa música.
“The Departed (Sun is Going Down)” é uma música bem densa, sensacional e uma das que mais me prendem atenção no disco.
“I Live for Your Pain” é pesada, mas é uma música apenas ok, nem boa nem ruim, enquanto que “We Damn the Night” é o velho HELLOWEEN em ação com seu Power Metal, o que aqui neste disco se tornou até coadjuvante.
“Immortal” é uma baladinha bem legal, aquela típica em que a banda costuma colocar como sendo a penúltima faixa de seus discos. E a faixa título encerra de maneira excelente um álbum simplesmente impecável. Essa música épica em que temos diversas mudanças em seu andamento, nos dando uma sensação muito boa.
E temos assim, em pouco mais de 52 minutos, um excelente disco; Mesmo reconhecendo a importância de álbuns relevantes que o HELLOWEEN realizou em sua carreira, como os “Keepers“, o “Master of the Rings” e até mesmo o “The Time of the Oath“, esse aqui é o meu favorito de sempre da banda. E merece todos os louros por completar 19 anos e se mantendo super moderno.
Infelizmente, por problemas de logística, eu não pude conferir o show do HELLOWEEN no Rock in Rio, mas desejo aqui longa vida à esta banda. E que eles possam vir a comemorar este álbum, que mesmo tendo sido problemático para se fazê-lo, é um ótimo álbum de Heavy Metal.
Lineup:
Andi Deris – Vocal
Michael Weikath – Guiatrra
Roland Grapow – Guitarra
Markus Grosskopf – Baixo
Uli Kusch – Bateria
Tracklisting:
01 – Beyond the Portal
02 – Mr. Torture
03 – All Over the Nations
04 – Escalation 666
05 – Mirror Mirror
06 – If I Could Fly
07 – Salvation
08 – The Departed (Sun is Going Down)
09 – I Live for Your Pain
10 – We Damn the Night
11 – Immortal
12 – The Dark Ride