Heavy Metal pelo Mundo: Tunísia

Chegamos a mais um capítulo do Heavy Metal pelo Mundo, a sua viagem semanal pelo globo, passando por países em que há pouca ou nenhuma tradição em bandas de metal. E hoje, vamos até a Tunísia.

O país é localizado no Norte da África, limitado pelo Mar Mediterrâneo e pelo Deserto do Saara. O povo tunisiano é descendente dos berberes e de pessoas de numerosas civilizações que invadiram, migraram e se mesclaram ao longo de milênios nessa região.

Considerada um centro de aprendizagem sobre a cultura árabe, a Tunísia foi anexada ao Império Turco Otomano, no século XVI. Foi tomada aos turcos pelos franceses, em 1881, assim constituindo um território do país europeu, até a independência da Tunísia, em 1956.

Mas o país manteve os estreitos laços políticos, econômicos e culturais com a antiga metrópole europeia. E manteve os costumes da terra ao norte da África. A maioria das mulheres, por exemplo, conserva o uso do véu.

Muscialmente falando, o país é mais conhecido por malouf, uma espécie de música importada da Andaluzia depois da conquista espanhola no século XV.

No pop tunisino, os cantores mais populares são Habbouba, Samir Loussif, Hedi Donia, Faouzi Ben Gamra, Zina Gasriniya e Fatma Bousseha.

Já a música underground na Tunísia é variada, que inclui o heavy metal, música eletrônica, rap, reggae, entre outros. Esse cenário está crescendo rapidamente e nas últimas duas décadas houve um aumento considerável de bandas experimentando todos os tipos de gêneros musicais, movendo os limites do que é considerado underground.

Heavy metal tunisiano

É praticamente impossível falar de heavy metal na Tunísia sem pensar em primeiro lugar no Myrath. Formada em 2001, a banda mistura metal progressivo com música tradicional árabe, que a fez se tornar popular no mundo. Até 2005, eles faziam cover de Death e Symphony X, quando decidiram investir em canções próprias.

Em 2006, lançaram o álbum Hope, que fez sucesso fora da Tunísia, onde a banda tocou o seu estilo diferenciado em festivais na Europa. Mas foi em 2010, com o álbum Desert Call que a banda alcançou novos patamares, e ficando conhecida nos Estados Unidos e em vários países e ser referência da Tunísia.

Mas a cena heavy metal no país é muito ativa e vai além do Myrath. Abaixo, veja outras bandas que representam muito bem o heavy metal tunisiano.

Persona

Persona é uma banda de metal alternativo com vocais femininos que mistura o som moderno do thrash/metal, riffs pesados, efeitos de sintetizador e música clássica. É considerada uma das bandas mais talentosas do cenário metal tunisiano.

Seu álbum de estréia, Elusive Reflections é de 2016, com o excelente Power Metal mesclado com Gothic Metal que caracteriza até hoje o som da banda, na bela voz de Jelena Dobric.

Nawather

A banda também une a sonoridade folclórica típica do Oriente Médio com o Metal. Mas com diferenciais como o kanun, um um instrumento de cordas, semelhante a uma harpa, que surgiu no Irã, no século X. Além disso, a banda é um sexteto e tem dois vocalistas: Wajdi Manal, que faz o vocal masculino gutural, e Ryma Nakkach.

Até o momento, o Nawather tem apenas um álbum, Wasted Years lançado em 2016.

Carthagods

A banda de progressive power metal Carthagods é considerada uma das mais importantes bandas da Tunísia. Apesar de ter sido formada em 1996, só estreou oficialmente em 2015, ao lançar o álbum autointitulado. Portanto, foi uma das primeiras bandas de metal a surgir da no país e pode ser considerada como pioneira.

Iniciou tocando covers de Megadeth, Iron Maiden, Metallica e Pantera. A banda já tocou em festivais, ao lado de Epica, Dark Tranquility, Anathema, Sepultura, Sabaton. O grupo também colaborou com Marcel Coenen, Timo Somers, Mark Jansen, Zuberoa Aznárez, entre muitos outros.

O Carthagods criou o seu próprio som e status na cena metal, misturando a agressividade do heavy metal com a elegância do metal sinfônico, e alguns elementos progressivos de metal.

https://www.youtube.com/watch?v=y8zZXMLBin4

Ymyrgar

Ymyrgar é uma banda pagã de folk metal da Tunísia, fundada em 2012 e é considerada a primeira banda de folk metal da África . O nome foi inspirado no gigante primordial Ymir, que é o ancestral de todos os Jötnar.

Fundada por Rami Khezami, a banda lançou seu álbum de estréia “The Tale as Far” e em 2015 eles se apresentaram na Tunísia e na Alemanha . A banda é independente e não assinou com nenhuma gravadora.

Na contramão de outras bandas, que aprofundam as raízes da Tunísia, o som do Ymyrgar é focado no folk nórdico. E eles incorporam o som de flauta irlandesa e violino, junto com instrumentos mais regulares, como guitarras e bateria. As letras retratam a mitologia nórdica, em torno de Ragnarök , cosmologia e a guerra.

Lost Insen

Fundada em 2005, a banda de metal progressivo Lost Insen começou como um cover de Dream Theater.

Depois de alguns shows locais e várias mudanças na formação, eles começaram a escrever suas próprias músicas quando os irmãos Karim (Guitars) e Fadhel (Keyboards) se juntaram à banda em 2008, com Yessine Belghith no baixo, Amine Hassine (Vocais) e Amine Fekih (bateria).

A banda abriu o show do Symphony X em 2011. Meses depoi, iniciaram os trabalhos do primeiro álbum. O nome Lost Insen é uma fusão da palavra em inglês Lost, que significa perdido e da árabe Insen, que significa humano. Eles lançaram seu primeiro álbum’ ‘Here After’ ‘em 2014

Omination

Fundada em 2016, a banda tunisiana de death metal Omination define o seu som como como pós-apocalíptico. A música e a atmosfera geral são derivadas da última catedral, pregada pelo andarilho profetizador, que é um membro misterioro. Atualmente a banda tem dois álbuns de estúdio e um EP, lançado em 2020.

Brood Of Hatred

Brood Of Hatred é denominada como uma banda de Death Metal Act, fundado em 2010 por Muhammed Mêlki. Eles dizem que não põem limites ou filosofias de gênero específicos.

Todavia, seu som possui atmosferas assombrosas que guiam o ouvinte através de jornadas progressivas e alguns textos não convencionais inspirados no estranho estado de espírito que caracteriza o conceito.

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