Situada ao norte do continente europeu, a Islândia é a segunda maior ilha do continente. O país de 300 mil habitantes, em uma ilha de mais de 100 mil km², possui uma baixa densidade demográfica, e um povo muito culto e civilizado. A capital Reykjvik, é a maior cidade do país com uma população de pouco mais de 120 mil habitantes, população de cidades interioranas do Brasil. Além do território, outras pequenas ilhas formam o país, transformando-o num arquipélago repleto de vulcões, águas termais, lavas, pedras e gelo.
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O país possui uma sociedade desenvolvida e tecnologicamente avançada, sua cultura é baseada no patrimônio cultural das nações nórdicas. A herança cultural do país inclui, além da tradicional cozinha tradicional islandesa, a poesia e as sagas islandesas medievais.
Apesar de não ter muitas bandas com representatividade na cena Heavy Metal mundial, a história do país é mais rica do que se pode imaginar. O movimento Death/Black Metal do país é intenso e podemos citar aqui, muitas bandas adeptas ao estilo:
SÓLSTAFIR
Possivelmente, o principal nome do Heavy Metal local, mas que podemos menciona-los como verdadeiros camaleões, já que a cada novo álbum, adotam um estilo e um subgênero totalmente diferente do que haviam feito. A maioria de suas músicas são cantadas no idioma local. Lançaram seu primeiro registro em 2002 com o quase “intraduzível” título, “Í blóði og anda” onde tocavam de forma rápida e perturbadora. O último trabalho até o momento chama-se “Berdreyminn” (2017), um rock totalmente alternativo que lembra bandas como Radiohead e Smashing Pumpkins, por exemplo. Se não souber de quais bandas se tratam ao ouvir no escuro, impossível afirmar que é a mesma banda.
MYRK
Quando se trata da cena Black, há quase um consenso de que o Myrk foi uma forte influência. Iniciaram suas atividades em 2001, e em 2003 lançaram o petardo “Icons of the Dark” e que infelizmente, foi seu último registro. Mesmo com apenas um álbum, o Myrk abriu portas, iniciou um movimento, e é cultuada em seu país.
SKÁMÖLD
Na modesta opinião deste editor, esta é a melhor banda de Heavy Metal do país. Este sexteto, após lançar seu primeiro álbum, “Baldur” (2010), logo em sequência assinaram contrato com a Napalm Records e lançaram mais 4 discos, todos cantados em islândes, mas que em nada tira o brilho da banda de Viking/Folk Metal.
Em 2013, a banda lançou um disco ao vivo tocando com a orquestra sinfônica islandesa (veja abaixo o show na íntegra); um prato cheio para fãs de arranjos sinfônicos.
Em agosto de 2019, a banda anunciou em sua página do Facebook, que faria uma pausa em suas atividades, e, portanto, podemos dizer que o futuro da banda é incerto. Mesmo que seja o fim da linha, a banda merece ser descoberta.
OPHIDIAN 1
Nem só de pancadaria desenfreada vivem os islandeses. O Ophidian 1 é uma excelente opção para quem gosta de metal extremo técnico e elaborado com levadas progressivas. Cantam em inglês e apesar de ter só um trabalho completo lançado, “Solvet Saeclum” (2012), os caras desfrutam de um nome de respeito. Um dos grandes trabalhos de metal extremo feitos no país.
SKURK
O Skurk é um oásis metálico na Islândia. Com um Thrash Metal calcado nos anos 80 e 90, sua música é tão rica em detalhes que me lembrou o Annihilator de seu início de carreira. Seu único registro completo é “Blóðbragð” lançado em 2017. Sendo essa uma banda da safra mais recente, podemos notar que outras portas estão se abrindo para os islandeses, sendo o Thrash Metal, algo pouco explorado por aquele país em todos os tempos.
BOOTLEGS
A história deles se confunde com várias outras bandas surgidas nos anos 80: começaram muito jovens, gravaram coisas boas, com a garra típica de adolescentes, e depois, se separaram por algumas vezes, até se reencontrarem e reiniciarem o processo.
Ótimos riffs, e um vocal diferenciado com uma veia Punk, faz do Bootlegs uma banda como poucas em todo o planeta. Seu mais recente trabalho é “Ekki fyrir viðkvæma” (2015). Indicada àqueles que gostam de algo único, original.
SIGUR RÓS
Antes de mais nada, esclareço que o Sigur Rós não é uma banda de Metal. Decidi incluí-la aqui pois a banda tem um nome de respeito aqui no Brasil (já tocaram algumas vezes em São Paulo), e tem mais de 20 anos de carreira. Seu Post-Rock é bem executado e, apesar de cantado em islândes, ganharam certa projeção mundial ao gravar faixas para trilhas sonoras de programas como “Simpsons” e “Game of Thrones”.
A página oficial da banda no Facebook possui mais de 1.600.000 seguidores e sua popularidade foi a razão principal de inclui-la em nossa página. Pra quem gosta da proposta, vale a audição!
E assim nos despedimos desse arquipélago cheio de paisagens naturais belíssimas, civilização de primeiro mundo, e uma devoção acima da média para o lado mais extremo e obscuro do metal. Semana que vem tem mais!