Mais uma vez permanecendo pelos lados do Velho Mundo, desta vez fui conferir o que o pequeno Liechtenstein oferece quando o assunto é música pesada!
Sensivelmente cravado entre a Suíça e a Áustria (países que já figuraram este quadro, diga-se), o pequeno principado – ou “micro-estado”, caso o exigente leitor preferir – de Liechtenstein (Fürstentum Liechtenstein) conta com um pouco menos de 40 mil habitantes, que vivem espalhados por sua área total de 160 km2. Apesar disso, sua livre economia é considerada como uma das mais ricas do mundo, com diferentes tipos de industrias e produção. Tendo por idioma o alemão e por capital Vaduz, a democrática Liechtenstein é uma monarquia constitucional focada em três figuras principais: o príncipe soberano Hans Adam II, o príncipe regente (e herdeiro) Aloísio e o chefe de governo Daniel Risch. Curiosamente, sua moeda é o franco suíço.
Com belas paisagens montanhosas, as origens do pequeno país em si começam com o Império Romano, com o estabelecimento desse povo junto ao rio Reno, no que hoje é a sua capital. Saltando bruscamente alguns séculos de história, o mesmo se tornou independente do Sacro Império Romano-Germânico em seu desmembramento, em 1806, no entanto, sendo ocupado pelos franceses até 1815. Com nome originado em uma família aristocrática austríaca, Liechtenstein atualmente é dividida entre onze comunas (gemeinden).
Da ótica do Heavy Metal, nem é preciso comentar sobre a baixa representatividade do estilo, mas nem por isso deixamos de nos deparar com bons nomes – tanto, que os mais antigos encontrados foram o do Tess, que criado em 1989, lançou apenas duas demos e um EP entre 1990 e 1995, além do So What?! que ficou apenas nas demos e encerrou de vez em 2005, após dez anos de história. Para os mais incrédulos, fiquem sabendo que existe (ou existiu…) até mesmo um festival: o Open Hair Metal Festival, realizado em Balzers entre 2016 e 2020. Entre as atrações, nomes conhecidos como Tankard, Krisiun, Crowbar, Nanowar of Steel, entre outras. Por fim, apenas como mera curiosidades: o terceiro álbum dos vizinhos Holy Moses, de 1989, tem por título ‘The New Machine of Liechtenstein’. No álbum ‘Stairway to Valhalla’ (2018) do Nanowar of Steel, o encerramento ficou por conta da ‘homenagem’ “Hail to Liechtenstein” (inspirada em “Hail to England”, do Manowar, é claro).
Como de costume, selecionei abaixo alguns nomes para que você possa conhecer.
ELIS
Provavelmente tendo sido o nome mais conhecido (pelo menos aqui no Brasil) o Elis não existe mais, no entanto deixou quatro álbuns para quem aprecia a beleza do Gothic Metal. O ultimo trabalho, ‘Catharsis’, foi lançado em 2009, no que era para ter sido uma nova fase da banda com a vocalista Simone Christinati – no lugar da vocalista original, Sabine Dünser (falecida há exatos 15 anos…). Contudo, as atividades foram encerradas em 2012.
PUSSYLOVERS
Outro nome, por assim dizer, com mais tempo de atividades é o Pussylovers. A banda surgiu em 2001 na comuna de Mauren, praticando um básico e eficiente Hard’n’Heavy. São apenas dois discos lançados: ‘Pussylovers’ (2008) e ‘We’ve Got You Right’ (2011). Ainda que quase dez anos tenham se passado, a banda segue timidamente ativa.
ERBEN DER SCHöPFUNG
Retornando ao Gothic, só que desta vez com elementos Eletrônicos, temos o também já extinto Erben der Schöpfung. Tendo contado com dois integrantes do já citado Elis, que saíram após o lançamento do debut ‘Twilight’ (2001), a banda foi reformulada quatro anos depois, tendo liberado em 2009 o segundo (e último) álbum ‘Narben der Zeit’.
DARK SALVATION
Para quem estava sentindo falta de um pouco de agressividade, pode ficar tranquilo que o Dark Salvation entrega um Melodic Death Metal correto – e por vezes sombrio! Também com apenas dois discos oficiais, a banda de Triesenberg estreou em 2010 com ‘Bärgthron’ e em seguida ‘Der Letze Weg’ (2013). Sua ultima novidade foi o single ‘Hypocritical World’, dois anos depois.
SHOTGUN
Encerrando nosso quadro, o Thrash Metal do Shotgun faz as honras! Pelo menos até o momento, a banda conta apenas com o EP ‘First Shots’, que está facilmente disponível na íntegra, pelo Youtube. Se você não dispensa conhecer novos nomes do estilo, pode dar uma chance ao Shotgun, que não irá se arrepender!
E como uma espécie de bônus, conheça um pouco do principado ao som de “Hail to Liechtenstein”, com um pouco de humor dos italianos:
E assim, com poucas opções de bandas e estilos, o Heavy Metal Pelo Mundo desta semana fica por aqui. Obrigado pela companhia e não deixe de conhecer os nomes mencionados na matéria.
